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POLÍCIA

Ex-PM é condenado a 29 anos por assassinato

O ex-cabo da Polícia Militar Otacílio José Queiroz Gonçalves, 49, foi condenado, por unanimidade, a 29 anos de prisão, ontem, em um júri popular realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no bairro da Cidade Velha, em Belém. Ele foi condenado p

O ex-cabo da Polícia Militar Otacílio José Queiroz Gonçalves, 49, foi condenado, por unanimidade, a 29 anos de prisão, ontem, em um júri popular realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará, no bairro da Cidade Velha, em Belém. Ele foi condenado por participação em grupo de extermínio e de ter envolvimento com a morte do adolescente Eduardo Felipe Chaves, 16 anos, em meio a 10 assassinatos ocorridos no episódio conhecido como ‘Chacina de Belém’, nos dias 4 e 5 de novembro de 2014, em diversos bairros da periferia da capital.

Ele foi expulso da corporação em processo aberto pela Promotoria de Justiça Militar.Morador do bairro da Terra Firme, o adolescente foi uma das dez vítimas da matança. Os crimes ocorreram após a morte do cabo da PM Marco Antônio Figueiredo, conhecido como cabo Pet.

O nome de Otacílio apareceu durante as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa do Pará, no mesmo ano em que os crimes foram registrados. Na CPI e no inquérito policial instaurado na época, ele é apontado como um dos integrantes de uma milícia de ex-policiais.

Durante o julgamento, ele disse que estava no município de Oeiras do Pará, no nordeste paraense, no dia 4 de novembro, e que voltou para Belém às 6h do dia 7. “Nem tive conhecimento da morte do cabo Pety. Só fiquei sabendo pela televisão, já no dia 5”, alegou.

A acusação sustentou a culpa do réu com base no depoimento das testemunhas de familiares da vítima e do delegado da Divisão de Homicídios, Cláudio Galeno, que acompanhou o inquérito na época da chacina. O pai e a prima de Eduardo disseram que, apesar de o ex-policial estar de capacete, reconheceram Otacílio pelas características físicas e pelo relógio que ele usava no dia do crime.

Segundo a promotora Rosana Cordovil, Otacílio acumula 24 antecedentes criminais, a maioria por homicídio e agressão corporal. “O histórico e o reconhecimento das testemunhas já eram o suficiente para condená-lo”, afirmou Cordovil.

O advogado de defesa Omar Saré disse que vai recorrer da decisão. Ele afirmou que não há provas técnicas sobre o envolvimento de Otacílio no crime. “Ninguém viu o rosto do meu cliente, nem mesmo pode-se afirmar que o projétil que matou Eduardo saiu da arma de Otacílio”, argumentou. Depois de ouvir a sentença, o ex-PM foi levado para o presídio. O julgamento foi o primeiro da chacina de 2014.

FAMÍLIA DA VÍTIMA

Antes da sentença, o pai adotivo de Eduardo, que preferiu não se identificar, clamava por justiça. “Nós não esperávamos uma morte tão violenta quanto esta. Mas agora, que já aconteceu, esperamos por um resultado positivo”, clamava o pai, que criou o garoto desde que ele tinha 4 meses de vida.

Muito nervosa durante a audiência, a avó de Eduardo, Maria Auxiliadora Neves, contou a trajetória do neto, criado como filho, ressaltando a intenção da família de dar a ele uma boa educação. “Ele fazia o primeiro ano do Ensino Médio e me ajudava a vender churrasquinho na rua”, contou, revelando que usou as economias das vendas para o enterro da vítima.

(Wal Sarges e Leidemar Oliveira)

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