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Abandono afasta turistas do Ver-o-Peso

Às vésperas do aniversário de 403 anos de Belém, a população assiste a deterioração do maior símbolo da cidade, a feira do Ver-o-Peso, enquanto o poder público municipal insiste acreditar em uma realidade destoante daquilo que é visto por milhares de pess

Às vésperas do aniversário de 403 anos de Belém, a população assiste a deterioração do maior símbolo da cidade, a feira do Ver-o-Peso, enquanto o poder público municipal insiste acreditar em uma realidade destoante daquilo que é visto por milhares de pessoas que passam pelo cartão-postal todos os dias.

No próximo dia 27 de março, o complexo de 35 mil metros quadrados completará 392 anos sem muito que comemorar. Quem trabalha ou passeia no Ver-o-Peso percebe o nítido abandono que tem caracterizado esse e outros pontos turísticos de Belém.

O descaso pode ser visto em todos os setores da feira. Do estacionamento à famosa pedra, onde é comercializado o pescado que abastece Belém, a quantidade de sujeira é assustadora. Pessoas em situação de rua fazem suas refeições e necessidades diárias em meio aos passageiros que embarcam nos dois terminais hidroviários com viagens para o município de Barcarena. A limpeza é escassa e insuficiente.

Bem ao lado, vendedores de plantas dizem que foram completamente esquecidos pelo prefeito e, sem perspectiva alguma, temem ser obrigados a mudar para outro ponto mais acessível. “O problema aqui é que os turistas não chegam perto dos boxes. Eles até querem conhecer as nossas espécies, mas veja o estado desse box e diga se é possível alguém querer entrar aqui. Não dá”, critica Severino Leal, 55, que mantém às duras penas o negócio de família, hoje sem a mínima condição de trabalho.

Segundo ele, entre os seis boxes destinados ao comércio de plantas, apenas um tem certa estrutura, mas por conta do proprietário. “A última reforma feita aqui foi na despedida do Duciomar Costa (ex-prefeito, 2005/2012), mas ele ainda fez errado. Isso aqui parece um cativeiro, uma jaula. Não serve para planta. O atual prefeito só passou por aqui e nem olhou. A mesma coisa fazem os fiscais”, diz.

(Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

INICIATIVA

O descaso da Prefeitura não atinge somente as Arrudas do seu Severino. Em outro setor da feira, destinado ao comércio de comida e bebida, os prejuízos só não são maiores por causa da união dos trabalhadores. “Toda melhoria é feita por nós mesmos. Essa semana a lona aqui dessa parte rasgou. Nós juntamos dinheiro entre os feirantes e compramos uma nova. É justo?”, questionou uma vendedora que não quis se identificar.

Ela e outros feirantes afirmam que a manutenção da limpeza é feita em apenas duas situações durante o ano. “Na época do Círio de Nazaré e na festa da feira, em março. Aí eles trocam refletores, dão uma lavada nas lonas, fazem um serviço básico para o turista achar que está tudo bem”, contou.

Quem resolve turistar na feira tem outro grande problema. Em todo complexo existem apenas três banheiros: no Mercado de Carne, Mercado de Peixe e na área externa de alimentação. Todos eles, especialmente o último, estão malcuidados e nem a cobrança de taxa única no valor de R$ 1 sensibiliza a gestão do Veropa.

Tombamento não salvou a feira do descaso da Prefeitura

Em 1977, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou o conjunto arquitetônico e paisagístico do Ver-o-Peso, por sua imponência e serventia à história local. Em 2000, o mesmo Iphan restaurou completamente o Mercado de Carne, que, ao lado do Mercado de Peixe, Praça do Relógio, a Doca, Feira do Açaí, a Ladeira do Castelo e o Solar da Beira, compõem o maior ícone da cidade.

Apesar de todo cuidado com o patrimônio histórico, alguns desses pontos hoje servem apenas de abrigo para pessoas em situação de rua. Enquanto o órgão nacional olha pelo patrimônio, o prefeito Zenaldo Coutinho o deixa de lado. “No geral eu acho um lugar muito interessante, que precisa de mais cuidados, principalmente nos prédios que fazem parte do complexo”, diz, com tristeza, a arquiteta mineira Paula Groupi, sobre a situação do Solar da Beira.

Explicações

O que diz a prefeitura

- A Secretaria de Urbanismo (Seurb) informa que apenas a primeira das três etapas dos ajustes solicitados pelo Iphan já foi aprovada Nacional.

- A limpeza de todo o Complexo é feita por equipe fixa da Secretaria de Saneamento (Sesan). A coleta do lixo é feita diariamente, após as 12h.

- Sobre o ordenamento, a Secretaria de Economia (Secon) atua com uma equipe fixa, a fim de combater irregularidades.

(Luiz Guilherme Ramos/Diário do Pará)

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