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Iphan veta uso de minitrios no pré-carnaval da Cidade Velha

A estrutura que envolve a realização do pré-carnaval no bairro da Cidade Velha, em Belém, será discutida hoje (23) durante reunião entre representantes da Secretaria de Estado de Segurança Pública e da Defesa Social (Segup), Fundação Cultural do Município

A estrutura que envolve a realização do pré-carnaval no bairro da Cidade Velha, em Belém, será discutida hoje (23) durante reunião entre representantes da Secretaria de Estado de Segurança Pública e da Defesa Social (Segup), Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Liga dos Blocos e da sociedade em geral, na sede da Segup.

Na reunião passada, no dia 15 de janeiro, uma das questões abordadas diz respeito à não liberação da circulação de minitrios elétricos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Fabiano Schrer, presidente da Liga (formada por 15 blocos de rua da Cidade Velha) porém, garante que já possui laudo técnico de um engenheiro apontando que os equipamentos utilizados e frequência do som não causam danos ao patrimônio.

“O pré-carnaval da Cidade Velha não atinge o patrimônio. Pelo contrário, a Liga é parceira na manutenção, junto com a Prefeitura, pois lavamos o trajeto antes e depois”, diz Fabiano. “A nossa maior preocupação é proporcionar conforto e segurança através da estrutura que oferecemos em parceria com o Governo do Estado e Prefeitura de Belém”, acrescenta.

Por meio de nota, o Iphan Nacional esclareceu que indeferiu o pedido de utilização de minitrios elétricos durante o pré-carnaval nas ruas mais antigas da Cidade Velha. A decisão foi motivada, sobretudo, por recomendação do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural, do qual o Iphan é parte.

CONSELHO

“Este Conselho deliberou que os eventos de pré-carnaval poderiam ocorrer na região do Centro Histórico de Belém/Cidade Velha, desde que em blocos com bandas de som acústico, e que os blocos de trios elétricos fossem realizados ao longo da avenida Almirante Tamandaré e no Portal da Amazônia. Assim, as edificações do bairro histórico ficariam protegidas tanto das vibrações causadas pelos trios elétricos, quanto no sentido do próprio arruamento e dimensões da região”, diz a nota.

Segundo Fabiano, a reunião de hoje também tratará de assuntos como a efetivação do calendário do evento, estrutura necessária do bairro, licenças ambientais, venda de bebidas, entre outros.

Ivan Costa e Ana Brahuna são moradores da Cidade Velha (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

Para Ivan Costa, presidente do Observatório Social de Belém e morador do bairro, a questão do som não ficou definida. “Aqueles trios elétricos grandes, de alto impacto, já não fazem mais parte. O que foi apresentado pela Liga para este carnaval são veículos semelhantes ao ano passado que são licenciados dentro da legislação ambiental do município de

Belém, pois projeta o som pra frente e não para as laterais, sentido às casas e prédios históricos”, diz.

Enquanto as questões são definidas pelos órgãos, as três netas, de 10, 9 e 5 anos, da moradora Ana Brahuna, 61 anos, já estão no aquecimento para assistir da sacada de casa os blocos de rua deste ano. Elas moram no corredor da folia, rua Dr. Assis e não perdem nenhum pré-carnaval. “Já compraram fantasias, confetes, serpentina e espuma. Como moradora, gosto muito. A cada ano tem aumentado e desde que a Liga passou organizar, o evento melhorou para todos nós”, comenta.

(Michelle Daniel/Diário do Pará)

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