Abandonado, Complexo de São Brás acumula vários problemas

Quem passa em frente ao Mercado de São Brás, esquina das avenidas José Bonifácio e Almirante Barroso, em Belém, vê que o cenário não é dos melhores. Vários moradores em situação de rua ocupam o espaço do monumento de Floriano Peixoto, nome dado à praça em frente ao prédio. “Às vezes fico até com receio de passar por aqui. Eles podem estar drogados. Não vejo guardas para nos dar segurança. Fico com medo”, disse Leandra Sousa, 19, estudante.

O Mercado é um dos principais patrimônios históricos e turísticos de Belém, mas está esquecido pelo poder público municipal. Um exemplo disso foi o furto de duas esculturas, em 2016, que faziam parte do mural da Praça e que até hoje não foram encontradas. Além disso, as pichações estão por todo o lado. Por fora e por dentro, o mercado está deteriorado, com infiltrações, falta de pintura, pichações, paredes rachadas e calçada quebrada.

ILUSÃO

Os trabalhadores da área aguardam pela revitalização há pelo menos dois anos. “Acredito que deve ser uma obra que vai transformar o prédio e quem trabalha aqui”, afirmou Rosana Martins, vendedora de ervas medicinais há 30 anos no mercado e diretora da Associação de Belém, que também faz parte da Comissão de Feirantes de São Brás.

O reparo mais recente feito pela Prefeitura de Belém ocorreu em 2017, de forma parcial, quando parte do telhado do mercado caiu. Na época, somente o que desabou foi trocado. Os feirantes se reúnem para manter o espaço em condições mínimas de trabalho “De lá para cá, nada mais foi feito. A gente vai se ajeitando como pode. Limpamos as calhas, a parte elétrica, varremos, entre outras coisas”, reforçou.

Outro local abandonado é a Praça da Leitura, conhecida pelo memorial do Chapéu do Barata, no cruzamento das avenidas Almirante e José Malcher. Apesar do grande fluxo de pessoas que passam diariamente por lá, a reportagem não viu ninguém que usufruísse do espaço público. “Infelizmente precisa melhorar muito. Esta praça está abandonada”, criticou Deusa Pereira, 43, doméstica.

O monumento de Floriano Peixoto é ocupado por moradores em situação de rua e acumula lixo. (Foto: Fernando Araújo)

O Memorial do Barata também está imundo e ainda concentra água parada. (Foto: Fernando Araújo)

EXPLICAÇÃO DA PREFEITURA

- O projeto de reforma do complexo de São Brás está previsto pela PMB, que garante fazer varrição diária e serviços de roçagem e lavagem.

- Sobre o Memorial do Barata, a PMB esclarece que o termo de cessão assinado em 2004 com o Governo do Estado encerrou em 2014 e que mesmo assim procura manter a limpeza no espaço.

- Em relação à limpeza, equipes da Secretaria de Saneamento (Sesan) trabalham em regime de mutirão para retirar o lixo.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)