O nível do rio Tocantins em Marabá, no sudeste paraense, chegou a 8,87 m na manhã desta terça-feira (11), baixando cerca de 11 cm em relação ao domingo, quando o nível chegou a 8,98.
A Defesa Civil Municipal já começou a limpar os abrigos, mas apenas famílias que moram às margens do rio Itacaiúnas é que já começaram a procurar o órgão. Algumas dessas famílias já se encontram alocadas no ginásio da Obra Kolping, localizado no núcleo Novo Horizonte.
Por lá ainda não há luz elétrica e nem banheiros químicos, itens que já estão sendo providenciados pela Defesa Civil em todos os abrigos. A entidade tem feito o acompanhamento do nível do rio a todo instante assim como o acompanhamento metereológico de chuvas para a região. A previsão é que até o final do mês de março chova cerca de 132,6 mm.
Defesa Civil começou o mutirão de limpeza dos abrigos
A previsão máxima de chuva para Marabá é na quarta, onde deverá chover 20mm. O restante da semana não apresenta dados previsionais de muita chuva, segundo informações do Centro Gestor e Opereracional do Sistema de Proteção da Amazônia, o Censipam.
No último domingo (10), a reportagem acompanhou a situação dos desabrigados dos bairros a margem do rio Itacaiúnas, lado oposto ao rio Tocantins. Nos bairros Carajás I e Independência o nível já encobre as casas das margens. Conforme já mencionado, famílias já se deslocaram para o abrigo da Obra Kolping no Novo Horizonte.
De acordo com o pedreiro Oseias Pereira, a cheia pegou os moradores de surpresa. "Não estávamos nem preparados, nem dinheiro tenho para alugar outra casa, o jeito foi vir para cá (abrigo)", declarou ele. "A água já está a uns dois metros e chega até os três metros", complementa.
POR QUE NÃO SAEM DE LÁ?
Indagado porque não se muda da área, já que todo ano há o histórico de enchentes, Oseias Pereira diz que o problema é financeiro, visto não ter condições de comprar outro imóvel em local mais alto, geralmente com valores mais caros.
No bairro Independência, no balneário conhecido como Vavazão, a cheia do rio já inundou toda a área onde geralmente existem bares e restaurantes.
De acordo com o autônomo Welington Alves, a cheia acaba com o negócio. "Todo ano é esse problema e não temos para onde ir", explica. "A nossa renda é daqui e o pouco que temos nos obriga a alugar uma casa até a água baixar", descreve ele como resolve a situação da família com a cheia.
Mesmo com o problema, os moradores procuram se organizar como podem para enfrentar esse problema que todo ano afeta Marabá.
Adultos e crianças se organizam os abrigos aguardando ajuda dos responsáveis. "Agora é o segundo ano que venho para cá (abrigo)", diz o aposentado Demerval Pinheiro. "Recebi cestas básicas, colchão, água, tivemos ajuda sim da prefeitura e das igrejas", declarou ele, em tom esperançoso de que mais uma vez, esse ano esse tipo de ajuda venha.
(Com informações de Michel Garcia)
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