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POLÍCIA

Desfecho de caso preocupa familiares e ONGs

Surpreendidos pela notícia de que 40 pessoas devem ser indiciadas pela chacina que, em novembro do ano passado, resultou na morte de 11 pessoas em bairros da periferia de Belém, familiares e organizações que acompanham o caso de perto ainda estão receosos

Surpreendidos pela notícia de que 40 pessoas devem ser indiciadas pela chacina que, em novembro do ano passado, resultou na morte de 11 pessoas em bairros da periferia de Belém, familiares e organizações que acompanham o caso de perto ainda estão receosos quanto ao desfecho do caso. A informação sobre o andamento das investigações foi repassada na última terça-feira pelo delegado geral da Polícia Civil, Riomar Firmino.

Coordenador da Comissão de Justiça e Paz da Paróquia da Terra Firme, Francisco Batista, não hesita em falar sobre a preocupação da comunidade de que o resultado das investigações gere consequências apenas para dar uma resposta aos crimes que tiveram repercussão nacional, sem necessariamente ir fundo ao problema. “Enquanto movimento local, inserido na comunidade da Terra Firme, estamos muito céticos com a situação da segurança pública e tememos que as respostas não sejam condizentes com atos criminosos praticados”, destaca. “O Estado sente necessidade de dar uma resposta dada a repercussão que o caso teve. O indiciamento é para dar uma satisfação, mas não queremos indiciamento de pessoas que não tenham realmente participação no crime”.

Destacando as questões levantadas pelo relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa do Estado do Pará para apurar, a partir da chacina ocorrida em novembro, a existência de milícias no Pará, Francisco acredita que os indiciamentos só terão o efeito esperado se for resultado de um processo de investigação profundo e complexo.
“O relatório da CPI apontou vários caminhos de que poderia existir a participação de milícias no Estado”, relaciona. “Esse indiciamento só será satisfatório se as pessoas citadas na CPI estiverem sendo relacionadas”.

Para além da punição dos reais culpados, o coordenador da Comissão de Justiça e Paz também se preocupa com a situação enfrentada pelas comunidades hoje e após a conclusão das investigações. Imperando no momento dos assassinatos e dias após as mortes, o medo não deixa de cercar os moradores dos bairros envolvidos ainda hoje. “Nos primeiros dias depois do crime ninguém saía de casa e o medo permanece até hoje. As pessoas temem muito. O indiciamento dos culpados tem que ocorrer, mas no entanto isso não vai nos tornar mais tranquilos. Não podem achar que isso vai resolver a questão”, reforça.

DIREITOS HUMANOS

“Queremos uma polícia eficiente e qualificada que garanta minimamente os direitos humanos. Nós tememos até que tenham represálias após esses indiciamentos. Se tudo o que estiver no relatório da CPI se confirmar [com relação a atuação de milícias no Estado], as pessoas que comandam isso vão perder muito dinheiro e ainda existe o risco de outros quererem ocupar aquele ‘espaço vago’”.

Citando o caso recente do jovem João Paulo Silva Pereira, 18 anos – assassinado a tiros, na noite do último dia 17 de junho, por uma pessoa que transitava em um carro estranho pelas ruas da Terra Firme, Francisco Batista ainda faz questão de destacar que crimes com características de execução continuam acontecendo nos bairros periféricos de Belém.

“A juventude continua sendo exterminada com as mesmas características de execução. Temos recentemente o caso do jovem João Paulo que mostra isso”, lembra. “Queremos ver que a cúpula do sistema de segurança pública haja com bom senso e possam responder concretamente: ‘quem são os executores da chacina?’, ‘quem continua exterminando os nossos jovens até hoje?’”.

(Diário do Pará)

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