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'Terceira idade' está altamente conectada

Aos 81 anos, a belenense Regina Franco esbanja simpatia e disposição. Confessadamente apaixonada pelo mundo virtual, a aposentada não passa um dia sequer sem acessar o Facebook, de participar de uma conversa no WhatsApp e sem checar as novidades que rolam

Aos 81 anos, a belenense Regina Franco esbanja simpatia e disposição. Confessadamente apaixonada pelo mundo virtual, a aposentada não passa um dia sequer sem acessar o Facebook, de participar de uma conversa no WhatsApp e sem checar as novidades que rolam no Instagram. Antenada, ela faz questão de se manter atualizada lendo notícias e tudo o que acontece nas redes sociais, a partir da telinha do seu smartphone.

Se engana quem imagina que sentiu dificuldades para se incluir no mundo digital. O desejo de acompanhar a evolução da tecnologia começou quando surgiram os primeiros aparelhos celulares. A cada novo lançamento, ela não hesitava em trocar de aparelho e continua assim até hoje.

Pode-se dizer que ela integra um novo perfil de idosos, que estão cada vez mais interessados em aderir à tecnologia para não ficar de fora do mundo virtual. Eles são ativos e participativos dentro da sociedade e não dispensam os benefícios que a tecnologia pode agregar à vida de qualquer pessoa.

“Nunca tive dificuldade pra mexer nos celulares. Gosto de acompanhar essa evolução digital. Leio muito e passo mais tempo no zap (WhatsApp), Facebook, tiro brincadeira com os outros e sou polêmica. Mando resposta quando vejo postagem absurda”, afirma ela que criou a conta no Facebook há 2 anos.

Bem-humorada, Regina conta que compartilha todos os seus momentos de lazer no Instagram. E é nessa rede que ela também se sente mais próxima dos familiares que residem em São Paulo. Para não ficar “o dia inteiro” conectada, ela costuma desligar a internet no período de 7h da manhã ao meio-dia. É o momento em que se dedica aos afazeres domésticos ou sai para resolver alguma coisa fora de casa.

Além das redes sociais, para facilitar a vida, a idosa também utiliza aplicativos de banco e de transporte – que ela usa sempre que precisa. “Saio sozinha mesmo. E, ao invés de ir no banco, faço tudo pelo celular. Vejo saldo, faço transferência”, acrescenta. “Combino para sair com amigas pelo zap. Tenho espírito jovem. Às vezes vou pra Icoaraci, canto na orla, tomo cerveja. Aprendi isso com meu pai, porque quando eu tinha 18 anos, ele falou: ‘não deixe sua cabeça envelhecer porque o corpo adoece’”.

Na hora de utilizar as redes, ela se mostra cuidadosa. “Não aceito estranhos (nas redes sociais). Só conhecidos. Não dou meu número pra qualquer pessoa, a gente não sabe quem é quem”.

Regina Franco não passa um dia sem usar as redes sociais (Foto: Mauro Ângelo)

Iaci Campelo está integrada ao chamado mundo virtual (Foto: Maycon Nunes)

Benefícios e cuidados

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro passou de 75,8 anos para 76 anos de 2016 para 2017. Ou seja, há uma tendência de que as pessoas da terceira idade vivam mais e, com isso, cresce também o interesse de acompanhar essa evolução tecnológica, segundo a psicóloga Flávia Vieira, especialista em psicologia da saúde e diretora da Associação Brasileira de Alzheimer no Pará (ABRAz).

“Os idosos passaram a ocupar mais espaços dentro da sociedade, mais ativos, estudando, trabalhando e comprando com mais frequência no mundo digital. Eles passaram a perceber os benefícios que a tecnologia traz pra eles”, destaca.

Eles demonstram o desejo de se conectar com pessoas distantes, fazer novas amizades, além de estarem atualizados com as notícias. “Essa inclusão favorece a autonomia do idoso, que passa a não depender tanto de familiares para fazer uma operação bancária, por exemplo. Então, isso fortalece a sua autoconfiança e, sem dúvida, a autoestima”, afirma.

Segundo a psicóloga, para além do aspecto social, essa busca pela interação social, por informações e novas ferramentas de entretenimento é, também, favorável a uma melhora no campo cognitivo do idoso. “Interfere no seu comportamento. Favorece a memória, a criatividade, a atenção e resolução de problemas. Os aspectos cognitivos são fundamentais com o uso da tecnologia, a aprendizagem. O idoso passa a ressignificar a sua própria vida, vai alcançar uma nova consciência de si mesmo”, explica.

Para Flávia, nesse processo de inserção do idoso ao mundo digital é válido que a família ajude e participe e que observe alguns aspectos que podem ser obstáculos para o idoso. Mas que, com auxílio, é possível superar, como ter dificuldade de compreender como se utiliza alguns termos. “É importante que o idoso tenha orientação da família para não passar informações sigilosas, dados pessoais e financeiros. Bem como perceber se há dependência desse idoso a questão tecnológica. Aí vem um sinal de alerta porque o convívio social real é insubstituível”.

“É bom se comunicar com as pessoas e nasci com esse dom”

Mãe de onze filhos, Iaci Campelo, 87 anos, possui uma conta no Facebook há seis anos. No WhatsApp, ela faz questão de ser participativa em grupos da família e amigos. A idade não foi empecilho para que a idosa desejasse se integrar ao mundo virtual. Ela conta que precisou apenas da ajuda de uma das filhas para aprender a utilizar as funções básicas do seu smartphone.

Hoje tira de letra navegar pelo Facebook e utilizar o aplicativo de mensagens. “Por onde passo deixo amigos. Chego num lugar e vou conversando com todo mundo. Uso o WhatsApp pra manter contato. Mas não gosto de ficar escrevendo, prefiro falar, mandar áudio”.

FAMÍLIA

Viúva há 18 anos, Iaci mora com um de seus filhos e tem uma vida ativa, o que faz ela manter-se longe da solidão. “Gosto de sair, de movimento. Faço aula de memória há 10 anos e, também, de dança. Participo de festas com grupos da terceira idade, adoro as redes sociais. Posto os eventos que vou no Facebook e mando pros contatos do WhatsApp”, afirma ela. Para a idosa, não existe hora para ficar conectada.

É uma forma de estar mais perto da família. “As vezes tô aqui sentada com saudade dos filhos, pego o telefone e falo com todos. Tem gente que se admira e fala pros meus filhos. É bom se comunicar com as pessoas e nasci com esse dom. Eu amo. E a gente se sente perto das pessoas”.

(Pryscila Soares/Diário do Pará)

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