O país acompanhou de perto a tragédia em Brumadinho que aconteceu no último dia 25 de janeiro, no interior de Minas Gerais. Quem poderia imaginar que, após Mariana, um desastre ambiental de níveis estratosféricos fosse acontecer três anos depois naquele mesmo estado?
Inevitavelmente as atenções voltaram-se para os intensos trabalhos das equipes de resgate e assistentes sociais. Nunca se esteve tão preocupado em evitar mais um rompimento de outras tantas barragens espalhadas pelo Brasil.
O estado do Pará abriga 91 unidades, entre elas estão duas da empresa norueguesa Hydro, localizadas no município de Paragominas, nordeste paraense: a Sistema do Vale e o Reservatório do Platô.
A proposta da visita foi mostrar a imprensa local como estão as barragens e o funcionamento do sistema que monitora os reservatórios, além de parte do maquinário usado nas instalações.
Retomadora em ação (Foto: Divulgação)
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Confira no vídeo:
FUNCIONAMENTO
Os primeiros trabalhos de mineração começaram no Sistema de Barragens do Vale, em março de 2007. É nele que são utilizados, predominantemente, uma combinação de métodos de alteamento à jusante e linha de centro. Ou seja, após o processo de “beneficiamento” (que é quando se separa “o joio do trigo”) e a bauxita é enviada para a Alunorte através do Mineroduto, o que sobra são os rejeitos, lançados nos sistemas de barragens.
Segundo a empresa, é importante pontuar que, diferentemente do que se pensa, o processo de “beneficiamento” não sofre nenhum uso de produtos químicos, ou seja, não agride o meio ambiente e não faz mal à saúde de quem, por ventura, entre em contato direto.
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Moinho de Bolas (Foto: Divulgação)
SEM RISCOS
Segundo o diretor Industrial da Mineração de Paragominas, o porta-voz da Hydro, Evilmar Fonseca, a referida unidade não apresenta riscos aos trabalhadores, tampouco às comunidades distantes cerca de 70 quilômetros. No caso de Paragominas, a cidade é “beneficiada” por conta do relevo plano e por aproveitar o espaço aberto, fazendo com que os rejeitos sejam dispostos uniformemente.
Essa composição de rejeitos não é o tipo que “se dá bem com a água”. Em nossa visita guiada, chovia forte [período chuvoso que começou em novembro último], mesmo assim foi possível constatar a durabilidade do material na barragem do Vale: firme, sólido e seca rápido tão logo é disperso.
Fonseca afirma também que a unidade de Paragominas trabalha em conformidade com as leis. A última Declaração de Condição de Estabilidade foi emitida em setembro último, atestando a estabilidade das barragens; o próximo pronunciamento será até março de 2019.
(Fernanda Palheta/DOL)
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