A Polícia Civil do Pará, em operação conjunta com a Polícia Militar e o Ministério Público, deflagrou ontem pela manhã a operação Clean Water (Água Limpa) para desarticular uma facção criminosa que dominava o tráfico de drogas e estava envolvida em crimes no bairro de Águas Lindas e proximidades, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. O delegado de Polícia Civil Marco Antônio Duarte informou que 3 homens foram mortos, ao reagirem à abordagem policial, e outras 16 pessoas foram presas. Foram expedidos 24 mandados de prisão preventiva, sendo que 16 deles foram cumpridos. As investigações começaram no segundo semestre de 2015, após uma série de crimes violentos no bairro de Águas Lindas. Os policiais concluíram que havia ligação dos crimes com o tráfico de drogas na área. As investigações se intensificaram quando o cabo Anderson Zeferino, do Corpo de Bombeiros, foi assassinado em 18 de janeiro último. “Ele tinha ‘gerentes’, ‘soldados’ e espiões, como mototaxistas, que ficavam responsáveis por avisar quando a polícia estava presente no bairro. Tinha ainda transportadores, entre outras funções, que pertenciam ao esquema”, descreveu Marco Antônio. O destaque ficou para a forma violenta que José Adriano mandava executar seus inimigos, entre eles policiais, devedores, traficantes rivais e até mesmo pessoas que descumprissem as ordens dadas por ele para área. Ao todo, as investigações apontaram para 7 homicídios no bairro, sob comando de José Adriano. Entre eles, a tortura e morte de Mayara da Silva Martins, 19 anos, cujo corpo foi encontrado dentro da mata do Parque Ambiental do Utinga, dia 15 de julho último. O vídeo dela sendo executada a tiros viralizou pelas redes sociais. “Ela foi acusada pelos traficantes locais de entregá-los para a polícia, por isso foi executada. E o Adriano é perverso, ele fazia questão que gravassem ou tirassem fotos da execução, como certeza da morte, o que mostra um grau de perversidade”, acrescentou Marco Antônio. O delegado Marco Antônio Duarte ainda destacou as funções de alguns criminosos da facção. Carlos Augusto Lopes, identificado como uma espécie de “guarda-objetos”, produtos de crimes, como armas e drogas, foi preso em flagrante na própria residência com um revólver calibre 38 e uma escopeta calibre 12, que seriam de propriedade de José Adriano. Já Fernando Hovar era uma espécie de “faz tudo”: transportava armas e drogas, fazia levantamento e pilotava veículos para dar fuga a assassinos contratados por José Adriano. Ele também tinha a função de espião e tudo relatava ao chefe. |
(Emily Beckman/Diário do Pará)
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