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POLÍCIA

Pará lidera ranking de assassinatos de mulheres

A universitária Ingred Kássia tinha 28 anos de idade e foi morta com pelo menos 20 facadas, dentro da casa onde morava, na Cidade Nova 5. O crime chamou atenção pela crueldade em como a vítima foi assassinada. Foram pelo menos 20 facadas, que atingiram o

A universitária Ingred Kássia tinha 28 anos de idade e foi morta com pelo menos 20 facadas, dentro da casa onde morava, na Cidade Nova 5.

O crime chamou atenção pela crueldade em como a vítima foi assassinada. Foram pelo menos 20 facadas, que atingiram o tórax, pescoço e mãos da universitária Ingred Kassia da Costa Tavares, 28 anos, além de, possivelmente, ter sido violentada sexualmente, na última segunda-feira, 20, caso divulgado pelo DIÁRIO. Com o futuro promissor, já que cursava o último ano do curso de nutrição na Universidade Federal do Pará (UFPA), a jovem teve o sonho interrompido por motivo passional e, em consequência disso, entrou para as estatísticas de mulheres assassinadas no Pará, considerado um dos Estados do Brasil onde mais acontece esse tipo de crime contra o sexo feminino.

Em números oficiais, de acordo com pesquisa mais recente divulgada pelo Mapa da Violência, do instituto Sangari, em dez anos de estudo, o Pará quase duplicou o número de homicídios praticado contra as mulheres. Ao todo, de 98 assassinatos cometidos em 2001, o número saltou para 185 em 2011, um aumento equivalente a 88,8%. A pesquisa apontou a média nacional de 4,6 homicídios por 100 mil mulheres, mas o Estado paraense apresenta média superior a isso, com 4,9 assassinatos femininos, que o colocam entre os dez Estados brasileiros onde mais acontecem homicídios contra a mulher e o campeão dessas ocorrências em números absolutos na região Norte.

As mulheres assassinadas dentro da faixa etária de Ingred são maioria. Em 2001, foram 46 registros de mortes no Pará e, 10 anos depois, ocorreram 79 homicídios, representando um aumento assustador de 71,7%.

Esses números contrariam o atual fortalecimento das políticas para as mulheres, como a lei Maria da Penha e a recente lei denominada Feminicídio, que acende o alerta para o problema. A última foi sancionada este ano pela presidente Dilma Rousseff, que tipifica como hediondos crimes cometidos com requintes de crueldade contra mulheres dentro do campo familiar, que é um dos fatores que contribuem para o alto índice de crimes contra as mulheres.

“Essa é uma realidade, a mulher ainda é muito vítima da violência, inclusive, dentro do próprio lar. No Pará, são mais de 18 mil ações que envolvem a violência doméstica, que, se essas leis não fossem implantadas, agravariam mais ainda esse problema”, declarou a juíza Mônica Maciel, membro da Coordenadoria de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado (TJE).

Isso se faz importante porque esse crescimento negativo também está relacionado à violência doméstica. No melhor estilo “inimigo íntimo”, problemas recorrentes dentro do lar, assim como o fim de relacionamentos, quando o companheiro não aceita o término da relação, conhecido como crime passional.

“São muitas ocorrências que acontecem aqui na delegacia diariamente e isso é importante. Vale lembrar que essa violência não precisa ser física. Também é considerada violenta qualquer agressão psicológica, patrimonial e sexual. Em qualquer uma dessas, se a mulher se sentir ameaçada, deve procurar a delegacia para evitar que isso se agrave e termine em sua própria morte”, disse Daniela Santos, diretora da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).

MULHERES NO CRIME

Outro fator que tem contribuído para o alto índice do homicídio feminino é o aumento da participação de mulheres na criminalidade. Nesse sentido, algumas vezes elas se envolvem com traficantes e automaticamente se inserem nessa prática, além de outras que facilmente podem resultar em morte.

“A mulher tem tido participação ativa no crime. Ela se envolve nesse universo, seja por meio do companheiro ou não. O certo é que o resultado é o mesmo que qualquer pessoa encontra ao se envolver na criminalidade, que é a morte”, disse o tenente-coronel Edson Lamego.

DOR

Independente do motivo, a verdade é que as mulheres continuam vítimas da violência e no grau mais elevado, que é o assassinato. Diante deste fato, o sofrimento fica para os familiares, em lamentação pelo parente perdido para a morte. “Ela era jovem e estava conquistando muitas coisas na vida, através do estudo e trabalho. Mas, infelizmente, foi morta de maneira cruel, que entristeceu muito a todos nós, parentes dela”, disse um tio de Ingred Kassia da Costa Tavares que não quis se identificar.

Apesar de as leis combaterem esse problema, muitas histórias continuam sendo escritas com esse fim trágico, como o exemplo da universitária Ingred Kassia, citada no início da matéria. E, se nada mais efetivo for feito, outras histórias de outras mulheres serão contadas com esse mesmo fim infeliz, aumentando o índice estatístico desses casos.

(Diário do Pará)

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