Dezenas de católicos saíram às ruas do bairro da Cidade Velha, na noite de ontem, em Belém, para acompanhar a Procissão da Fuga do Senhor. A caminhada é uma das mais simbólicas da Semana Santa e representa a ida de Jesus Cristo ao Getsemani para rezar e se preparar espiritualmente para a crucificação.
A imagem de Cristo na cruz saiu da Igreja da Sé e seguiu até a Basílica Santuário. A cruz de madeira de dois metros retrata o sofrimento do filho de Deus a caminho da morte.
HISTÓRICO
A programação da Fuga do Senhor era uma cerimônia simples, mas se tornou procissão a partir se 2013 a pedido do arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, que queria dar uma importância maior a essa passagem bíblica.
Segundo o vigário da paróquia de Nossa Senhora da Graça, padre João Paulo Dantas, a caminhada convida a todos a refletir sobre o papel de cristãos. “Assim como Jesus, devemos, nos momentos de sofrimento, seguir a vontade de Deus”, aconselha o religioso.
Durante uma hora e meia de percurso, os católicos rezaram, fizeram pedidos e agradeceram pela vida. A professora Ângela Alcântara, 57, e a mãe, Maria Lourildes, 80, acompanham a procissão há cinco anos. Para elas, a Semana Santa também é um momento para renovar a fé. “Ela desperta todos os bons sentimentos. Jesus merece toda a nossa homenagem e fé”, afirma Ângela.
Jovens se apresentam na pré-estreia da Paixão de Cristo
A peça se repete há 36 anos e reúne milhares de fiéis, em Canudos (Foto: Irene Almeida)
A noite de ontem também foi de pré-estreia para os cerca de 113 jovens que integram o espetáculo Paixão de Cristo, no bairro de Canudos, em Belém. A peça é um teatro de rua que se repete há 36 anos e costuma atrair cerca de mil pessoas dentro da quadra da comunidade de Queluz e outras sete mil no cortejo.
O coordenador do grupo, Aluísio Freitas, explica que a pré-estreia é um ensaio técnico em que o elenco observa o tempo de apresentação, passa o texto e verifica todas as pendências, como figurino, cenário, luz, som etc. “Verificamos todas as passagens de cena a cena e detalhes como a sonoplastia”, conta.
O ensaio durou quase três horas, uma a menos do que a apresentação oficial. Os ensaios começaram em janeiro e o processo costuma reunir sugestões do grupo para aperfeiçoar a peça.
Apesar da tradição, o espetáculo sempre busca introduzir novidades no palco. Este ano, por exemplo, haverá grupos de músicas danças com flautas, e o personagem Maria, que este ano traz uma mulher negra, enfatizando a luta contra o preconceito.
O espetáculo acontece amanhã, a partir das 18h30, na Paróquia São José de Queluz, em Canudos.
Alguns atores são novatos, já outros já participam há algum tempo. O ator Ysamys Charchar, 29, participa da Paixão de Cristo no bairro há quatro anos. Já encenou alguns dos personagens principais. Entre eles, Erodes, o sacerdote e Jesus. Este ano, o jovem vai interpretar Lucifer. “É um personagem desafiador, que mostra que o mal existe e que Jesus veio para reverter para o bem”, considera.
Paróquias celebram Missa do Lava-Pés
A Quinta-Feira Santa inicia com a Missa da Crisma. A celebração Eucarística é realizada sempre pela manhã, às 8h, presidida pelo Arcebispo, Dom Alberto Taveira Corrêa.
Nesta celebração ocorrem dois momentos importantes, a renovação dos compromissos sacerdotais e bênção dos Santos Óleos, por isso também a Santa Missa é dita Missa dos Óleos Santos.
Neste dia, pela manhã, não há nenhuma outra celebração na arquidiocese, o que reforça mais ainda o aspecto da unidade e da comunhão da Igreja, onde em uma única missa todos estão presentes em torno do mistério pascal de Cristo, constituindo um momento forte de comunhão eclesial.
Ainda hoje, à noite, será celebrada a Missa da Ceia do Senhor com a cerimônia do Lava-Pés, em todas as paróquias da Arquidiocese de Belém. Na Catedral de Belém, às 18h, a presidência é com Dom Alberto Taveira Corrêa. As demais paróquias contam com párocos que celebram de acordo com seus horários.
Nesta mesma noite, em todas as Igrejas do mundo, é retirado de dentro do sacrário a hóstia consagrada, o corpo de Cristo, e é posto em um local digno fora das Igrejas e capelas, e permanece lá até o Sábado Santo. O ato de se deixar o sacrário vazio dentro das Igrejas recorda-nos o momento que nos é retirado Nosso Senhor Jesus Cristo para ser entregue a morte, e depois colocado no sepulcro.
Durante a celebração recorda-se do momento em que Jesus, antes da instituição da eucaristia, lava os pés de seus discípulos, para que esses, e seus sucessores, depois fizessem a mesma coisa. Simbolismo do amor que Jesus nos amou, um simples gesto de humildade e serviço ao próximo (Mandamento do Amor).
(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)
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