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POLÍCIA

Moradores confirmam omissão policial

Cinco minutos após ver o sobrinho, Cezar Augusto Santos da Silva, 24 anos, morto em frente à casa, na Rua Andiroba, bairro da Terra Firme, a tia, que terá a identidade preservada, corre para o telefone. Ela clamava por ajuda da polícia. “Pelo amor de Deus

Cinco minutos após ver o sobrinho, Cezar Augusto Santos da Silva, 24 anos, morto em frente à casa, na Rua Andiroba, bairro da Terra Firme, a tia, que terá a identidade preservada, corre para o telefone. Ela clamava por ajuda da polícia. “Pelo amor de Deus! Mandem uma viatura pra cá. Mataram meu sobrinho. Pelo amor de Deus! Soltaram o demônio na cidade. Estão matando todo mundo”. No outro lado da linha, uma atendente do Centro Integrado de Operação (CIOP)diz para manter a calma, que uma viatura sabia da ocorrência.

Segundo o relato dela, não apareceu apenas uma, mas três viaturas. Os policiais teriam ouvido tiros em outras ruas, viram quando a população apontou uma moto com dois homens encapuzados, responsáveis pela morte de Cezar. “A gente ainda falou tiro, tiro! Eles disseram que não iam lá e não foram. No momento que tudo aconteceu, eles chegaram e não fizeram nada”, diz.

Na terça-feira, 14, o REPÓRTER DIÁRIO antecipou com exclusividade, a lista dos 15 policiais militares indiciados por homicídio, ao terem omitido socorro às vítimas da chacina, nos dias 4 e 5 de novembro, do ano passado. Propositalmente, os 15 militares deixaram de prender os executores. Liderados pelo capitão Jacson Barros Sobrinho e pelo primeiro- tenente Carlos Eduardo Memória, os PMs deslocados para verificar as desesperadoras ligações dos moradores,quebraram todos os protocolos e permitiram a fuga dos matadores.

Naquela noite, Sobrinho e Memória “esqueceram-se” dos itinerários que as viaturas deveriam percorrer para chegar a tempo de salvar vidas e autuar os homicidas. Além deles, a lista contém os nomes dos segundos-tenentes Cássio Dantas Garcia e Mônica Amorim dos Santos; cabos Márcio Rogério da Cunha, Haroldo Macedo e Jorge Barbosa Low; e os soldados Venilson Lopes, Adriano Barbosa, Adriano Santos Tavares, Raimundo Mendes Pimenta, Adriano Borges Santos, Aldo Pamplona Ribeiro, Wallace Pimentel de Souza e Rodrigo Mendonça da Costa. O sargento Rossiclei Ribeiro da Silva, 16º indiciado, vai responder por incitação ao crime.

Detalhes sobre a omissão dos militares serão concedidas pelo promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, e pelo procurador-geral do Ministério Público, Marcos Antônio das Neves, em entrevista coletiva à imprensa, nesta sexta-feira, 17, às 10h.

A prima de Cezar Augusto contou a equipe do DIÁRIO, que nunca teve dúvidas: o primo foi executado por policiais. “A atitude deles foi de polícia. Eles disseram sai e põe a mão na cabeça. Revistaram-no. Tudo como a polícia faz. Olharam e falaram pra gente entrar. A gente sabe que bandido não faz assim e ainda matam as testemunhas. Eles não fizeram isso. Eles eram homens de boa postura, de bom porte”,relata.

Ela ainda conta, que foi um dos dois policiais que permaneceu por mais tempo no local, a divulgar via Whatsapp, a foto de Cezar assassinado. “Não tinha ninguém na rua. Todo mundo entrou. Só tava eu, a tia e esses dois policiais. Um deles deixou o celular carregando no sofá de casa e depois pediu. Quando vimos, tinha parente nosso da outra rua que viu a foto do Cezar pelo Whatsapp. Só podem ter sido eles que bateram a foto. Nós estamos tão transtornadas que nem pensamos em nada disso.E só estavam eles”.

Com medo de represálias, as duas preferem não depor e tampouco se apresentar à polícia. “Eu fico com medo. Os policiais cruzaram os braços. Não dá pra mexer com eles. Eles negaram socorro, não só pra minha família. Pra outras também. Um deles ainda disse que pra minha segurança, era melhor eu entrar pra casa, que eles também já iam embora”, lembra a tia.

(Diário do Pará)

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