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Médicos paraenses preferem trabalhar em Belém; interior recebe apenas 30%

Independentemente de posicionamentos contrários ou favoráveis à saída anunciada por Cuba dos médicos atuantes no programa federal Mais Médicos, o Pará poderá sentir de forma imediata os efeitos dessa decisão, dependendo do que será feito para preencher os

Independentemente de posicionamentos contrários ou favoráveis à saída anunciada por Cuba dos médicos atuantes no programa federal Mais Médicos, o Pará poderá sentir de forma imediata os efeitos dessa decisão, dependendo do que será feito para preencher os postos deixados. É que, pelas estimativas do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), são cerca de 500 profissionais do Mais Médicos atuando no Estado, sendo que entre 90% e 95% estão no interior.

“Se em Belém houver 50 médicos da família ligados ao programa, é muito”, avalia o diretor da entidade, Waldir Cardoso. Ele qualificou a medida do governo cubano como “unilateral e intempestiva”, e defende que o estímulo ao preenchimento das vagas por médicos brasileiros deve ser feita por meio da criação de uma carreira para a profissão, semelhante a de juízes e militares.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) não confirma o número de médicos de Cuba em atuação no Pará, pois o fato de não possuírem a ratificação do Revalida faz com que sejam reconhecidos tão e somente como profissionais de Saúde. De acordo com a 4ª edição do Demografia Médica, divulgada em março desse ano pelo Conselho Federal de Medicina, dos 8.090 médicos em atuação no Estado, 5.635, ou seja, quase 70%, estão concentrados em Belém, cuja população estimada é de mais de 1.4 milhão. Isso significa que somente 2.455 médicos atuam no interior, que soma uma população de quase 7 milhões.

“O impacto será de acordo com o que o Governo fará. Somos críticos à forma como o recrutamento é feito. Em um primeiro momento, não será fácil levar profissionais a estas regiões de difícil acesso porque são péssimas as condições de trabalho”, justifica Cardoso, que reconhece a necessidade de um “perfil e recrutamento especial, talento e vocação” para os médicos direcionados às demais regiões do Estado.

No entendimento do Sindmepa, a carreira especial ou de Estado é sinônimo de segurança, de progressão, remuneração digna e deve ser ofertada por meio de concurso público para atrair quem quer esse tipo de atuação. “Não adianta dizer que médicos não são patriotas porque não é assim que a banda toca. Juízes não são recrutados dessa forma. Como eu poderia ter militares na fronteira sem perspectiva de saída dali? É hipocrisia criticar médicos que não querem ir (para o interior)”, analisa Waldir.

"Médicos no interior não têm garantias nem segurança. Conheço quem tenha trabalhado com contrato ‘de boca’ para prefeituras e que, dez anos depois, foram dispensados, sem mais nem menos. O sindicato tenta ajuizar nesses casos, mas o máximo que consegue são verbas não recebidas, como férias vencidas, por exemplo", relata.

Ele afirma que, em um cenário ideal de total atendimento da demanda, 10% dos 400 mil médicos em atuação no Brasil seriam suficientes para atender toda a demanda de Medicina da Família. Ao mesmo tempo, reconhece que não deverá ser uma tarefa fácil essa substituição emergencial. “Uma solução imediata seria repassar recursos ao município para fazer a contratação e iniciar imediatamente o estudo para implementação da carreira. O Médico de Família é extremamente desvalorizado em todo o Brasil, em Belém o salário base, que é o que conta para a aposentadoria, desse profissional não chega a um salário mínimo”, lamenta.

MÉDICOS

No Pará tem 8.090 médicos, o que resulta numa proporção de 0,97 profissionais por mil habitantes.

Na capital paraense, os belenenses são atendidos por 5.635 médicos, o que dá uma razão de 3,88 profissionais por mil habitantes e uma proporção de 69,7% de médicos morando na capital.

(Carol Menezes/Diário do Pará)

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