Jovem é estrangulada e morta em casa

Engasgada e estrangulada. A jovem Luane Moraes Santos, de 19 anos, foi assassinada com a alça da própria bolsa dentro de casa, no bairro Icuí-Guajará, região metropolitana de Belém. O crime aconteceu no início da tarde de ontem e o principal suspeito é o companheiro dela, Edson dos Santos, de 38 anos, com quem morava há 3 anos. Ele foi detido por policiais militares tentando escapar da residência localizada na travessa São Jorge, com a rua Santa Luzia, loteamento Acatauassu.

Por volta do meio-dia, o Centro Integrado de Operações (Ciop) recebeu denúncia anônima de violência doméstica no endereço onde Luane morava. Ao chegar lá, a equipe de policiais militares do 6º Batalhão se deparou com o agito da vizinhança apontando que a mulher estaria morta dentro de casa. “O companheiro da vítima queria sair de moto, mas o impedimos”, disse Charles Reimão, soldado da PM. “Ele estava com arranhões e sangue no rosto”, detalhou.

De acordo com o policial, Luane foi encontrada morta em cima da cama, no quarto do casal. A casa estava revirada e apresentava cenário de briga. Edson negou ter matado a companheira. “Ele disse que um ladrão pulou o muro de mais de 3 metros, invadiu a casa e matou a mulher”, disse Paulo Rodrigues, cabo da PM. Porém, a vizinhança teria dito ao militar que não escutou gritos nem barulho de assalto.

Uma amiga do casal, que preferiu não ser identificada, comentou ao DIÁRIO que a relação entre Luane e Edson era conturbada. “Eles viviam brigando, principalmente porque ele era muito ciumento. Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu”, comentou muito abalada. Luane era a segunda companheira de Edson, não possuíam filhos e a família dela é do município de Quatipuru, nordeste paraense.

O perito Marilúzio Moreira afirmou que a mulher foi morta com a alça da bolsa, que foi cortada. Não havia marcas de escalada no muro, o que poderia levantar a hipótese de invasão.

AMEAÇA

No início da semana passada, Luane procurou a Unidade Integrada ProPaz (UIPP) do Icuí para denunciar as agressões e ameaças que estaria recebendo do companheiro Edson. O investigador Ubiraci Tavares confirmou que ela não aguentava mais conviver com o homem e pretendia ir embora para Quatipuru. “O caso não foi registrado por que o sistema da Polícia Civil estava fora do ar”, disse o policial.

Na UIPP, Edson estava muito nervoso. Ele continuou afirmando que ladrões invadiram a residência. No entanto, os policiais militares descobriram que pouco antes de a polícia chegar ao local, o suspeito queimou os próprios documentos e jogou dentro do sanitário.

Para o delegado Jurandir Figueiredo, Edson matou Luane. “Não tenho dúvidas de que ele é o autor. Mas precisamos de provas. Por isso, ele vai fazer exame de corpo de delito. Se o sangue e digitais encontrados nele forem da mulher, ele será autuado em flagrante por homicídio qualificado. Caso contrário, vamos instaurar inquérito para investigar o crime”, explicou.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)