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POLÍCIA

Governo do Pará dispensou ajuda da Força Nacional

No primeiro semestre de 2016, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho esteve, junto com a bancada federal paraense, no Ministério da Justiça, pedindo o envio da Força Nacional ao Pará para reforçar a segurança pública no Estado. “O ministro (Jo

No primeiro semestre de 2016, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho esteve, junto com a bancada federal paraense, no Ministério da Justiça, pedindo o envio da Força Nacional ao Pará para reforçar a segurança pública no Estado. “O ministro (José Eduardo Cardozo) se colocou à disposição mas disse que não poderia, sem a solicitação do Executivo estadual, enviar efetivo para cá, pois caracterizaria uma intervenção federal no Estado”, diz Helder. “Mas deixou claro que a União atenderia, caso houvesse o pleito”, afirma.

Em seguida, a Secretaria Nacional de Segurança Pública fez contato com o secretário de Segurança Pública do Estado, Jeannot Jansen, para tratar do envio da Força Nacional, a partir de um pedido do Estado. “O secretário dispensou a ajuda, afirmando que tudo estava sob controle e que não haveria razão que justificasse a presença da Força Nacional aqui”.

Helder pergunta até onde a violência no Pará precisa chegar para que o Estado acorde e se convença de que precisa de ajuda. “O que mais precisa acontecer? Nossos índices são piores do que um País em guerra. Ficou claro que o Governo do Estado não tem estratégia, não tem prioridades e não vemos um plano de enfrentamento”.

O ministro avalia que há muita propaganda para criar um ambiente de segurança imaginando que as pessoas não vivem toda essa violência. Segundo ele o Governo do Estado trabalha sempre em cima da reação, sem estratégia, apenas vindo a público para noticiar a criação de grupos.

Para o ministro Helder, Governo do Estado não tem estratégia para garantir a segurança. (Foto: Ricardo Amanajás)

GRUPOS

“Não precisamos de grupos, mas sim de ação. A matança que ocorreu entre sexta e sábado não é a primeira. O que falta para a segurança agir? Enquanto ficarem falando em grupos, continuaremos a assistir a essa guerra, com matança de inocentes”, afirma. “O Estado precisa atuar na prevenção e ter um plano estratégico com ações ostensivas e imediatas, o que hoje não ocorre”, diz Helder.

O ministro lembra que pedir a Força Nacional não significa aceitar atestado de incompetência para gerir a segurança, já que outros estados já o fizeram e conseguiram reduzir a violência. “A discussão não pode ser levada para o lado da vaidade. A questão é de sobrevivência da população”, destaca Helder.

Governo Federal deve ajudar na investigação dos crimes

Diante da onda de assassinatos em Belém, não restou outra saída ao governador Simão Jatene senão pedir ajuda na investigação dos crimes (veja quem são as vítimas na pág. 2). Mas, em entrevista concedida anteontem, o governo não deu nenhum posicionamento sobre o que a sociedade paraense espera do Executivo: o pedido de ajuda da Força Nacional.

O secretário de Segurança Pública Jeannot Jansen apenas informou que o governador conversou com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a possibilidade de cooperação da União nas investigações, com a formação de um grupo composto pelas inteligências do Estado e do Governo Federal para as
investigações dos crimes.

Acuado mais uma vez por assassinatos em massa, o Governo propõe a criação de mais um grupo, desta vez para tentar solucionar o problema da violência. Indagado se as mortes teriam relação com a atuação de milícias no Pará, o secretário se limitou a dizer que havia evidências, mas que isso não poderia ser comprovado neste momento.

MILÍCIAS

“Essa é a razão pela qual não podemos afirmar. Seria irresponsabilidade da nossa parte”, disse Jeannot. O secretário adjunto operacional, Hilton Benigno, confirmou que os assassinatos ocorreram na Região Metropolitana de Belém, inclusive em horários bem próximos uns dos outros.

“Estamos sitiados e desprotegidos”

“Estamos em uma guerra urbana sem medidas. Pessoas inocentes estão, mais uma vez, sendo mortas no meio da rua e ninguém faz nada”. A avaliação indignada é de Nazareno Lobato, 53 anos, morador do bairro da Pratinha, em Belém, e uma das lideranças na área de Direitos Humanos e de grupos de familiares depessoas mortas violentamente no Pará.

Para ele, as autoridades da área da segurança pública do Estado são omissas e só anunciam alguma medida depois que a tragédia acontece. “Na chacina de Belém morreram 12 pessoas. Ninguém foi punido até agora. Muitos morrem nessa matança desenfreada, diz, lembrando ainda da chacina de Icoaraci, ocorrida em novembro de 2011, quando 6 adolescentes foram assassinados.



MEDO

Ele afirma que, de sexta-feira para sábado, moradores de vários bairros de Belém, como Cremação, Jurunas, Terra firme e Marambaia ficaram sem sair de casa, com medo da violência. “Estamos sitiados e desprotegidos. O Governo do Estado precisa fazer alguma coisa. Não sei aonde vamos chegar”. Nazareno está há 9 anos lutando na Justiça para prender o responsável pelas mortes de sua mãe e da sua irmã. As duas foram vítimas, em 2007, de acidente de trânsito e o acusado é um policial militar.

“Minha neta também foi morta há 3 anos no Tenoné e, até hoje, não sabemos quem é o assassino. A polícia não deu resposta até agora. A impunidade é total”, critica. Por esses motivos, ele participa de grupos de familiares de pessoas mortas com violência.

(Luiz Flávio e Wal Sarges/Diário do Pará)

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