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POLÍCIA

Após sofrer 14° assalto, creche fecha as portas

Desde quarta-feira (26), 60 crianças estão impedidas de frequentar uma creche que até então vinha sendo mantida através de doações de moradores e que contava com a colaboração de voluntários, seja para dar aulas ou supervisionar as atividades dos pequenos

Desde quarta-feira (26), 60 crianças estão impedidas de frequentar uma creche que até então vinha sendo mantida através de doações de moradores e que contava com a colaboração de voluntários, seja para dar aulas ou supervisionar as atividades dos pequenos alunos, localizada na rua Araceli Lemos, quadra 1, número 16, no Aurá, em Ananindeua. O motivo: assaltantes entraram pelo telhado do prédio e levaram alimentos, colchões e até a bomba d’água.

O assalto sofrido na quarta-feira foi o 14° em dez anos. Os pais deixavam seus filhos ali desde o começo da manhã até o fim de tarde, quando retornavam de seus trabalhos. As crianças tinham direito a café da manhã, almoço e merenda, além de outros cuidados com a higiene pessoal. Célio Henrique Cecim Jardim, 50 anos, é o criador do espaço. Ele fundou há 10 anos a Associação de Apoio aos Filhos do Aurá. Figura bem quista na comunidade, Célio conseguiu convencer a sogra a doar o prédio para sediar a creche. Ele conta que ficou penalizado com a situação das mães que saíam de casa para trabalhar e não tinham onde deixar seus filhos. E depois de equipar o espaço, com brinquedos, beliches, louças e outros objetos frutos de doações, Célio contou ainda com o apoio decisivo dos moradores, que disponibilizavam seu tempo para trabalhar na creche, sem exigir nada em troca.

O sorriso das crianças já servia como pagamento. Mas o que era para ser um motivo de satisfação plena virou um tormento nos últimos anos. A creche já foi alvo de 14 assaltos. O mais recente inviabilizou a abertura do prédio para receber as crianças. Sem a bomba d’água e os colchões que ficavam nos beliches, roubados pelos bandidos, ficou praticamente impossível dar à elas o mínimo de conforto. José Raimundo Ribeiro, 30 anos, estava trabalhando como vigia no dia do assalto. Ele também é voluntário e seus três filhos ficavam na creche enquanto ele e a esposa trabalhavam. O vigia contou que nem os brinquedos foram poupados pelos ladrões. “Lá na rua a polícia não vai, difícil o acesso, não tem policiamento. Estamos abandonados”, desabafou.O caso está sendo investigado na delegacia do Paar pelo delegado Marcílio Diniz.

Os policiais até agora só conseguiram localizar dois colchões que foram roubados em casas de suspeitos. Muito pouco. Ninguém foi preso até então. Maria Assunção, de 68 anos, é a sogra de Célio e a mulher que doou o prédio ao genro. Ela disse que também prestou serviços como voluntária, mas que se ausentou nos últimos tempos em função da idade avançada e também dos altos índices de assaltos ali.

Antonia Monteiro, de 61 anos, é outra vizinha da creche que já trabalhou lá por muitos anos. “Adorava fazer esse serviço, porque ajudava as pessoas, ficava muito feliz vendo a alegria das crianças. Mas com os constantes assaltos, tive que sair. Lamento muito pelo que está acontecendo e queremos providências das autoridades”. Célio Jardim ainda sonha em reabrir a creche e espera contar com o apoio da polícia e principalmente de pessoas que estejam com o coração aberto e que ajudem a repor tudo o que foi roubado, de colchões, alimentos, brinquedos à bomba d’água.

(Antônio Melo/Diário do Pará)

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