Vídeo registra espancamento com presença de PM

Uma pessoa, não identificada, foi brutalmente espancada por taxistas em plena avenida Visconde de Sousa Franco, em Belém. A agressão foi registrada em um vídeo e mostra a presença de um PM acompanhando a ação sem impedir o crime.

Conforme pode ser visto nas imagens, que teriam sido registradas por volta de 5h de hoje (20), cerca de seis taxistas de uma cooperativa da área agrediram com socos, chutes e pontapés uma pessoa que está sentada próxima ao canal, bastante machucada e coberta de sangue.

A pessoa que grava o vídeo, bem próximo a vítima espancada, também não intervém na ação.

Testemunhas afirmam que a vítima se trata de um travesti que teria tentado assaltar um taxista, conforme alegaram os profissionais, e também relatam a presença de policiais militares, que não fizeram nada para impedir a agressão no local.

O DOL entrou em contato com a Polícia Civil que informou que busca informações sobre a vítima para que seja possível a abertura de um inquérito.

A Polícia Militar também foi procurada e informou que vai se pronunciar posteriormente, a exemplo da Cooperdoca que confirmou ter conhecimento do caso em que seus cooperados estão envolvidos e ficou de retornar a ligação da reportagem para maiores esclarecimentos.

PROMOTORIA MILITAR

O Promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, foi procurado pela reportagem e afirmou que nesta sexta-feira (21) abrirá um inquérito policial militar para investigar crime praticado de forma omissa pelos policiais que acompanhavam o caso. Segundo o promotor serão abertos dois procedimentos, um na esfera penal e outro na esfera disciplinar.

"O primeiro passe será identificar os dois policiais, o que não será difícil, se seguirmos o rastro da viatura e a escala de serviço. Pelas imagens está clara que ele se omitiram no dever constitucional de proteger a integridade física da pessoa independente de cor, classe, sexo ou religião", afirmou Brasil.

O promotor disse ainda que deverá formar um conselho de disciplina para apurar a conduta dos policiais que além de não prestarem socorro à vítima não prenderam nenhum dos envolvidos na agressão.

(DOL)