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Documento do Disque-Denúncia apontava que ataque em delegacia iria ocorrer

O ataque a uma delegacia da Região Metropolitana de Belém era uma questão de tempo. Desde o início do mês as redes sociais vinham divulgando as pretensões de uma facção criminosa em promover tal ataque. Um documento do Disque-Denúncia trazia um informe de

O ataque a uma delegacia da Região Metropolitana de Belém era uma questão de tempo. Desde o início do mês as redes sociais vinham divulgando as pretensões de uma facção criminosa em promover tal ataque. Um documento do Disque-Denúncia trazia um informe de alta relevância. Um homem avisava claramente que o ataque iria ocorrer. Quem recebeu a denúncia no final do documento afirma que “solicita averiguações e pede providências”.

Esse documento difundido nas redes sociais levantou a ira dos colegas do policial assassinado na noite de sábado (1º), no bairro do Atalaia, em Ananindeua. “Tem que cobrar de quem sabia que ia acontecer e não tomou providência”, gritava um investigador do local do crime.

Dezenas de policiais civis de várias delegacias e seccionais foram convocados tão logo foram informados do assassinato do investigador Félix como era conhecido entre os colegas, para darem apoio nas primeiras investigações.

Cada policial civil e militar que chegava no local do crime se revoltava. Informações chegavam a todo instante por telefone e pelo rádio da polícia. O assassinato do policial e o ataque contra uma delegacia ganharam ares de revolta no seio da categoria.

“Temos que fazer uma revolução na segurança pública”, disse, por meio de nota, Pablo Farah, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol).

O caso

Com 44 anos de serviço público, o investigador de Polícia Civil Cândido Félix Rodrigues Santana, 69 anos, foi o terceiro policial civil assassinado em 2018 no Pará. Além de o balearem, os criminosos atiraram contra o prédio da Delegacia do bairro do Atalaia, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. A porta de vidro na entrada do imóvel ficou destruída e os estilhaços ainda permaneciam ao chão, na manhã de ontem (02). Pelo menos três disparos também atingiram uma das janelas de vidro da delegacia, que foi perfurada pelos projéteis.O investigador cumpria mais um plantão de 24h, que iniciou na manhã de sábado (1º) e terminaria às 8h de ontem. Em nota, a Polícia Civil, por meio da Divisão de Homicídios, informou que investiga desde a noite do crime as circunstâncias da morte. O caso ocorreu na Rua São Raimundo dentro de um mercadinho, localizado em frente à delegacia do bairro.

De acordo com a Polícia Civil, informações preliminares apontam que, no momento do homicídio, havia dois investigadores de plantão na delegacia, quando um deles saiu a serviço da Unidade Policial, ficando somente Félix no local. Por volta de 21h, a vítima se ausentou da delegacia e foi até um mercadinho para comprar um lanche, situado em frente à unidade. Enquanto o policial estava no local, foi surpreendido com disparos efetuados por um homem que, em seguida, fugiu levando a pistola calibre ponto 40 do policial.

DOIS CARROS

Ainda segundo as investigações preliminares, os criminosos chegaram em dois veículos, sendo um carro prata - possivelmente um Honda Civic - e outro preto, que seria um Corolla. A ação teria durado poucos minutos e, de imediato, policiais civis do Grupo de Pronto-Emprego (GPE), equipe tática da Polícia Civil, foram enviados ao local para dar apoio aos policiais civis da Divisão de Homicídios acionados na apuração dos fatos.O local do crime foi isolado por policiais militares até a chegada das equipes de peritos criminais do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves e da remoção. Policiais civis da Diretoria de Polícia Metropolitana também estiveram no local para auxiliar as investigações. Equipes de investigação ainda trabalham na apuração dos fatos visando a identificação dos envolvidos no crime.

A Polícia Civil informou ainda que providenciou um ônibus para ajudar no transporte da família. O corpo foi velado na casa de familiares, no conjunto Cordeiro de Farias, bairro do Tapanã, em Belém. “A Diretoria de Atendimento ao Servidor (DAS) da Polícia Civil está prestando todo apoio aos familiares por meio de atendimento psicossocial. O corpo será velado no Distrito de Mosqueiro, na Avenida Francisco Xavier, no bairro Maracajá. A Polícia Civil lamenta profundamente a morte violenta do investigador Félix e garante que não vai descansar até que todos os envolvidos no crime sejam presos”, disse a nota.

No local do crime, moradores são reféns do medo

Sem se identificar, moradores da área contam que ouviram mais de 20 disparos no momento em que o policial foi alvejado. Presente no local na manhã de ontem, a esposa do dono do mercadinho contou que aguardava pelo companheiro em casa naquela noite e ficou desesperada quando soube do crime, já que o esposo estava no local trabalhando. “Ele viu quando chegaram e correu quando começaram a atirar. A rua estava movimentada. Tinha muita gente comendo churrasco ao lado”, relatou uma mulher. Após ser atingida, a vítima caiu e veio a óbito dentro do mercadinho.

Um outro morador disse que estava na porta de sua casa. “Só chegaram e miraram nele, foi uns 20 tiros. Depois fugiram. Ele tava sozinho. Depois a rua encheu de gente”, acrescentou.

REFORÇO

Pablo Farah, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol) e vereador de Belém, explicou que a morte de mais um policial civil “era tragédia anunciada”. Segundo ele, o sindicato já havia alertado o governo de que as delegacias poderiam ser atacadas, como ocorreu na noite de sábado no bairro do Atalaia. “Pedimos o reforço de policiais nas mesmas. É inadmissível que uma delegacia como essa ter apenas dois policiais. Isso é um tapa na cara de um governo que está cego e sem poder de reação para essa onda de crimes que assola o Pará. Poderíamos ter ali pelo menos um prédio decente, com estrutura e segurança para o trabalho”, critica.

Farah disse ainda que, para manter uma delegacia como essa aberta, o governo teria que ao menos organizar uma ação integrada de policiais militares e civis e, quando possível, com a presença da guarda municipal também. “Está na hora de nossos policiais se integrarem de fato, pois o crime organizado cada vez mais se organiza, e vemos um Estado desorganizado. Onde a nossa inteligência policial não consegue sequer falar em tempo real com nossos policiais que estão nas ruas. Temos que fazer uma revolução na segurança pública”.

“Esperamos que o novo governo tenha essa clareza e vontade, que ouça seus policiais, valorizando os bons. E os que, por ventura, estejam do lado do bandido, que respondam o peso da lei. Já chega de ver o sangue de nossos irmãos policiais jorrar nas ruas, sem que o Estado consiga dar a proteção que merecemos”, conclui.

(Diário do Pará)

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