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POLÍCIA

Violência e matança não dão trégua no Pará

O número de homicídios em 2014 atingiu índices estratosféricos no Pará. O DIÁRIO POLÍCIA teve acesso ao Relatório de Registros de Ocorrências Policiais do Estado e o documento, obtido junto ao Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Pará (Sindpol), con

O número de homicídios em 2014 atingiu índices estratosféricos no Pará. O DIÁRIO POLÍCIA teve acesso ao Relatório de Registros de Ocorrências Policiais do Estado e o documento, obtido junto ao Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Pará (Sindpol), confirmou a escalada cada vez mais frequente da violência no estado.

Nada menos do que 3.821 pessoas foram assassinadas, contra 3.558 registros feitos em 2013. Os registros indicam uma média assustadora de 10,89 pessoas assassinadas por dia no Pará.

A série é histórica nos últimos quatro anos, no segundo governo de Simão Jatene (PSDB). Quando assumiu, em 2011, um total de 3.477 assassinatos ocorreram no estado. No ano seguinte foram 3.568 registros e os números obtidos pelo DIÁRIO em relação aos 12 meses de 2014 ratificam esse crescimento e sepultam de vez qualquer discurso otimista do estado sobre a atual política de segurança pública aplicada nos últimos 4 anos.

É como se a população inteira da cidade de Banach, por exemplo, fosse dizimada. A estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) para 2014 é que o município situado no sudeste chegasse a 3.303 habitantes, um pouco inferior a quantidade de pessoas assassinadas no estado.

A epidemia de homicídios no Pará é nítida. Na somatória de assassinatos, e aí incluindo os crimes de latrocínio (roubos seguidos de morte), chega-se a índices mais estarrecedores ainda. Em quatro anos, de 2011 a 2014, simplesmente 15.298 foram assassinadas.

Na comparação com os municípios, é como se a população inteira da cidade de Brasil Novo sumisse do mapa. O IBGE estima que a cidade tenha 15.139 habitantes até o ano passado.

Entre as vítimas de 2014 estão traficantes de drogas, usuários de entorpecentes, pessoas mortas por rixas pessoais, inocentes e até mesmo quem estão nas ruas para nos proteger.

Não foi raro ver nas páginas do DIÁRIO POLÍCIA policiais civis ou militares sendo assassinados em pleno exercício da profissão. Os alvos principais dos bandidos foram os PMs. Dados da Associação dos Cabos e Soldados mostram que a baixa na corporação chegou a 19 no ano passado. E outros 14 foram vítimas de baleamento.

CONDIÇÕES PRECÁRIAS

Enquanto enterrava mais um companheiro de farda, no final de 2014, o cabo Francisco Xavier, presidente da Associação, denunciava que a Polícia Militar hoje está em condições precárias de infraestrutura e administração.

“Temos que rever as nossas leis. O mínimo que deveríamos ter era uma corporação mais forte, sólida. Hoje, no Pará, a segurança pública só se reúne para conversar com os oficiais, e esquecem de quem está todos os dias na rua, fazendo a segurança da população. Precisamos reestruturar a nossa polícia”, disse à época.

Os últimos assassinados no ano foram o soldado da PM Rômulo Alencar Lima da Costa Júnior morto durante uma tentativa de assalto na rua João Engelhard, no bairro do Tapanã, em Belém.

Três bandidos anunciaram o assalto, enquanto o PM estava dirigindo o carro. Sem atender os meliantes, ele não parou. Incomodados com a atitude do soldado, o trio efetuou os disparos e um deles atingiu Rômulo, na região do rosto.

O policial foi socorrido e encaminhado a Unidade de Saúde do bairro do Tapanã, porém ele não resistiu aos ferimentos e morreu no caminho do hospital. Já entre os civis, o ponto alto dessa matança ocorreu em novembro, quando 349 pessoas foram vítimas de homicídios em todo o estado. Foi o segundo mês mais violento do ano, perdendo somente para janeiro, onde foram registrados 366 assassinatos.

Em novembro, entre os dias 4 e 5, uma matança desenfreada tirou a vida de 11 pessoas. A partir da morte de um cabo da Rotam, outras dez pessoas misteriosamente foram assassinadas em diversos bairros de Belém.

Após mais de dois meses, ninguém foi preso e não foi confirmada qualquer relação dos assassinatos em série à morte do policial no bairro do Guamá. a chacina já está sendo objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa, que até aqui já indicou a existência de grupos de extermínios.

LEIA MAIS:

A cada hora oito pessoas 'perdem' para ladrões no Pará

(Diário do Pará)

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