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Elcione questiona presidente da Vale sobre segurança de barragens

O presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman, afirmou ontem, em audiência pública realizada pela comissão externa da Câmara dos Deputados, que a companhia foi surpreendida e até hoje não sabe o que causou o derramamento de rejeitos de minérios que p

O presidente da mineradora Vale, Fabio Schvartsman, afirmou ontem, em audiência pública realizada pela comissão externa da Câmara dos Deputados, que a companhia foi surpreendida e até hoje não sabe o que causou o derramamento de rejeitos de minérios que provocou a morte de 166 pessoas e o desaparecimento de outras 155 na barragem de Brumadinho (MG). Durante todo o período em que esteve no plenário, Schvartsman foi duramente criticado pelos parlamentares presentes, entre eles a autora do requerimento que convidou o CEO da Vale, a deputada federal paraense Elcione Barbalho (MDB).

Elcione questionou o presidente sobre as medidas de segurança de um dos maiores empreendimentos da Vale no Pará, a mina do Sossego, em Canaã dos Carajás que, segundo ela, está incluída entre as 18 barragens classificadas como de alto risco pela Agência Nacional de Mineração, embora neste momento não haja indicativo de motivo de preocupação. “Este também era um indicativo no caso da barragem em Brumadinho. A população do Pará não vai correr esse risco, e por essa razão estamos adotando medidas preventivas de monitoramento e fiscalização”, advertiu a deputada ao presidente da Vale.

Fabio Schvartsman falou sobre as medidas adotadas após o rompimento da barragem e defendeu a Vale. Segundo ele, a empresa, “uma das melhores” que diz ter conhecido, “não pode ser condenada por causa de um único acidente”. “É uma joia brasileira que não pode ser condenada por um acidente que aconteceu em sua barragem, por maior que tenha sido a tragédia”, afirmou.

Ele disse que todas as barragens “a montante” da Vale foram compradas pela empresa após monitoramento das estruturas. A empresa tem 19 barragens construídas pelo sistema “a montante” e já anunciou que acabará com essas barragens em até três anos. Segundo a Vale, nenhuma delas está sendo usada.

INDENIZAÇÕES

Na reunião, o presidente da Vale voltou a dizer que a companhia não vai judicializar o processo de pagamento de indenizações e que quer acelerar o pagamento para as famílias atingidas. “A Vale quer acelerar esses pagamentos de indenizações. A gente não vai optar por judicialização, vamos
optar por acordo”, afirmou.

CLIMA TENSO

Por sua vez, os parlamentares presentes na audiência pública teceram severas críticas à empresa e chegaram a chamar Fabio Schvartsman, de “bandido” e “mentiroso”.

O deputado Evair Melo (PV-ES) disse que Schvartsman deveria pedir desculpas à população por dizer que a empresa é vítima. “Isso não tem respaldo técnico nenhum, o senhor deveria pedir desculpas”, afirmou. Já o deputado André Janones (Avante-MG), o mais enfático, afirmou que a empresa só pensa no lucro e que seu presidente é um bandido: “Vocês colocaram no papel e viram que valia mais a pena matar 300 pessoas do que fechar a barragem”.

“A Vale está tão preocupada com os moradores que até cardápio de hotel está regulando, dizendo o que podem pedir e o que não podem pedir”, afirmou Janones, perguntando quem deve ser punido, já que Schvartsman afirmou que a Vale é vítima nessa situação.

CEO da mineradora foi o único sentado durante homenagem às vítimas

Um flagrante registrado pelo fotógrafo autônomo Lula Marques mostrou que, quando os participantes da audiência fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas de Brumadinho, o presidente da Vale foi o único a não se levantar. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) compartilhou em seu Twitter o flagrante do momento que acabou viralizando nas redes sociais.

O pedido de comparecimento à Câmara faz parte do cronograma de trabalho da Comissão Externa de Brumadinho, criada no final do mês de janeiro, com o objetivo de acompanhar as investigações sobre o rompimento da barragem, ocorrido em 25 de janeiro. A deputada Elcione Barbalho é uma das signatárias do pedido de comparecimento e integrante da Comissão Externa.

De acordo com o relator do colegiado, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o parecer deve ser apresentado em meados de março.

(Fabio Schvartsman não ficou de pé durante o minuto de silêncio - Divulgação)

(Luiza Mello/Diário do Pará)

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