Moradores da Comunidade Quilombola de Caldeirão, em Salvaterra, ilha do Marajó, estão reagindo contra o projeto do Governo do Estado Pará a construção de uma penitenciária dentro da área da comunidade, que tem proteção de Lei Federal.
As lideranças das 16 comunidades quilombolas existentes em Salvaterra já se reuniram e resolveram protestar contra a obra e a doação do terreno, que teria sido feita pelo prefeito de Salvaterra, Valentim Lucas de Oliveira (PSDB), sem a autorização da Câmara de Vereadores do Município.
Em pronunciamento na única emissora de rádio de Salvaterra, o prefeito confirmou a doação do terreno e declarou te-la feito sem o conhecimento dos vereadores, justificando o procedimento por um ato de seu antecessor, que teria retirado dos vereadores este poder de decisão.
Integrantes do Movimento Acorda Marajó denunciaram a situação nas redes sociais, o que provocou uma reação imediata dos moradores de Salvaterra e de Soure, município vizinho que também deverá deverá ser afetado. Além de vários protestos dos empresários do setor de turismo.
“Já não basta as mazelas que temos no transporte, agora o Governo quer trazer este presídio para acabar de vez com a tranquilidade dos moradores locais e retirar o pouco que ainda temos de visitantes na região” disse um internauta.
Para Marcelo Bastos, do Acorda Marajó, é necessário que busquem reduzir a distância entre estas instâncias de poder e o povo. “Tanto Governo do Estado quanto prefeitura precisam ouvir e dialogar com a população. Não é possível que só busquem o cidadão quando precisam do voto. Chegou a hora de falarmos o que queremos e o que não queremos. Pelas manifestações, está claro que o povo não quer este presídio. Queremos que as outras demandas sejam atendidas”.
PEDIDOS
Bastos se refere aos inúmeros pedidos já feitos para a construção de uma nova delegacia de polícia fora do centro comercial da cidade, além da reforma do hospital municipal Almirante Gabriel, a construção de um matadouro municipal para o beneficiamento adequado da carne consumida pela população e as reformas das três escolas estaduais existentes no município.
Uma audiência pública deverá ser realizada em Salvaterra, encabeçada por Procuradores da República, que já foram acionados pelos quilombolas e Ações Civis Públicas estão sendo elaboradas pelo Movimento Acorda Marajó. A intenção dos ativistas é impedir que o presídio seja construído na região.
(Diário do Pará)
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