Quando tinha dois anos de idade, Paulo Pinheiro perdeu a visão por conta de miopia e catarata. Hoje, aos 37, ele realiza um dos seus sonhos: estudar Administração em uma faculdade particular. Mas para chegar até aqui, a trajetória foi longa e difícil. “Tive outros problemas de saúde que me deixaram sem estudar por muitos anos. Sem contar o preconceito que até hoje ainda existe. Mas procuro não focar nisso. Sigo em frente”, afirma.
Durante a trajetória, Paulo foi alfabetizado, mas ontem aprendeu um pouco mais do braille – sistema de escrita voltado para pessoas com deficiência visual – durante a primeira oficina do projeto Ver Com a Mente, que ocorre no Centro Cultural e Turístico Tancredo Neves (Centur), em Belém. Marina Moda, uma das coordenadoras do projeto, afirma que o objetivo maior é esclarecer para a sociedade que o deficiente visual não é diferente. “Podemos ler e escrever através do braile, usar computador e celular por meio de aplicativos, dançar, praticar esportes e participar de várias atividades como uma pessoa normal”, diz.
O bibliotecário da seção de braile do Centur, Pedro Neto, reforça que o projeto destaca o empoderamento do conhecimento e trabalho do deficiente visual dentro da sociedade, onde parte dela ainda é preconceituosa. “Não queremos ser excluídos dos eventos. Pelo contrário. Com a tecnologia e educação queremos mostrar que para nós tudo é possível, queremos ser cidadãos e respeitados”, ressalta.
O projeto que é desenvolvido pela primeira vez por um grupo de sete pessoas, a maioria deficiente visual, ocorre este mês, no Centur, nos dias 10 (informática e uso do celular), 16 (dança), 22 (judô) e 28 (coral), gratuitamente para deficientes e pessoas sem deficiência. Para participar, basta enviar dados pessoais com nome, idade, endereço, profissão para o email: [email protected] ou se inscrever pessoalmente na seção Braille da Biblioteca a do Centur, na avenida Gentil Bitencourt, nº 650, bairro Batista Campos, em Belém.
(Michelle Daniel/Diário do Pará)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar