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Governo Jatene abandonou o IEEP, prédio histórico de Belém

Mesmo em frente a um grande ponto de movimento e de turismo de Belém, a Praça da República, o prédio centenário do Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP) figura imponente pela sua beleza. Mas, apesar da importância histórica e da localização privi

Mesmo em frente a um grande ponto de movimento e de turismo de Belém, a Praça da República, o prédio centenário do Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP) figura imponente pela sua beleza. Mas, apesar da importância histórica e da localização privilegiada do prédio, ao se aproximar do edifício, o que infelizmente chama a atenção são as péssimas condições de conservação.

Do lado de fora do prédio é possível observar a grande quantidade de infiltrações que já danificam o revestimento da fachada. Em alguns pontos, nos andares superiores, vegetações brotam das paredes úmidas. Nas janelas de madeira, também é possível ver sinais de degradação: as vidraças seguem quebradas.

Se para quem olha de fora a situação de descaso com o patrimônio histórico já causa desânimo, quem estuda no local diz que a sensação é ainda pior. Desde 2016, as salas de aula do prédio histórico não são mais utilizadas pelos alunos do instituto, que passaram a assistir às aulas nas salas do prédio anexo. Ainda assim, os estudantes reclamam das condições nas duas edificações.

Aluna do 1º ano do ensino médio, a estudante Jaqueline Farias conta que nem todas as salas do anexo possuem ar-condicionado. Algumas têm buracos no forro e que, por falta de condições das instalações, as turmas precisam mudar de local de estudo constantemente.

“Já teve uma turma que precisou assistir aula no refeitório porque a sala não tinha condições”, afirma. No período chuvoso, os alunos contam que a situação piora consideravelmente. Stefany Sharshan, 15, diz que os forros têm goteiras que molham a sala toda. “A sala alaga. Está precisando de uma reforma geral, não dá para estudar assim”, reclama.

Enquanto os alunos estudam no edifício ao lado, o prédio histórico é utilizado, segundo informou a própria Secretaria de Estado de Educação (Seduc) no último mês da gestão de Simão Jatene, pelo Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Pará (Cefor), além da biblioteca do instituto, a secretaria e o Arquivo do Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) e a Secretaria de Educação Indígena. O estudante do 1º ano do ensino médio, Gabriel de Souza, 17, gostaria de ver o patrimônio preservado. “É um prédio muito antigo e bonito. Com certeza deveria estar mais bem cuidado”, conta.


Stefany diz que as goteiras não deixam os alunos estudarem (Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

RESPOSTA

Com relação às obras de reforma do IEEP, a gestão passada da Seduc, ainda no governo tucano, informou, em nota, que já aprovou todas as etapas importantes para a execução do projeto.

Em dezembro de 2018, a Seduc disse também que já fez todos os levantamentos e ajustes necessários de engenharia e arquitetura do prédio. Porém, por se tratar de um prédio histórico, o Iphan é o órgão que norteia os procedimentos para a implementação de quaisquer reparos no prédio. “No momento, a secretaria aguarda retorno dos órgãos competentes para liberação da obra, para que assim, seja iniciado o processo licitatório da obra no IEEP”, completou a nota.

HISTÓRIA

O Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP) é uma das escolas mais antigas do país, fundada no dia 13 de abril de 1871.

A edificação é uma obra do arquiteto italiano Felinto Santoro, em estilo eclético. Em 1904 sediou o jornal A Província do Pará.

Em 1926 foi comprada pelo governo do estado para abrigar a Escola Normal, que formou várias gerações de professoras em Belém. Ele deixou de funcionar como escola de formação de professores em 1996, com a extinção dos cursos de magistério do nível médio.

Fonte: MPF

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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