Legumes, verduras e hortaliças pesam no bolso do belenense

Nas feiras da capital paraense, trabalhadores e consumidores têm sentido no bolso a elevação de preços de itens como hortaliças, legumes e verduras. Segundo o levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos do Pará (Dieese/PA), os produtos comercializados em feiras e supermercados da Grande Belém sofreram aumentos no ano passado, com reajustes em percentuais acima da inflação calculada para o mesmo período
em 3,43% (INPC/IBGE).

FEIRA DA 25

Na feira da avenida Rômulo Maiorana, antiga 25 de Setembro, o quilo da cebola e do tomate custa R$ 5. Já o quilo da batata custa R$ 4 e de beterraba R$ 3. O quiabo também sofreu um reajuste expressivo e agora custa R$ 12 o quilo. O maxixe está à venda, em quatro unidades, por R$ 1; o maço do cheiro-verde custa R$ 4 e da cebolinha R$ 5.

Proprietária de uma barraca de hortifrútis, Maria Janeide, 60, explica que, por exemplo, a caixa do tomate com 26 quilos do produto chegou a custar R$ 110 em dezembro. Mas, desde a semana passada, houve um recuo e passou para R$ 50.

Ainda segundo a feirante, há alguns produtos que ela deixou de comercializar neste período devido ao elevado aumento. “Com o tomate está sendo assim: aumenta numa semana e abaixa na outra. Faço tudo para deixar o mesmo preço para o freguês. A chicória de R$ 3 a R$ 4 o maço para nós e a alfavaca R$ 4. Não estou nem comprando porque tenho prejuízo”, disse.

AÇAÍ

O litro do açaí do tipo médio também sofreu alta em 2018. Conforme a pesquisa do Dieese, de janeiro a dezembro passado o produto registrou um crescimento acumulado de 0,23%. Na prática, o açaí fechou dezembro com preço médio de R$ 14,80. Em um ponto de venda situado na feira da 25, o açaí custava em dezembro R$ 15. Este mês o valor saltou para R$ 18.

Funcionária do estabelecimento, Walquiria Costa, 64, explica que há três meses a lata do produto in natura custava R$ 25, mas depois variou entre R$ 55 e R$ 60. “A gente vai na feira (do açaí) para comprar e todo dia está um preço diferente, só que a gente não repassa. Esses dois dias estava caríssimo. Mesmo com esse valor, estamos mantendo R$ 18. Os clientes sabem que quando chega esse período de chuvas já aumenta”, afirmou.

Moradora do bairro do Marco, Jamille Amancio, 53, militar da reserva, não costuma tomar açaí todo os dias, principalmente neste período em que o valor do produto tende a aumentar. Na manhã de ontem, ela e a filha, a estudante Thays Amancio, 22, pararam em um ponto de venda para comprar o produto. “Não dá para comprar todo dia. Deveria ser mais barato, até porque é um alimento que dá sustança. Tem um ponto na Duque onde compro também e está ainda mais caro, R$ 20. Estamos comprando para mandar para Fortaleza e o restante vou levar para o Rio. É para amigas cariocas que moraram aqui e amam açaí”.

REAJUSTE

A MAIOR VILA - 53,11% - O kg da cebola subiu mais que o dobro, seguido por tomate, 50%; beterraba, 34,22%; macaxeira, 15,93%; cariru (maço), 12,05%; alface (maço), 11,85%; quiabo, 11,07%; cheiro-verde (maço), 9,47%; salsa (maço), 9,09%; chicória (maço), 8,51%; alfavaca (maço), 7,69%; cebolinha (maço), 5,84%; maxixe, 4,81%; jambú (maço), 3,40% e batata lavada, 3,27%.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)