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Pensando em adotar um coelho? Saiba quais os cuidados que precisa ter com seu novo amigo

Cães e gatos lideram o ranking de animais que famílias escolhem para adotar e ter criar laços. Porém, o coelhos também estão na lista de bichos para se ter em casa. Pequeno, silencioso e dócil, a espécie é uma boa opção para quem quer ter um companheiro.

Cães e gatos lideram o ranking de animais que famílias escolhem para adotar e ter criar laços. Porém, o coelhos também estão na lista de bichos para se ter em casa. Pequeno, silencioso e dócil, a espécie é uma boa opção para quem quer ter um companheiro. Mas é importante lembrar que eles também precisam de atenção e cuidados. Então, antes de adotá-los é importante buscar informações sobre a espécie e os cuidados que necessitam.

A médica veterinária Ana Paula Maués falou sobre a criação de coelhos, alimentação e cuidados. (Foto: arquivo pessoal)

Antes de tudo, é bom esclarecer que, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o coelho não é um roedor. Trata-se de um animal cuja espécie pertence a uma ordem chamada Lagomorpha. E é justamente por isso que estes animais peludos e orelhudos diferem de roedores como hamsters, camundongos e porquinhos-da-índia. As diferenças não são só físicas, mas também em seus comportamentos, o que nos leva às especificidades dos cuidados para com este pet.

Na vida livre, os coelhos correm bastante, desbravam lugares e cavam tocas. São animais muito inteligentes e de fácil treinamento. Quando bem cuidados e recebendo a atenção de que precisam, demonstram carinho por seus donos de maneira sutil, normalmente através de lambidas ou seguindo-os a cada passo pela casa.

Dessa forma, assim como um gatinho, um cãozinho ou qualquer outro animal de estimação, os coelhos precisam de dedicação e cuidados especiais para que vivam por mais tempo com qualidade de vida, amor e alegria.

ESPAÇO EM CASA

De acordo com a médica veterinária Ana Paula Maués, o espaço disponível em casa é um passo importante para analisar antes de adotar um coelho. “Além da vontade de querer dar carinho a estes seres apaixonantes, outro ponto importante ao cogitar adotar um coelho é dispor de um espaço apropriado para que eles ocupem, com área ampla para suas atividades e com o conforto necessário de que precisam para bem viver. Uma casa com pátio e grama onde possam passear, cavar tocas ou mesmo onde possa ser construído seu recinto seria o ideal”, explica.

“O recinto ou gaiola onde passarão a maior parte do tempo deve contar com uma área generosa para que possam se movimentar e exercitar. Coelhos que vivem em espaços muito pequenas tendem a ser mais ansiosos e estressados. Neste ambiente também deve-se evitar a presença de correntes de ar, contar com abrigos de chuva e sem incidência direta da luz solar”, completa a médica veterinária.


Ana Paula explica como deve ser feita a limpeza do pet e do ambiente que ele viverá. “O indicado é fazer a limpeza diária do espaço, evitando que ele seja exposto à sujeiras nocivas a sua saúde e assim tenha a imunidade comprometida, podendo contrair sérias doenças. Em relação a higienização do próprio animal, o excesso de banho para coelhos resulta na perda da camada de proteção natural da pele. Os coelhos normalmente fazem a sua própria higienização, ficando sempre limpos. No entanto, em casos de sujeiras excessivas, recomenda-se o banho a seco com toalhas úmidas sobre a pelagem, passando-a de maneira gentil sobre o animal. Em casos de sujeira extrema, recomenda-se o banho com água morna, e se ainda sim a sujeira não sair, pode-se utilizar um shampoo de pH neutro, enxaguando e secando devidamente. O tutor deve escovar o coelho periodicamente para remover pelos mortos, bem como o corte de unhas quando excederem o tamanho regular, sempre com muito cuidado, se possível com auxílio de profissionais capacitados para isso”, completa Ana Maués.

ALIMENTAÇÃO DOS ORELHUDOS

O que eles comem? No geral, a alimentação fornecida aos coelhos deve encontrar um equilíbrio entre o feno, a ração, vegetais e frutas. “O feno deve ser próprio para a alimentação de coelhos, sendo o principal elemento da dieta, envolvido no desgaste adequado dos dentes. Nos casos onde os dentes não sofrem o desgaste necessário, o coelho pode apresentar um crescimento excessivo do dente e isso lhes trará alguns danos, provavelmente precisando ir até o veterinário para resolução do caso. A ração deve ser peletizada e de boa qualidade, também própria para coelhos. A quantidade de ração fornecida deve ser exatamente aquela que o animal comerá naquele momento, não podendo haver reaproveitamento de sobras, pois no caso de rações molhadas, mofadas ou estragadas, o seu pet poderá ter graves problemas de saúde”, detalha a médica veterinária.

“Quanto aos vegetais, dar preferência às folhas de cor verde-escuro, como couve, brócolis e alfafa, e pode ofertar ainda pepino, cenoura, feijão verde e chicória. Em relação às frutas, ofertar em menor frequência (semanalmente), sempre sem sementes e em quantidade pequena, para controlar o nível de açúcar que seu pet irá ingerir, uma vez que isso também pode fazer mal ao seu coelho. Dentre as frutas que os coelhos podem comer estão a banana, maçã, pera, melão, pêssego e laranja sem a casca”, completa.

A veterinária explica ainda que é importante atentar-se também para os alimentos que o seu coelho não deve ingerir como: chocolate, ração para cão ou gato, carne, queijo, abacate, folha de tomate, folhas de chá, alface, couve-flor, salsa, batata, cebola, alho e sementes de nenhuma espécie. Algumas plantas como samambaias, babosa, cactos, cravos entre outras também podem ser tóxicas, então é importante manter seu coelho bem longe delas.

Além dos cuidados com o espaço, alimentação e higiene, é interessante que seu animal se exercite com certa rotina, já que são animais de elevada atividade física. Então a dica da veterinária é soltar o animal da gaiola para passear pelos menos 2 vezes ao dia, mas sempre com a supervisão do tutor, para evitar acidentes. “Também pode dar brinquedos a ele, dando preferência aos de madeira não tratada, assim ele encontra outra forma de se entreter e ‘gastar’ os dentes”, diz Ana Paula.

QUEM TEM COELHOS EM CASA?

A professora de inglês Aline Lobo é uma das pessoas que optou por ter coelhos como animais de estimação. Hoje ela tem três- Lola, de 3 anos, Ozzy, de 2 anos, e a filha do casal, Paçoca, de 1 ano. Diariamente eles ficam em um cercado na sala da residência e, à noite, são soltos para brincarem e correrem.

Aline mostra a paixão pelo três coelhos que cria. (Foto: arquivo pessoal)

Ela conta que nunca teve outro animal de estimação. “Moro sozinha há cinco amos e queria a companhia de um bichinho. Pensei em um cachorro, mas não tem como deixá-lo só em casa, já que trabalho o dia inteiro, pois eles podem ficar chorando e são muito dependentes. Gato eu já não gosto. Morava no Rio Grande do Sul e lá é bem maior o número de pessoas que criam coelhos. Hoje estou em Parauapebas, mas aqui é difícil encontrar remédio, alimentação e atendimento veterinário", afirma.

“Quando comecei a criar coelho, uma amiga me contou a experiência dela, mas quando vi era tudo bem diferente, pois cada um tem um comportamento. Hoje eu tenho três e posso dizer que são totalmente diferentes um do outro. Então eu resolvi pesquisar para poder criá-los. Eles são animais sensíveis e eu tinha muito medo que eles morressem. Pesquisei em sites de fora do brasil e aprendi muitas coisas, incluindo sobre alimentação, sobre o local onde eles fazem as necessidades, não podem ficar em contato com os dejetos, entre outras coisas”, explica.

Aline Lobo conta que primeiro criou a Lola e depois Ozzy, do cruzamento nasceu Paçoca. “Lola teve seis filhotes e coloquei para adoção responsável. Um eu fiquei que é a Paçoca. Eu entrevistei durante semanas para poder escolher quem ficaria com eles. Muita gente queria, o difícil foi deixar leva-los”, conta a professora. Hoje, os coelhos são castrados.

Ela lembra da dificuldade que teve para trazer os animais do Rio Grande do Sul para o Pará. “Não foi fácil, pois as companhias aéreas não permitem que o animal viaje na cabine com o tutor. Só são permitidos na cabine cachorro e gato, mesmo sabendo que um coelho incomodaria menos os outros passageiros, pois ele não vão latir ou miar. Alguns tutores chegaram a entrar na justiça para poder conseguir levar os coelhos no avião. Os coelhos têm que ir como carga e são animais sensíveis. E foi assim que os meus vieram. Eu rezava muito para eles chegassem bem e deu tudo certo”, lembra.

Questionada se o amor pelos coelhos pode se comparar a de um tutor com um cahorro, ela não tem dúvida em responder. “É absurdo o amor que tenho por eles. A Lola, quando eu saio, vai correndo até a porta e a paçoca vai junto. Quando eu choro, elas pulam logo pro meu colo. Uma vez, quando tinha só tinha a Lola, ela ficou chateada porque ficou sozinha em casa e destruiu um colchão. Eles também gostam de atenção, mas não tem um sistema. As vezes eles fazem carinho, as vezes não”, completa.

Aline lembra que os coelhos não são brinquedos e precisa pensar bem antes de adotá-los. “As pessoas têm que ter muito cuidado, principalmente porque tem gente que quer dar na Páscoa para criança, sem pensar nas responsabilidade”.

Então lembre-se, antes de adotar um coelho busque informações e tire dúvidas. “E se você resolveu adotar um coelho, leve-o periodicamente ao veterinário ou em casos de observar qualquer anormalidade no seu pet ou no comportamento dele. Dessa forma, você cuida da saúde e da vida do seu novo amiguinho”, finaliza a veterinária Ana Paula Maués.

Texto: Ana Paula Azevedo

Coordenação: Gustavo Dutra

Multimídia: Demax Silva

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