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POLÍCIA

A cada dia, Pará registra 5 casos de estupro

Três homens estão presos, em Juruti, oeste paraense, acusados de abusar sexualmente de uma adolescente de 17 anos, dia 27 de maio último. Entre os acusados está o professor da vítima Douglas Corrêa Lima, 28 anos. De acordo com as investigações, eles embri

Três homens estão presos, em Juruti, oeste paraense, acusados de abusar sexualmente de uma adolescente de 17 anos, dia 27 de maio último. Entre os acusados está o professor da vítima Douglas Corrêa Lima, 28 anos. De acordo com as investigações, eles embriagaram a jovem para praticar o estupro coletivo, que foi confirmado por exames médicos feitos na vítima. O caso gerou uma grande repercussão na cidade. Além do professor também participaram do crime o estudante Fabrício Pereira Almeida, 19 anos, e o pintor Weliton Vieira dos Santos, 28 anos.

A vítima, que teve a identidade preservada, conhecia os homens que a violentaram sexualmente. Inclusive dançava em uma quadrilha junina organizada pelo professor. Na madrugada em que aconteceu o crime, o grupo estava em uma festa na casa de Douglas. Os 3 acusados deram vodka para a garota, que não demorou a perder a lucidez, e foi levada para o quarto. O estupro coletivo foi denunciado por um amigo da jovem que já tinha saído da festa, mas retornou ao local para buscar a adolescente. Tão logo recebeu a denúncia, o juiz Rafael Grehns da Comarca de Juruti manteve a prisão dos acusados. O magistrado tomou como base o caso do estupro coletivo com outra adolescente, que aconteceu no Rio de Janeiro e está sendo investigado.

O caso da jovem entrou para as estatísticas da Secretaria de Estado de Segurança (Segup) que apontam que entre janeiro a abril desse ano exatamente 594 pessoas foram vítimas de estupro no Pará. O que dá uma média diária de 5 (4,9) registros de violência sexual, no Estado.

Para a delegada Nadiana Dahas, da Divisão Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), esse número pode ser maior, uma vez que muitos casos de violência não são levados para conhecimento da Polícia. “As vezes a vítima tem medo de se expor, vergonha talvez. Em outros casos, a família não quer denunciar porque o agressor é um parente próximo”, comentou a policial civil. No ano passado, 706 ocorrências de estupro foram registradas nos 5 primeiros meses no Pará.

Segundo a delegada Nadiana, as meninas com menos de 14 anos são as maiores vítimas de abuso sexual. (Foto: divulgação)

ADOLESCENTES

Nadiana Dahas, que também já atuou na Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), aponta que as mulheres, em especial com idade inferior a 14 anos, ainda continuam sendo as principais vítimas de violência sexual. E o mais preocupante é que os abusos acontecem dentro de casa, praticados por pessoas próximas às vítimas, segundo informou a delegada, citando estudos recentes confirmando essa predominância.

Ela ressaltou uma série de exemplos, como os casos em que padrastos, avôs, tios e primos foram os autores dos crimes. Em um deles, a vítima era uma menina de apenas 12 anos, que foi violentada pelo padrasto. “Ele tocava nas partes íntimas dela desde os 10 anos e o ato sexual foi praticado 2 anos depois”, contou a delegada.

Casos como esse também ocorrem entre garotos com menos de 14 anos. “Quando a vítima de estupro é homem, isso geralmente acontece quando é criança ou adolescente. E a maior incidência é em crianças”, diz ainda Nadiana Dahas. Questionada se existem regiões com o maior índice de estupros, a delegada responde que o arquipélago do Marajó ainda é a região que mais preocupa as autoridades. “São localidades em que os pais consentem o ‘casamento precoce’. Meninas abaixo dos 14 anos são entregues para outros homens e isso está errado. Se a mãe consente isso, só o homem responde pelo crime”.

Poucas vítimas de estupro comunicam a família sobre o que está acontecendo. No entanto, a mudança de comportamento delas pode denunciar que está errado. “Quando se trata de criança algumas demonstram medo, outras revolta e há casos em que a vítima fica triste, depressiva. Cada uma reage de forma diferente e os pais têm de estar atentos a isso”, finalizou a delegada.

LEI PREVÊ PENA DE ATÉ 30 ANOS

A lei nº 12.015/2009, que classificou o estupro como crime hediondo, destaca que quando a vítima tem menos de 14 anos e sofre violência sexual, o caso é tratado por estupro de vulnerável. A pena pode chegar a 30 anos de reclusão. Além disso, uma vez aberta a investigação de casos de estupros devem ser levadas até o final, com a comprovação do crime e identificação do acusado, mesmo que a vítima retire a queixa.

No Código Penal Brasileiro, os artigos que tratam de estupro são artigos de número 213 e 217 A. O artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê pena de reclusão e multa para quem produz, reproduz, filma, fotografa ou registra cenas de sexo explícito ou pornografia com crianças. Em caso de adultos, o acusado pode responder a processo por difamação, invasão de privacidade e danos morais, além de estupro.

EDUCAÇÃO SEXUAL

Nadiana Dahas considera de fundamental importância que crianças e adolescentes passem a ter, desde cedo, Educação Sexual. “É importante também que os pais sejam atendidos por projetos de Educação Sexual e não deixem isto sob a responsabilidade somente da escola”, enfatizou. “A nossa juventude está começando a vida sexual mais cedo e isso é preocupante”, finalizou a delegada.


ESTUPROS NO PARÁ: JANEIRO A ABRIL-2016

594 casos de estupro foram registrados no Pará, o que dá a média de 5 crimes por dia. As crianças e adolescentes são as principais vítimas de violência sexual. E familiares das vítimas estão entre os principais acusados de cometer os crimes.

(Denilson D'Almeida/Diário do Pará)

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