Família assassinada é sepultada em Redenção

Aconteceu sob forte comoção na manhã de quinta-feira (19), o sepultamento das seis vítimas da tragédia que aconteceu na Colônia Estiva. Uma verdadeira multidão compareceu ao Ginásio de Esportes Municipal para ver e prestar solidariedades aos familiares das vítimas. No local do velório o clima era de tristeza, dor e sofrimento dos familiares, amigos e pessoas próximas das seis pessoas assassinadas da forma mais cruel e bárbara. A emoção era tamanha que até mesmo quem não conhecia e não tinha proximidade com vítimas, não conteve as lágrimas.

Uma tragédia! Muita crueldade! Eram os comentários que mais se ouvia no local do velório e no cemitério onde os seis corpos foram encontrados. O cenário era um dos mais tristes e a cidade de Redenção parou para acompanhar o sepultamento da chacina que manchou o nome de Redenção e região no Estado e no país.

Os corpos foram sepultados no cemitério que fica localizado às margens da estrada municipal dos Gagos, e o cortejo foi seguido por um grande número de pessoas. O momento de maior impacto foi quando os corpos foram sepultados. O choro foi a forma da maioria daqueles que foram até o cemitério expressar os sentimentos de dor que estava no íntimo na maioria das pessoas que foram prestar as últimas homenagem às vítimas.

O pedido da grande maioria que acompanhou o sepultamento é o de que a justiça seja feita e que os autores da barbárie sejam todos presos. “Eu imagino aqui a dor de cada familiar e sei que não é fácil suportar essa dor, por isso que peço às autoridades que seja feita justiça”, disse Maria Eduarda, uma das presentes no local. “Essa tragédia não pode ficar impune, esses monstros têm que ser presos, animais como esses que não cometeram essa chacina não podem ficar soltos”, disse ela.

“CAÇADA”

Uma verdadeira “caçada humana” está em curso no acampamento Estiva, em Redenção, sul do Pará. Tudo por conta das buscas que policiais civis e militares estão fazendo para tentar localizar quatro homens acusados de cometerem a chacina da Estiva. Estão sendo caçados os quatro homens. O cabeleireiro Oziel Ribeiro Moura, ou irmão dele Oliveira Ribeiro Moura e outros dois irmãos: Jhonnys Santos Pereira, o Dione e Antonio Santos Pereira, o Tonho. Um quinto acusado, Dovile Azevedo Belém o Cabeça está preso em Redenção.

Por conta do crime, um grande aparato policial foi mobilizado ao município de Redenção e várias buscas estão sendo feitas nas matas da Estiva, pois segundo o delegado Antonio Neto, os acusados permanecem na área e os policiais fecham o cerco até que consigam prender os acusados. Pelo menos um dos acusados, o Jhonnys Pereira já responde a um processo por dano qualificado, já que em junho de 2013 teria sido preso por participar de roubo de bago à fazenda Maria Bonita em Eldorado do Carajás.

Naquele mesmo município, de acordo com o delegado Antonio Neto o acusado responde um processo por homicídio, no que o policial ficou de levantar maiores detalhes acerca deste caso.

Contra todos os foragidos, tramitam pedidos de prisão preventivas na Comarca de Redenção e caso sejam presos podem responder criminalmente por mais uma chacina que mancha o nome do Pará em nível internacional por conta deste conflito no campo. Em se tratando do conflito, do qual estão imersos as vítimas e os acusados, o delegado é categórico. “A culpa é do Incra, da ingerência do Incra que deixa tudo nas mãos destas associações”, disse.

NOTA

A Ouvidoria Agrária Nacional do Incra divulgou ontem (19) uma nota sobre o caso do assassinato da família, executada na última terça-feira (17) na zona rural de Redenção, sul paraense. Segundo a nota, a “Ouvidoria Agrária Nacional, instância vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), repudia os atos de violência praticados contra Washington Miranda Muniz, Leidiane Soares de Souza, Júlio César Miranda, Wesley Miranda, Sâmila Miranda e Mateus Souza Barren, vítimas de assassinatos no imóvel denominado Fazenda Estiva, localizado no município de Conceição do Araguaia, no Sudeste paraense”.

Ainda segundo a nota divulgada, “a Ouvidoria informa que está acompanhando as investigações dos crimes, por meio de contato permanente com o Delegado de Polícia Agrária de Redenção, bem como com o Superintendente Regional da Polícia Civil da Região Sul do Pará, que estão à frente do procedimento que visa apurar as circunstâncias das mortes, e reitera que irá atuar em todas as instâncias necessárias para que os responsáveis pelo ato criminoso hediondo sejam punidos na forma da lei”.

(Diário do Pará)