Comércio vibra com aumento nas vendas neste fim de ano

Com as confraternizações e festas de final de ano e à medida que se aproxima o feriado do Natal, as vendas no depósito de bebidas do comerciante César Reimão, 38 anos, também vão crescendo. Para o final de 2018, ele espera um aumento de cerca de 20% a 30% nas vendas, incremento importante para segurar o orçamento no primeiro mês do ano seguinte, quando as vendas costumam cair.

A expectativa positiva apontada por César, que mantém um depósito de bebidas no bairro da Sacramenta, em Belém, também é a destacada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Estado do Pará (Fecomércio-PA). A entidade aponta que a própria recuperação da economia, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e o saldo positivo em empregos são sinalizadores de um cenário econômico melhor em 2018.

Portanto, a projeção é de que, dependendo do tipo de segmento do comércio e das próprias estratégias de venda do comerciante, 2018 encerre com desempenho positivo em relação a 2017, com um incremento que pode variar de 6% a 12% no volume de vendas. “De janeiro a outubro, o comércio varejista restrito – que não considera a venda de veículos e materiais de construção - já teve uma expansão de 6,6% em relação a 2017”, considera a assessora econômica da Fecomércio-PA, Lúcia Cristina Lisboa. “Já no comércio varejista ampliado – que abrange todas as atividades do comércio – houve incremento de 7,2% com relação ao ano passado”.

A assessora destaca, ainda, que a expectativa é positiva justamente por esse crescimento apresentado ao longo do ano. Em uma das pesquisas realizadas pela Fecomércio e pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) neste ano, os participantes já apontaram que pretendem comprar mais nesses últimos dias de 2018, do que compraram em 2017.

TRABALHO

“Em 2015 e 2016 houve queda no volume de vendas no comércio. Tínhamos um mercado de trabalho em decréscimo muito forte e isso impactou nas vendas”, contextualiza. “Já em 2018 observa-se uma melhora no mercado de trabalho. O saldo de postos de trabalho, no período de janeiro a outubro, é positivo em 20.508 vagas”. A recuperação positiva no saldo entre os admitidos e os desligados no mercado de trabalho formal também é o que eleva a expectativa de vendas do setor supermercadista para este final de ano. Aliado a isso, o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, ainda destaca a relevância do 13º salário no poder de compra das famílias no final do ano.

“É um período em que as vendas aumentam justamente em decorrência desse capital extra injetado”, considera. “O setor supermercadista, este ano, está com expectativa de crescimento de venda em relação ao ano passado em torno de 4%”.

Nesse período do ano, Jorge Portugal destaca que as vendas no setor supermercadista costumam apresentar características específicas. É o momento em que se percebe o aumento na venda de produtos como bebidas, perus, maçãs, castanhas e nozes, etc. “Há que se preparar para atender a essa demanda”, diz. “As lojas que têm departamentos também percebem aumento nas vendas porque é um período em que as pessoas compram muito para presentear”.

Apesar da expectativa boa, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém (Sindilojas), Joy Colares, aponta que só será possível ter uma real percepção do impacto em janeiro. “Nós ainda não temos a percepção do quanto as vendas de Natal foram antecipadas na Black Friday, que é uma data nova para o varejo”, considera. “Mas a expectativa é de que, neste final de ano, as vendas cresçam entre 5% e 7% em relação a dezembro de 2017”.

(Cintia Magno/Diário do Pará)