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PARÁ

Centro Comercial da capital é o retrato do abandono público

Outrora um espaço de compra prestigiado e ponto de encontro na cidade, o centro comercial de Belém vive um cenário desolador: calçadas estreitas, desniveladas e deterioradas, bueiros destampados, ruas com paralelepípedos esburacadas, lama empoçada, além d

Outrora um espaço de compra prestigiado e ponto de encontro na cidade, o centro comercial de Belém vive um cenário desolador: calçadas estreitas, desniveladas e deterioradas, bueiros destampados, ruas com paralelepípedos esburacadas, lama empoçada, além de muito lixo e entulhos acumulados. E, para piorar a situação, com a ocorrência da maré alta, comum nesta época do ano, trabalhadores e transeuntes também são obrigados a pisar na água que alaga as ruas.

A poluição visual também está presente por toda parte do comércio da capital, já que a distribuição das barracas dos comerciantes informais é desorganizada. E, devido ao estreitamento das calçadas, sobra pouco espaço para a circulação de pedestres. Uma das áreas mais prejudicadas é a Rua João Alfredo, onde o piso de paralelepípedo deu lugar a enormes valas a céu aberto, com lixo e entulhos por toda parte, além da lama trazida pela maré alta.

O ambulante Márcio Melo, 39 anos, que trabalha há 22 na área, aponta a ausência de acessibilidade nas ruas como um dos principais problemas estruturais existentes ali. Se locomover pelas calçadas desniveladas e cheias de buracos é uma missão quase impossível para cadeirantes, deficientes visuais e idosos. “Sempre tem deficientes e eles precisam de ajuda para andar por aqui. É até repetitivo falar, mas falta acessibilidade. Vemos também muitos idosos caírem aqui. Outro problema é a falta de guarda municipal que torna o comércio mais inseguro”, reforça.

SEM LIXEIRAS

Lixeira é considerada um artigo de luxo no local. Andando pelas ruas é difícil encontrar uma. O resultado disso: lixo e entulhos espalhados por toda parte. Quando chove e/ou ocorre a maré alta, muito desses dejetos vai parar dentro dos bueiros destampados, conforme observa o ambulante Inácio Rodrigues, 56, que atua há 5 anos na João Alfredo. “Quando a prefeitura vem varrer, metade já foi para dentro dos bueiros. Os turistas que vêm aqui ficam impressionados por ver tanta sujeira e descaso”, critica ele, acrescentando que a situação afasta os clientes.

Visitando a capital paraense pela segunda vez, a professora aposentada Maria Lage, 68, sentiu-se incomodada com o que viu. A turista veio da cidade de Ipatinga (Minas Gerais) para visitar duas netas que moram em Belém. “Falta saneamento básico, um desrespeito com a população. As ruas são esburacadas, tem esgotos a céu aberto. Moro em Ipatinga e lá a cidade tem uma estrutura boa, é arborizada. Tem tratamento de água e o esgoto já cai no rio tratado”, pontua.

Já a pedagoga Tainá Souza, 36, moradora da capital, não se sente confortável para circular pelo comércio, devido às péssimas condições estruturais do espaço. “Entra e sai ano e não muda. É uma desorganização, a estrutura precisa melhorar e muito. Quando está muito cheio a gente não consegue nem andar”, reclama.

Bueiros abertos e buracos trazem riscos para pedestres e motoristas. (Foto: Wagner Santana)

RESPOSTA - PREFEITURA

Em nota, a Secretaria Municipal de Economia (Secon) informou que já está em fase de processo licitatório a aquisição de lonas para a cobertura do Espaço Palmeira.

Com relação ao centro comercial de Belém, a Secon informa que já existe um projeto elaborado pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) que irá promover maior mobilidade e infraestrutura aos pedestres e vendedores do espaço.

Já a Secretaria de Saneamento (Sesan) diz que realiza a limpeza na área com uma equipe fixa que efetua a varrição de todo o espaço. Com relação aos bueiros, uma equipe vai ao local para avaliar a situação.

Espaço Palmeira é o retrato do descaso

Espaço Palmeira está com cobertura quebrada e muitos boxes abandonados pelos comerciantes. (Foto: Wagner Santana)

Na Rua Senador Manoel Barata, a situação de abandono do Largo da Palmeira também chama a atenção de quem circula pela área. O espaço que abriga variados segmentos de comércio aguarda por uma revitalização. O DIÁRIO esteve no local e constatou que no período da tarde o espaço praticamente para de funcionar. Dentre os problemas observados estão o odor de fezes e urina por toda a parte, piso deteriorado e escorregadio devido ao lodo, acúmulo de água parada, inclusive dentro de boxes não utilizados, além de várias partes da estrutura descobertas, devido estarem sem o revestimento em lona. O espaço também é considerado inseguro por não contar com a presença de guardas municipais.

Presidente da Associação dos Trabalhadores Informais do Centro Histórico de Belém (Aticehb), Heleno Freitas contou que existe um projeto de revitalização pronto para ser executado no espaço, porém, a Prefeitura alega falta de orçamento. “O projeto foi orçado em R$ 16 milhões. Mas a Prefeitura não tem esse orçamento. Então pedimos para fazer a manutenção básica que é a lavagem e retirada de entulhos”, pondera.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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