Simbolizando luto pelo assassinato do taxista Antônio Liberato Cardoso Soares, de 68 anos, amigos e colegas de profissão dele usaram pequenas fitas pretas em seus carros. Antônio trabalhava em um ponto localizado na esquina da Travessa FEB, com Almirante Barroso, bairro de São Brás, há pelo menos 20 anos, local onde construiu amizades. O corpo dele foi encontrado anteontem, após passar 3 dias desaparecido. Estava a uma distância de 1,5 quilômetro do trevo do Peteca, na rodovia que o interliga ao trevo da Alça Viária, na Grande Belém.
Beto Ferreira de 45 anos, contou que os laços de amizade já alcançavam pelo menos 15 anos de profissão. “Foi uma pessoa muito boa, pacato, do bem. Nunca teve inimizades. Eu fui saber do desaparecimento dele na sexta quando comentaram que tinham achado o carro dele batido na estrada e ontem (anteontem) a família avisou que tinham identificado o corpo achado e nos avisou”, falou entristecido.
"Essa é a nossa realidade. A gente não pode escolher passageiro, então é pedir a Deus que nos livre desse tipo de pessoa do mal", afirma Joaquim Nascimento, taxista de 68 anos. (Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)
MEDO E VIOLÊNCIA
Joaquim Nascimento, de 68 anos, conhecia o colega taxista há pelo menos 10. Para ele, conviver com a violência e o medo, infelizmente, tornou-se parte da rotina diária. “Essa é nossa realidade. A gente não pode escolher passageiro, então é pedir a Deus que nos livre desse tipo de pessoa do mal”, relatou. Antônio também mantinha amizade com os demais trabalhadores de estabelecimentos comerciais do quarteirão. Bia Carvalho, de 29 anos, tem uma pequena banca de bombons em frente ao ponto de táxi da cooperativa. Para ela, o sentimento é de revolta. “Trabalho aqui já há 10 anos, eles (taxistas) são uma família para mim”, falou. “Ontem (anteontem) soube que encontraram o corpo, foi um choque, está todo mundo revoltado. Até agora a ficha não caiu”, contou.
(Emily Beckman/Diário do Pará)
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