Marco e Pedreira ganham destaque na gastronomia

Se tem uma coisa que o belenense gosta é de sair para comer, mas foi-se o tempo em que as pessoas tinham que se deslocar para as áreas mais centrais de Belém, como a avenida Visconde de Souza Franco (Doca) para encontrar mais opções de restaurantes. Nos últimos tempos estabelecimentos alimentícios tradicionais da cidade começaram a se mudar para outras áreas da capital, formando novas rotas gastronômicas.

Um dos bairros preferidos pelos empresários é o Marco, em especial a avenida Duque de Caxias. A via ganhou mais de 10 empreendimentos gastronômicos nos últimos cinco anos, passando a se tornar uma opção para quem quer curtir a noite paraense. De restaurante a lanchonetes, de churrasco à pizza, a via tem atraído novos negócios e muitos clientes.

O Batistão está nos dois lados da Duque. (Foto: Mayxon Nunes)

Um local que vende lanche de rua muito conhecido de Belém, o Batistão, começou na Doca, depois expandiu para a rua dos Pariquis e Cidade Nova e, há pouco mais de um ano, chegou na Duque. O empreendimento está nos dois lados da via quase de frente um para o outro. “A unidade extra deve-se à grande lotação que não comportava as 150 pessoas na primeira unidade”, explica a encarregada da loja, Elaine Batista. Outra franquia famosa de Belém, a Pizzaria Hut também é uma das novidades da avenida. A empresa fechou as lojas da Doca e da BR e apostou em novo endereço após um estudo que mostrava o potencial de vendas da Duque para os próximos anos. Quando o empreendimento se instalou, há cinco anos, era um dos únicos do ramo na avenida, hoje já tem pelo menos outras três marcas de pizzaria no mesmo perímetro. A gerente Carol Teixeira explica que a grande vantagem da mudança de endereço é a garantia de clientes até então descobertos do serviço. Além disso, o custo com a manutenção do empreendimento, como aluguel e conta de luz, é menor do que em áreas centrais.

Foi esse um dos motivos que levou a hamburgueria André Lanches a abrir uma nova unidade na avenida 25 de Setembro, há mais de seis anos. As outras, no Umarizal e Cidade Nova, permanecem, mas é a nova unidade que garante um bom lucro a um custo bem mais em conta para os proprietários. “O aluguel, a luz e os impostos são bem mais acessíveis aqui, uma economia de cerca de 30%”, diz a secretária Taís Ferreira.

Hamburgueria André Lanches está há mais de 6 anos no Marco. (Foto: Maycon Nunes/Diário do Pará)

PREÇOS

Diretor do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará, Fernando Soares explica que a crise econômica que provocou o fechamento de diversos estabelecimentos gastronômicos de Belém em 2015 e 2016 levou os empresários a reabrirem seus empreendimentos em locais mais baratos da cidade.

Marco também passou a ser queridinho dos sushis, como é o caso do Tokio. (Foto: Maycon Nunes/Diário do Pará)

Aluguel mais em conta, casas maiores, comércios em residências e espaço para estacionamento são alguns dos atrativos que áreas como a Duque e adjacências oferecem para o segmento gastronômico. “É uma área que permite a inovação e ajuda o empresário a se manter no mercado”, considera Fernando.

A área também passou a ser a queridinha dos sushis. Tem vários espalhados pelo bairro com espaços aconchegantes e serviço de delivery. O gerente do Tokio, Damião Chagas, diz que os custos aumentaram depois que a área passou a ser rota de estabelecimentos gastronômicos. A concorrência, que aumentou em mais de 100% nos últimos 10 anos, também se tornou um fator de competição e busca por novos clientes. “Aqui fazemos promoções semanais e reforçamos o delivery. Tem cliente todo dia”, garante.

Já para quem começou na região há muito tempo a Pedreira - que faz limite com o Marco- não perde para nenhum outro centro tradicional de Belém. Na rua Marquês de Herval, o bar Grill Mix tem casa cheia há 13 anos. O churrasco com self servisse à vontade, o chope bem gelado e a música ao vivo são os grandes atrativos da casa. “É uma área interessante para empreender e fazer negócios. Uma área que cresce a cada dia e que atrai gente de todos os cantos de Belém”, comenta o subgerente Hélio Lima.

(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)