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Para economizar, eles resolveram compartilhar seus cotidianos

Iniciar uma vida independente dos pais é uma atitude que requer responsabilidade, planejamento e, sobretudo, coragem para enfrentar os desafios que podem aparecer no caminho. Neste contexto, nem sempre morar sozinho pode representar uma boa alternativa pa

Iniciar uma vida independente dos pais é uma atitude que requer responsabilidade, planejamento e, sobretudo, coragem para enfrentar os desafios que podem aparecer no caminho. Neste contexto, nem sempre morar sozinho pode representar uma boa alternativa para encarar a vida – principalmente em tempos de crise, onde se torna imprescindível poupar dinheiro e investir em algum tipo de negócio ou até mesmo nos estudos.

Por isso, em Belém, assim como ocorre em todo o Brasil, é crescente o número de pessoas que passam a morar juntas para dividir aluguel e as despesas doméstica, na chamada economia compartilhadas - uma tendência que já atrai 38% dos brasileiros, segundo uma pesquisa feita Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) juntamente com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), para avaliar o modelo de consumo colaborativo no Brasil.

Ao saber que ia ser transferido de Natal (RN) para Belém, em janeiro deste ano, o tenente da Força Aérea Brasileira Iago Joadi Medeiros, de 26 anos, logo pesquisou sobre a moradia e o custo de vida na capital paraense. Ele não iria abrir mão de levar uma vida mais confortável e segura, mesmo que tivesse de pagar um pouco mais caro por isso. O militar verificou os valores do aluguel na cidade e constatou que os preços certamente iriam, de alguma forma, pesar no bolso. “Eu e mais três amigos solteiros decidimos dividir os custos de uma casa para melhorar no orçamento e termos mais qualidade de vida”, frisou.

A casa onde moram possui 4 quartos. “Ficou acertado que nós quatro iríamos dividir o valor, sendo que o que ficasse na melhor suíte pagaria um pouco mais caro. Foi consenso e até hoje isso não gerou conflitos”, pontuou Iago. Um dos critérios para que a moradia compartilhada desse resultado foi o fato do grupo ser formado por solteiros.

CARONA

Além do aluguel, o grupo divide as contas de energia elétrica, a taxa de condomínio, a internet e também o salário da profissional responsável pela faxina da casa. “Em relação ao supermercado, cada um faz as suas compras”, ressaltou. “Sei que para manter o padrão que juntos conseguimos manter, sem dúvidas, a economia é grande”, considera. Iago paga atualmente, por mês, menos de 700 reais no aluguel compartilhado. Os 4 militares também adotaram um esquema de revezamento de carona no deslocamento para o trabalho. Como todos possuem carro, eles se alternam diariamente para irem juntos num único carro. “Antes eu gastava cerca de R$ 600 por mês com combustível. Hoje esse gasto fica entorno de R$ 150”, calculou.

Independência sim, mas “cada um no seu quadrado”

Quando ingressou na universidade, a jovem Clara Alice Silva, 20, sabia que os desafios para chegar ao diploma não iriam se limitar entre estudos e estágio. Ela também precisou sair da casa dos pais e, cedo, começar uma vida independente. Primeiro ela foi morar numa república, mas ficou lá por poucos meses. Não conseguiu se adaptar tão facilmente a moradia que, de certa forma, ainda lhe saía cara.

Desde o ano passado, ela mora com outros cinco universitários em uma casa alugada no bairro de Nazaré, no centro de Belém. O grupo percebeu na morada compartilhada uma maneira de economizar os gastos.“Confesso que o mais difícil nisso tudo foi a adaptação. Não aceitava a ideia de dividir o quarto. Com o passar do tempo vi que isso não é tão ruim”, pontuou Clara. Diferentemente do caso do Iago, ela não conhecia as pessoas com quem iria morar. O grupo praticamente se formou dentro da universidade por meio de conversas entre amigos. “Cada um ficava sabendo da vontade do outro de dividir o aluguel e fomos verificando a necessidade e o perfil de cada um”, destacou.

Juntos, os 6 universitários dividem em partes iguais o aluguel da casa, o IPTU, internet, as contas de luz e água. A compra de produtos de limpeza da casa também é paga em partes iguais entre todos os moradores da casa.

Além de Clara Alice, o engenheiro eletricista e também universitário Mário Gonçalves Moreira, de 23 anos, é um dos responsáveis por dividir as tarefas domésticas entre eles. A tabela e os bilhetes com as funções de cada um ficam expostas na geladeira e no guarda-roupa deles. “É priorizado o esquema de revezamento. Um dia um varre, outro lava louça e por aí vai”, pontuou.
A designação de tarefas nunca é questionada, segundo eles. “Se tem uma coisa que é exercitada nisso tudo é divisão e o compartilhamento de gastos”, pontuou Clara Alice. Questionada se a moradia compartilhada tem ajudado também a crescer enquanto pessoa, a universitária responde que isso lhe ajudou a adquirir maturidade. “Hoje somos como uma família, um pouco diferenciada eu diria”, definiu.

Perfis parecidos ajudam a manter a harmonia no lar

Para o pedagogo Ramon Corrêa, de 23 anos, reduzir os custos individuais a partir do consumo colaborativo pode não ser tão simples quanto parece. “Quando você adota isso, você tem de aprender e lidar com um novo tipo de convívio”, pontuou. Ele morava com a família e há cerca de um ano e meio foi convidado para morar junto com dois amigos, em troca de dividir as despesas da casa. O convite foi aceito porque o imóvel ficava mais próximo do local de trabalho e da universidade onde ele estuda. “Só de transporte, a economia foi de aproximadamente 200 reais”, projetou.

Pesava sobre a decisão dele o desafio de morar com dois amigos que a partir daquele momento seriam a família dele. “Não se tratava apenas de compartilhar e sim de enxergar se eles tinham características e comportamentos que ajudariam para uma convivência ser boa, afinal a amizade mudaria bastante a partir do momento em que dividiríamos o mesmo teto”, assinalou. Apesar do receio, compartilhar a moradia deu certo entre os três e, hoje, o pedagogo considera os dois amigos como irmãos. “A gente divide os gastos e consegue economizar entre 300 a 400 reais por mês”, calculou.

(Denilson D’Almeida/Diário do Pará)

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