Tortura e assassinatos marcam Chacina em Redenção

Lediane Sousa Soares teria convencido o marido Washington Silva a ocuparem as terras e construíram um barraco para passar os finais de semana e feriados juntamente com os filhos e a intenção era se mudar para o vicinal da Estiva uma vez que não queria mais morar na cidade de Redenção.

Esse terreno ficava próximo ao lote de Margarida Ribeiro Godói, no entanto mesmo desabitado ninguém na região ousava apossar-se com receio de sofrer represálias por parte de “Oliveira e Oziel”. Os criminosos Jhone, Tonho e o homem identificado como Batista Gomes Nascimento, o “Neto”, e sua companheira “Tuca” residiam nas terras de Margarida de Godói e realizavam trabalhos braçais há dois anos.

Corroborando as informações os investigadores tomaram conhecimento que há alguns dias Lediane Soares vinha sendo procurada para que desocupasse a terra e que teria sido ameaçada, mas não teria dado importância inclusive no domingo uma pessoa ouviu Lediane Soares dizer “se esses homens vierem aqui de novo vou denunciá-los a polícia”.

Com a experiência acumulada como policiais civis estes definiram a cinética do crime chegando à conclusão que a família foi sequestrada de sua residência, amarrada, os maiores obrigados a andarem até as imediações do rio em um percurso de 3 km até o barraco de Margarete que estava sendo construído pelos assassinos.

Os investigadores pelas evidências encontradas acreditam que a família foi torturada, lesionada e morta as margens do rio e pelo tipo de ferimento de cada integrante da família as sessões de tortura e morte começaram pelas crianças na tentativa de ferir o casal.

Supõe-se que Lediane Soares teria partido para uma reação uma vez que percebeu a morte dos filhos e o marido sabendo que também seria executada, mas foi contida tomada pela fúria, ira e ambição, pois sabiam os executores que a ideia de ocupar as terras seria dela e por esta razão a trucidaram com mais violência.

Quando o primeiro corpo foi encontrado, os investigadores tiveram a certeza que “Cabeça” avisou os irmãos e esteve no local do crime destruindo provas processando o local do crime a não deixar vestígios aparentes de sua localização e que teve a participação de Batista Gomes Nascimento, o “Neto”, nessa empreitada.

Vendo o cerco se fechar, a mulher de Neto, Lilian da Silva Lima, foi mais além e disse que os assassinos estiveram em sua casa pedindo que fizesse comida para eles. Questionados sobre o que tinham feito, relataram friamente que tinham matado a família toda, definindo que Jhone teria matado os jovens e Tonho o casal.
Dorvilê Azevedo Belém Filho, o “Cabeça”, vendo a “casa cair”, resolveu colaborar dizendo que no dia anterior os irmãos assassinos estiveram em sua casa convidando para retirar a família da terra, a mando de “Oziel e Oliveira”, sendo que ele teria recusado, mesmo com a oferta de ficar com as terras ocupadas pelo casal Washington e Lediane.

Os policiais civis Alisson dos Santos Pereira, Denilson Augusto dos Santos da Paixão, e Jefter Pessoa Marques chegaram a conclusão de que a “chacina de Redenção” se deu por conflitos de posse de terra, com ambição, perversidade, tortura de todas as formas possíveis e morte, sendo a família sequestrada, mantida em cárcere privado e depois assassinada uma a uma, começando pelos filhos e sobrinho, sendo presenciadas suas mortes pelos pais, que na sequência foram assassinados nos mesmos moldes.

(Diário do Pará)