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Bondinho de Belém foi abandonado pela Prefeitura e está destruído

Os trilhos que riscam parte da calçada da avenida Portugal deveriam conduzir os visitantes de Belém a um passeio pela história da cidade. Atualmente, porém, quem segue até a esquina da rua Treze de Maio, na Estação Bonde de Belém, é levado a um perturbant

Os trilhos que riscam parte da calçada da avenida Portugal deveriam conduzir os visitantes de Belém a um passeio pela história da cidade. Atualmente, porém, quem segue até a esquina da rua Treze de Maio, na Estação Bonde de Belém, é levado a um perturbante exemplo de completo descaso com o patrimônio público.

A espécie de galpão que abriga o bonde elétrico reformado para ser uma atração turística da cidade segue aberto, deixando à mostra a situação de depredação que o veículo se encontra. O que primeiro chama a atenção de quem vai ao local na tentativa de ver o veículo é o forte odor que emana do espaço.

Em volta, o que se vê é uma quantidade enorme de lixo, que vai desde cacos de vidro a garrafas de bebidas e fezes humanas. No centro de todo esse cenário, o bonde de madeira figura quase que completamente depenado: já não há mais nenhum banco em seu interior; as ‘colunas’ de madeira que se enfileiravam pela lateral encontram-se quebradas; já não existe mais o degrau de madeira instalado para que as pessoas subissem ao veículo; assim como não há mais nenhuma das luminárias.

Além do estado de depredação do próprio veículo, o vão que fica entre os trilhos, por baixo do bonde, acumula uma grande quantidade de água parada e vegetações. Para quem passa em frente à estação diariamente, a condição de abandono do patrimônio só gera um sentimento: tristeza. “É muito triste ver esse bondinho nessas condições”, considera a técnica em contabilidade Gerusa Costa, 52 anos. “Eu sempre achei ele muito bonito, mas não tive a oportunidade de andar por ele”.

Vidraças da estação onde fica o bondinho já estão destruídas (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

TURISMO

Na fachada da estação que o abriga, apenas uma placa no alto identifica o projeto, ‘Bonde Belém – Estação Gumercindo Rodriguez’. Gerusa observa que o local passa despercebido pela maioria das pessoas que não sabem o que existe ali, mesmo com o potencial turístico da região.

“Seria muito interessante se esse projeto voltasse porque é uma forma da gente mostrar, na prática, parte da história da nossa cidade para as crianças que nem imaginam como era o transporte tempos atrás”, considera. “Estamos no meio de vários pontos turísticos, imagina como seria bacana um turista chegar na cidade, na época do Círio, e dar um passeio num bonde”.

Além da área do comércio, os trilhos instalados para receber o bonde restaurado passam pelo chamado complexo Feliz Lusitânia, que reúne pontos como a Catedral de Belém, o Forte do Presépio, o Museu de Arte Sacra, e, inclusive, a primeira rua da capital paraense. Apesar do grande atrativo, o percurso foi utilizado pouquíssimas vezes.

PREFEITURA

A Prefeitura de Belém informou, em nota, que houve uma determinação do prefeito Zenaldo Coutinho, para que o prédio fosse todo gradeado. “Contudo, atos de vandalismo retiraram, mais uma vez, todas as grades instaladas no espaço. A Prefeitura já está tomando outras providências e ressalta que mantém um trabalho integrado para a segurança do patrimônio histórico da capital”, informou.

Projeto de funcionamento durou pouco tempo

A ideia de promover um passeio em um bonde antigo pelas ruas de Belém data ainda de 2002, quando a Prefeitura de Belém deu início ao projeto intitulado “Via dos Mercadores”. Como parte deste projeto, trilhos foram instalados pelo entorno do Complexo Feliz Lusitânia para receber um bonde que remetesse ao início do século XX, quando o tipo de transporte era utilizado em Belém.

Após a instalação dos trilhos, um bonde que datava de 1968 foi encontrado na cidade de Campinas (SP) e comprado pela Prefeitura de Belém para que integrasse o projeto. O transporte chegou à capital do Pará, já reformado, ainda em setembro de 2004.

Todo o processo de preparação da linha teria encerrado em dezembro e a linha fez a viagem inaugural em 31 de dezembro de 2004. Após este dia, o bonde só voltou a circular novamente em agosto de 2005, também em viagem única. A terceira ‘inauguração’ só ocorreu no ano de 2007, quando a população pôde fazer passeios turísticos no bonde aos finais de semana, com passagens vendidas a R$1. Desta vez, o funcionamento teria sido mantido por algum tempo, até o bonde ficar novamente parado.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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