plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 28°
cotação atual R$


home
PARÁ

Canteiro vira abrigo para índios Warao

O canteiro central da avenida Rômulo Maiorana, no bairro do Marco, próximo à Travessa Humaitá, em Belém, virou abrigo para um grupo de 40 índios venezuelanos, da etnia Warao. Os primeiros “moradores” começaram a ocupar o espaço há cerca de três semanas, s

O canteiro central da avenida Rômulo Maiorana, no bairro do Marco, próximo à Travessa Humaitá, em Belém, virou abrigo para um grupo de 40 índios venezuelanos, da etnia Warao. Os primeiros “moradores” começaram a ocupar o espaço há cerca de três semanas, segundo o grupo, por não haver outra alternativa de moradia na capital nem recursos financeiros para arcar com despesas de aluguel.

Falta de alimentos, medicamentos e de recursos básicos foi o que motivou a migração dos índios da Venezuela para o Brasil. Porta-voz e a única pessoa do grupo que entende bem o português, o índio Fred Cardona, 35, disse que o grupo vivia na cidade de Maturín e vieram em busca de melhores condições de vida. Porém, hoje vivem nas ruas, em condições insalubres, contando apenas com a solidariedade de quem pode ajudá-los com doações em dinheiro, alimentos, vestuários, materiais de higiene, medicamentos, etc.

O grupo montou barracas improvisadas com lonas. Fred conta que as mulheres e crianças ocupam as redes, enquanto os homens ficam acordados para dar proteção a eles à noite.

Sem banheiros, cada um deles paga o valor de R$ 2 para utilizar um banheiro para tomar banho e fazer as necessidades fisiológicas. Já a comida que recebem ou compram com o dinheiro doado é guardada em isopor com gelo.

Com lonas, eles improvisaram uma espécie de barraca numa área de espaço de lazer. A grade que cerca o local serve como estrutura para amarrar as redes onde dormem. Não há banheiros para fazer as necessidades fisiológicas, muito menos tomar banho. A alimentação do grupo é garantida graças a solidariedade de moradores locais. Sem ter onde armazenar, a comida fica exposta ao tempo.

“Estamos pedindo para vacinar, porque tem mulher grávida e crianças de colo. Ficamos na chuva e no sol. Precisamos de redes, lonas, fogão e gás para fazer comida. Tem criança doente com tosse, febre, e precisando de vitaminas porque não comem bem”, diz. “Precisamos ir para um abrigo. Tem muitos doentes. A Prefeitura não faz nada por nós”, acrescenta.

PRECARIEDADE

Morador do Marco, o mecânico industrial o Odair Fernandes, 37, sempre passa pelo local e observa os índios vivendo em uma situação precária, enfrentando chuva e sol. Crianças brincam na areia e em poças d’água do espaço de lazer que virou moradia.

“Eles foram retirados e depois voltaram. Eles recebem muita doação, comida, roupas. Almoço, janta. Não vi ninguém da prefeitura tomar nenhuma atitude ai. Eles estão jogados. Os abrigos estão lotados. Tem um na perimetral que está lotado”, disse ele. Funcionário de um supermercado situado em frente ao espaço diz que os índios compram alimentos e trocam moedas no local.

(Foto: Nailana Thiely)

Seminário debate políticas para indígenas

A Universidade Estadual do Pará (Uepa) iniciou ontem o debate do VIII Seminário do Grupo de Estudos Indígenas da Amazônia, que vai até hoje no auditório da instituição. A mesa redonda de ontem, intitulada “Intelectuais Indígenas: Protagonistas na produção do conhecimento científico”, foi composta pelos professores e alunos indígenas Murué Suruí, Tiapé Suruí, Concimar Sompré e Nivaldo Tembé, que dividiram experiências sobre ensino superior com pesquisadores e alunos da área.

A professora Murué Suruí, egressa da primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena da Uepa, defendeu a adequação das instituições de ensino superior à realidade dos povos. “Acho importante mostrar nosso lado como aluno indígena. Como aluna, foi muito importante, por exemplo, o respeito da Uepa em ir até nosso povo, e podermos fazer essa troca de conhecimentos no próprio lugar em que moramos”, afirmou.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Pará

Leia mais notícias de Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias