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POLÍCIA

Pará tem epidemia de jovens assassinados

Quase metade dos jovens com idade entre 16 e 17 anos mortos durante o ano de 2013 foi vítima de homicídio. Foram 3.749 jovens nessa faixa etária assassinados, ou 46% do total de 8.153 óbitos naquele ano. A média é de 10,3 adolescentes assassinados por dia

Quase metade dos jovens com idade entre 16 e 17 anos mortos durante o ano de 2013 foi vítima de homicídio. Foram 3.749 jovens nessa faixa etária assassinados, ou 46% do total de 8.153 óbitos naquele ano. A média é de 10,3 adolescentes assassinados por dia no Brasil. No Pará, a taxa de homicídios de adolescentes de 16 e de 17 anos é considerada altíssima: foram 62,1 assassinatos para cada grupo de 100 mil jovens.

Os dados são do mais novo levantamento do Mapa da Violência, apresentados em audiência pública no Senado sobre a morte de jovens no país. De acordo com o professor, neste extrato de estudo que mede as mortes de jovens de 16 e de 17 anos por assassinato, na maioria, o patamar considerado epidêmico é de 10 homicídios por 100 mil. Nenhum estado brasileiro conseguiu ficar abaixo desta faixa, ou seja, a epidemia de morte de jovens está alastrada no Brasil.

As regiões Nordeste e Centro-Oeste assumem especial destaque pelas elevadas taxas de homicídio que ostentam: 73,3 e 65,3 por 100 mil adolescentes, respectivamente. No Nordeste, os estados de Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte são os que pressionam para cima as taxas regionais. No Centro-Oeste, Distrito Federal e Goiás lideram.

As menores taxas são encontradas em Tocantins, Santa Catarina e São Paulo. Ainda assim, a menor taxa do país, a de Tocantins, com 11,4 homicídios por 100 mil adolescentes de 16 e 17 anos, pode ser considerada muito elevada, ultrapassando o patamar considerado epidêmico.

No Pará, 96,1% dos jovens assassinados são do sexo masculino e na maioria negros. O índice de vitimização deste perfil de jovem – homem e negro – no Pará é de 754,2% a mais de mortes de rapazes negros, o que mostra que são assassinados nove negros para cada branco no Pará. A taxa de vitimização mais alta no Brasil foi no Maranhão, com um índice de 1188% (proporcionalmente morrem 13 negros por cada branco); Bahia, 1076% (12 negros por cada branco); Sergipe, 824% (9 negros por cada branco), e Alagoas, 775,5% (9 negros por cada branco).

A taxa de homicídio de crianças e adolescentes negros de 0 a 17 anos de idade no Pará é de 48,3 por cada grupo de 100 mil habitantes. Os principais instrumentos usados para assassinar os jovens paraenses são: armas de fogo (71,3%) e objetos cortantes e/ou penetrantes (facas e similares), com índice de 19,5%.

No Pará, houve crescimento de 142% neste tipo de morte – de jovens de 16 ou 17 anos e negros – quando comparados os dados de uma década, de 2003 a 2013. A taxa de homicídios de jovens paraenses de 16 e 17 anos na década teve crescimento de 179,6%. De 2012 para 2013, o aumento foi de 7,0%.

A região Nordeste, por larga margem, foi a que evidenciou maior crescimento em suas taxas na década: 182%, seguida pela região Norte, com 108%, e a Centro-Oeste, 80,8%. O Sul apresenta um crescimento moderado, com 37,5%, e o Sudeste foi a única região a evidenciar queda, 25,6%.

Quatro estados do Nordeste - Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba -, junto com Espírito Santo, Distrito Federal e Goiás, são as unidades federativas que mostraram as maiores taxas de mortalidade de adolescentes de 16 e 17 anos, taxas acima de 80 homicídios por 100 mil adolescentes no ano de 2013. No Pará, este registro foi de 62,1. No outro extremo, Tocantins e Santa Catarina são os que apresentam as menores taxas, abaixo de 20 homicídios em 100 mil adolescentes. Ainda sendo as menores do Brasil, são taxas que evidenciam níveis epidêmicos de violência.

POPULAÇÃO APAVORADA

O trabalho mostrou também que a população brasileira está apavorada com o avanço da violência. De acordo com o levantamento, 78,6% da população têm muito medo de ser assassinada; 11,8%, pouco medo; e somente 9,6% manifestaram nenhum medo. Em outras palavras: apenas um em cada dez cidadãos não tem temor de ser assassinado e oito em cada dez têm muito medo.

O estudo de Julio Jacobo Waiselfisz mostra que, em um universo de 85 países, o Brasil ocupa a terceira posição em relação à taxa de homicídios de jovens entre 15 e 19 anos. São 54,9 mortes a cada 100 mil. O segundo colocado, El Salvador, apresenta taxa ligeiramente maior, com 55,8. Já o México, primeiro colocado, tem taxa de 95,6 mortes por 100 mil.

“A taxa brasileira é 275 vezes maior do que a de países como Áustria, Japão, Reino Unido ou Bélgica, que apresentam índices de 0,2 homicídios por 100 mil, ou 183 vezes maior que as taxas da Coreia do Sul, da Alemanha ou do Egito”, aponta a pesquisa. Os dados utilizados estão no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde.

(Diário do Pará)

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