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Henry Burnett faz show e lança livro em Belém na próxima quinta-feira (20)

Na próxima quinta-feira (20), o músico e professor Henry Burnett apresenta em Belém o show 'Henry Burnett Trio'. O evento também marca o lançamento em Belém do livro 'Para ler o Caso Wagner de Nietzsche', de sua autoria. Segundo Burnett, a apresentação s

Na próxima quinta-feira (20), o músico e professor Henry Burnett apresenta em Belém o show 'Henry Burnett Trio'. O evento também marca o lançamento em Belém do livro 'Para ler o Caso Wagner de Nietzsche', de sua autoria.

Segundo Burnett, a apresentação será bem diferente de outras anteriores, como 'Belém Incidental' e 'Dois Caminhos', desde o formato do show. "Trata-se de um formato que pode ser considerado tradicional dentro do ambiente jazzístico - guitarra, baixo e bateria -, mas não é muito comum na cena cancional. Selecionei um conjunto de canções que, de várias maneiras, permitem essa releitura próxima do instrumental, deixando as harmonias mais visíveis, abrindo espaço para improvisações etc. É um show que tenho vontade de fazer há muito tempo, mas não me sentia seguro o suficiente. Acho que o momento é este", explica.

Ainda de acordo com o Henry, "toco guitarra na maior parte do tempo, convidei dois músicos muito técnicos (Príamo Brandão no baixo e Charles Matos na bateria), com os quais eu já trabalhei também, mas nunca com esta ideia tão clara de uma proximidade com a sonoridade instrumental. As canções mais antigas se misturam com produções recentes, num show com diversos momentos e climas diferentes. Terei ainda três participações: Renato Torres (cantando comigo duas canções do Dois Caminhos, nosso projeto em duo lançado em 2018; e o Ronaldo Silva e o Allan Carvalho dividindo comigo parcerias novas nascidas também em 2018)".

O LIVRO

Em entrevista exclusiva ao DOL, Henry Burnett falou também do lançamento do livro 'Para ler o Caso Wagner'. De acordo com ele, "o último livro publicado por Nietzsche, em 1888, é comentado através da crítica estético-musical mais recente, principalmente aquela que identificamos na obra de Theodor Adorno. O livro de Nietzsche mostra uma vitalidade impressionante ao ter apontado alguns caminhos da música que só de descortinariam totalmente no século XX. Adorno mostra o alcance e também os limites dessa crítica avançada de Nietzsche. O caso Wagner foi publicado no último ano de atividade intelectual regular de Nietzsche, próximo do colapso psíquico que o deixaria uma década em estado semivegetativo, até seu desaparecimento em 1900".

Imagem: Reprodução

Ainda segundo Henry, "nele, seu autor retoma o tema da música em uma perspectiva radicalmente distante daquela exposta em seu livro de estreia, O nascimento da tragédia. Sua estética final aponta para uma personificação da modernidade no interior do projeto wagneriano de uma Obra de arte total. Este livro discute a crítica de Nietzsche aos procedimentos técnicos de Richard Wagner, indicando o quanto suas reflexões anteciparam problemas retomados e ampliados com o advento da Teoria Crítica, principalmente na obra de Theodor Adorno".

OUTRAS OBRAS

Henry Burnett, que nasceu em Belém do Pará em 1971, é pós-doutor em Filosofia e professor na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele possui aina outros três livros publicados: “Cinco prefácios para cinco livros escritos: uma autobiografia filosófica de Nietzsche” (Tessitura Editora, Belo Horizonte, 2008), da coletânea de ensaios sobre filosofia e música “Nietzsche, Adorno e um pouquinho de Brasil” (Editora Unifesp, 2011) e do volume da Coleção Leituras Filosóficas da Editora Loyola “Para ler O Nascimento da Tragédia de Nietzsche” (2012).

Sobre este 'foco' em Friedrich Nietzsche, o autor comenta que 'são todos sobre Nietzsche, é verdade, mas sempre tentando ampliar o foco para questões de história cultural e de crítica estética, sem descuidar de questões próximas na vida cultural nacional. Difícil pensar em um filósofo que tenha sido tão preciso no diagnóstico de sua época e das consequências do que ele julgava "decadente" para o futuro da Europa e do mundo. Nietzsche ainda hoje nos serve como baliza para pensar os destroços sobre os quais ainda imaginamos estar construindo a história, quando na verdade caminhamos como sombras num ambiente onde há pouca esperança de liberdade, embora seja nossa tarefa seguir defendendo a democracia e a igualdade", finaliza.

Já como músico, Buernett possui quatro CDs gravados: o experimental“Linhas Urbanas”, 1996; “Não Para Magoar”, 2006; “Interior”, 2007, gravado em Buenos Aires em parceria com Florencia Bernales e o livro/CD “Retruque/Retoque”, 2010, em parceria com o poeta paraense Paulo Vieira. Além disso, Henry também produziu o CD “Depois da revoada”, 2012, junto com o músico e poeta paulistano Julio Luchesi.

Em 2014, Henry lançou o videoclipe da canção Oswald Canibal, dirigido por Rodolfo Pereira. A canção é resultado da parceria de Henry com Vieira, também seja fruto de uma simbiose de fatores, referências e estilos: da poesia modernista de Oswald Andrade e a filosofia contemporânea de Benedito Nunes, passando pelo interstício que une (pelo bem, pelo mal) São Paulo e Belém do Pará. A canção “fala” da ambição do modernista Oswald e cita o recorrente diagnóstico de Benedito Nunes sobre o esfacelamento de Belém.

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(Enderson Oliveira/DOL)

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