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PARÁ

Empreender vira alternativa em meio ao desemprego

O administrador Fábio Lima, 39, começou há 7 anos um negócio na cidade paraense de Vigia, uma vez que precisava de mais uma fonte de renda para a família. Sua esposa, a turismóloga Josilene Casseb, 40, trabalhava como professora e Fábio, na ocasião sem oc

O administrador Fábio Lima, 39, começou há 7 anos um negócio na cidade paraense de Vigia, uma vez que precisava de mais uma fonte de renda para a família. Sua esposa, a turismóloga Josilene Casseb, 40, trabalhava como professora e Fábio, na ocasião sem ocupação fixa, procurava uma oportunidade para empreender. O casal então iniciou um negócio inovador na cidade. Eles começaram a fazer pizza em casa para vender a partir de uma receita de massa de família.

Enquanto a esposa dava aula no campus do IFPA em Vigia, o marido fazia e vendia as pizzas na própria casa. Um dia Josilene levou as pizzas para os seus alunos na sala de aula. Eles adoraram e fizeram um imenso boca a boca pela cidade. Não existia pizzaria vendendo massa feita na hora, fresquinha, em Vigia. Nascia assim a “Pizza do Fábio”.

Histórias como a de Fábio mostram que cada vez mais trabalhadores, desempregados ou sem ocupação fixa, partem para o empreendedorismo. Entre os 12 milhões de desempregados no Brasil hoje, 391 mil estavam no Pará até o final do ano passado, segundo o Dieese-PA. A falta de oportunidades no mercado formal de trabalho está levando vários profissionais a partirem para o negócio próprio, o chamado empreendedorismo por necessidade.

Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), até dezembro de 2018 havia no Pará 254.700 pequenos negócios optantes pelo Simples Nacional e, até este mês, o serviço registrou 256.700 pequenos negócios, entre microempreendedores individuais (MEIs), pequenas empresas e empresas de pequeno porte.

A meta de atendimento no Pará esse ano é de 27.369 MEIs (nesse caso empresas já formalizadas) e de 45 mil potenciais empresários atendidos. São considerados potenciais empresários as pessoas físicas que possuem negócio próprio sem registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ); DAP, inscrição estadual ou registro de pescador (no caso dos produtores rurais), Carteira Nacional de Artesão ou de Trabalhador Manual para os artesãos; e os indivíduos que ainda não possuem negócio próprio, mas que estão efetivamente envolvidos na sua estruturação. Esse número poderá aferir na quantidade de pessoas com negócio próprio formal em 2019 segundo o Sebrae.

RECEITA

“Vale lembrar que em 2018 a Receita Federal cancelou mais de 42 mil MEIs e mais de 5 mil micro e pequenas empresas e Empresas de Pequeno Porte (EPP) em todo o Estado. Em 2017 foram cancelados 52 mil, ambos por inadimplência”, destaca Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará

Segundo ele, com base na tendência de empresas por setor, os pequenos negócios que mais se destacam no Pará são os de setores de comércio e serviço. “No segmento do comércio, o destaque para artigos de vestuário, mercadorias em geral com predominância de produtos alimentícios, armarinhos e bebidas. No segmento de serviços, destaque para os salões de beleza, restaurantes e lanchonetes”.

Rubens Magno vê o cenário atual com muito otimismo. “Observamos o crescimento do empreendedorismo, mesmo que seja por conta da crise econômica e desemprego, o que leva as pessoas a empreenderem por necessidade”, afirma.

Quanto ao sucesso do negócio, o superintendente diz que dependerá de uma série de fatores, incluindo, principalmente acertos nas tomadas de decisões que levam a uma gestão com foco e estratégia para o negócio. “Aí entra o papel do Sebrae: orientar os empreendedores para que sobrevivam a crises e aos tempos difíceis”, coloca.

Mercado e público desconhecidos, falta de planejamento e de noções de gestão de negócios são os principais erros cometidos por quem abre um negócio, apontam especialistas. No começo do negócio, Fábio atendia ao telefone, fazia as pizzas e entregava, já que não havia recurso para pagamento de auxiliar ou entregadores. O negócio foi engrenando e sua esposa largou a docência e mergulhou no empreendimento, atuando na área administrativa.

Com o aumento dos pedidos o casal abriu, em 2013, um ponto em Vigia para 70 pessoas que também ficou pequeno. Em 2015 um novo ponto para 150 pessoas foi inaugurado, onde até hoje funciona a pizzaria e um restaurante. “Já inauguramos uma filial em Belém e empregamos 30 pessoas no total. Fizemos o caminho inverso: nos consolidamos no interior e partimos para a capital”, comemora.

A pizzaria se especializou em sabores regionais e um dos carros-chefes é a pizza de caranguejo com borda decorada por patinhas de caranguejo. “Recebemos em Vigia uma medalha de Honra ao Mérito por incentivar o turismo e a gastronomia da região. Hoje fornecemos as pizzas de caranguejo para hotéis e até para fora do Estado”, diz Josilene.


Bernardo Élleres (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

Bernardo deixou emprego para abrir um negócio

O microempresário Bernardo Élleres, de 27 anos, é formado em administração, mas como nunca conseguiu um emprego na sua área de atuação, trabalhava como atendente numa academia, onde permaneceu quase dois anos. “Eu trabalhava muito, batia minhas metas mas não tinha o retorno financeiro adequado. Foi aí que decidi largar tudo. Fiquei desempregado e parti para o negócio próprio”, conta.

Há cerca de 5 meses ele procurou ajuda do Sebrae para auxílio na abertura da sua empresa, uma revenda de açaí in natura, no bairro do Marco. Há dois meses finalmente conseguiu abrir o ponto com um sócio. “Hoje estamos conseguindo levar o negócio. Tinha um batedor, mas tive que dispensá-lo e conto com a ajuda de um amigo do meu sócio, mas vamos contratar profissionais logo que o negócio cresça”, coloca. Hoje Bernardo chega a vender 30 litros de açaí por dia, volume que aumenta para 50 aos finais de semana.

“O que está nos atrapalhando nesse momento é a entressafra do açaí entre os meses de fevereiro e junho, o que sobe muito o preço, mas estamos nos adaptando. Se sobrevivermos agora vamos vencer no negócio. Empreender é uma saída fantástica para o desemprego caso você seja realista e bem orientado”, acredita.

Dicas básicas para quem quer abrir um negócio

  • Quem se habilita a abrir um empreendimento tem sempre que ficar atento ao mercado, sabendo a que segmento quer atingir e o que o consumidor está buscando
  • Antes de abrir a empresa é importante que o empresário teste seu produto ou serviço para avaliar o seu grau de aceitação no mercado e aumentar sua margem de segurança
  • Após a abertura do negócio é importante continuar sempre com uma gestão atenta ao mercado e aos humores do consumidor para que o produto ou serviço acompanhe as mudanças para se adaptar ao desejo de quem consome

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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