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PARÁ

Ministério da Ciência e Tecnologia reduz orçamento do Museu Goeldi em 4,1 milhões

O contingenciamento baixado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para esse ano foi na ordem de 42%, mas para as unidades de pesquisa como o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) ficou na ordem de 25%. Com isso, o orçamento para e

O contingenciamento baixado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para esse ano foi na ordem de 42%, mas para as unidades de pesquisa como o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) ficou na ordem de 25%. Com isso, o orçamento para este ano foi reduzido em R$ 4,1 milhões, baixando de R$ 15,4 milhões para cerca de R$ 11,3 milhões. O MPEG foi fundado em 1866 e é a mais antiga instituição científica da Amazônia e o segundo mais antigo museu de ciência do Brasil. Apenas o Museu Nacional do Rio de Janeiro foi criado antes da instituição.

“Como não podemos deixar de cumprir os contratos de serviços essenciais já firmados, como vigilância e limpeza, esta redução comprometerá fortemente o investimento nas atividades-fim da instituição, como pesquisa e desenvolvimento, e as ações educativas, incluindo as museológicas”, destaca a bióloga Ana Luisa Kerti Mangabeira Albernaz, diretora da instituição.

Esse cenário pode diminuir ainda a oferta de editais, que geralmente são fontes de recursos complementares ao orçamento direto. Em 2017, o contingenciamento dos órgãos federais, incluindo o Museu, foi de 44%. Na ocasião, o orçamento da instituição passou de R$ 12,7milhões para R$ 7,1 milhões, o que ameaçou a continuidade das atividades no Parque Zoobotânico e na Estação Científica Ferreira Penna.

MOBILIZAÇÃO

A mobilização da sociedade e da classe política, apoiada pela comunidade técnico-científica, foi fundamental para reverter esse quadro. “A atuação do então ministro da Integração Nacional, hoje governador do Pará, Helder Barbalho, junto ao então Ministro da Ciência e Tecnologia foi extremamente importante para a conquista dos recursos complementares que garantiram o funcionamento regular do Museu Emílio Goeldi até o final daquele ano”, lembra.

Ana garante que as parcerias que fortalecem o movimento em defesa da Ciência e Tecnologia e da própria instituição nunca deixaram de existir e, no atual contexto, certamente estarão mais firmes. O MPEG, segundo ela, sempre atuou em parceria com variadas instituições, com o Governo do Estado, com povos tradicionais e indígenas, com empresas e com a sociedade em geral.

“Os projetos que já estão com editais aprovados não correm risco, mas ainda não temos uma avaliação concreta sobre o impacto sobre cada atividade em particular ou se haverá áreas de atuação do Museu Goeldi mais afetadas”.

Em 2018, foram desenvolvidos 184 projetos no MPEG, 90% dos quais de pesquisa. Outros 10% são projetos de educação, de comunicação e extensão. A instituição mantém em parceria, ou sozinha, 7 cursos de pós-graduação. Em duas décadas, já formou mais de 650 novos mestres e doutores. “Com essa nova realidade também está prevista uma redução na quantidade de bolsas de estudo e pesquisa, o que poderá afetar os cursos de pós-graduação, por exemplo”.

Em 2017 por conta do corte orçamentário foi criada a campanha “SOS Museu Goeldi”, movimento que ganhou as redes sociais e que foi fundamental para a manutenção da instituição. “A sociedade civil e a comunidade técnico-científica do Museu se mobilizaram para impedir que o Parque Zoobotânico e a Estação Científica Ferreira Penna suspendessem suas atividades”. O movimento não possui caráter institucional, apesar da direção ter dado todo apoio à iniciativa. “Não podemos falar em retomada do movimento porque ele nunca deixou de existir”.

O GOELDI

  • A trajetória de quase 153 anos do MPEG é marcada pelos estudos científicos dos sistemas naturais e socioculturais amazônicos e na divulgação dos conhecimentos gerados.
  • Mantém coleções científicas que são a base de muitas das pesquisas desenvolvidas na instituição.
  • Possui 4 bases físicas: o Parque Zoobotânico e o Campus de Pesquisa, em Belém (PA); a Estação Científica Ferreira Penna no arquipélago do Marajó (PA); e um campus Avançado, em Cuiabá (MT)
  • O Parque Zoobotânico possui uma área de 5,4 hectares, onde é possível encontrar mais de três mil animais, pertencentes a 100 espécies, vivendo em um jardim histórico com mais de duas mil árvores, cipós e arbustos, de cerca de 500 espécies botânicas diferentes.
  • O Campus de Pesquisa, no bairro da Terra Firme, concentra a estrutura para as atividades científicas da instituição, incluindo seus laboratórios e coleções. O acervo do Museu Goeldi gira em torno de 4 milhões de itens, é um dos maiores do Brasil.
  • A Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn) fica na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Marajó (PA). Conta com uma excelente infraestrutura de pesquisa.

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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