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Você sabia que cães e gatos podem ter câncer de próstata? Veja os sintomas e tratamentos.

Este mês é marcado pela campanha “Novembro Azul”, que visa conscientizar os homens sobre a importância de cuidar da saúde. Mas você sabia que essa doença não atinge apenas os humanos? Assim como nós, os pets também podem ter essa patologia. Por isso, inic

Este mês é marcado pela campanha “Novembro Azul”, que visa conscientizar os homens sobre a importância de cuidar da saúde. Mas você sabia que essa doença não atinge apenas os humanos? Assim como nós, os pets também podem ter essa patologia. Por isso, iniciando o projeto “Papo de Pet”, vamos abordar um assunto muito importante: o câncer de próstata em animais.

O câncer de próstata é uma doença pouco frequente que acomete cães e gatos idosos. Mesmo não sendo tão comum, é preciso que o tutor tenha uma atenção especial e sempre busque sinais que seu animal pode apresentar. “A neoplasia prostática mais frequente é o adenocarcinoma, e acomete tanto caninos, em faixa etária média de 8 e 11 anos, quanto felinos, entre 11 e 22 anos, sendo considerado muito raro nesta última espécie, com pouquíssimos relatos de casos, dificultando o estabelecimento de uma conduta clinico cirúrgico”, explica a médica veterinária Verena da Costa Ferreira, especializada em Oncologia Veterinária.

“Na espécie canina, os tumores de próstata acorrem tanto em machos castrados quanto em machos inteiros (não castrados), representando uma incidência de 44,2% e 55,8%, respectivamente, sem predisposição racial. Além das neoplasias prostática espontâneas, como os adenocarcinoma, este órgão também pode ser acometido por outras neoplasias de forma secundária, como neoplasias de bexiga: os carcinomas de células transicionais”, completa Verena.

O câncer de próstata normalmente se manifesta de uma forma silenciosa e com sintomas inicialmente sutis, que podem ser confundidos com outras doenças. Por isso, é sempre importante que o tutor fique atento aos sinais e procure um médico veterinário o quanto antes, evitando que o diagnóstico já seja descoberto em estágio avançado.

Verena da Costa Ferreira, médica veterinária especializada em Oncologia Veterinária. (Foto: arquivo pessoal)

“As metástases geralmente ocorrem para o pulmão, ossos pélvicos e lombares e cadeia linfática (principalmente para os linfonodos abdominais), e esta prevalência alta de metástases, logo no início do diagnóstico, se dá pelo fato de a próstata não ser um órgão habitualmente incluído no exame clínico de rotina, por meio do toque retal”, detalha a médica veterinária.

Verena Ferreira lembra que o último caso de neoplasia prostática que atendeu foi em dezembro de 2014, sendo secundária a carcinoma de células transacionais de bexiga. “Tratava-se de um yorkshire macho, castrado aos 10 anos, com histórico de sangue na urina refratária aos tratamentos de rotina para cistite (inflamação/ infecção da bexiga). Na avaliação ultrassonográfica foi possível observar a presença de nódulo na parede da bexiga e irregularidades do parênquima prostático. Os tutores optaram pelo tratamento paliativo, dado a idade do paciente, que a princípio reagiu muito bem com antiinflamatórios não esteiroidal. Porém, com a evolução do tumor da bexiga e progressão para a próstata, associado a metástase linfática e óssea, o animal teve perda de qualidade de vida e veio a óbito em novembro de 2015”.

SINTOMAS

Os sintomas mais frequentes são disúria (dor para urinar) e hematúria (sangue na urina), mas também pode ser observado constipação intestinal, dificuldade e dor para defecar, além de perda de peso.

“O tutor precisa estar atento a frequência, coloração e dificuldade para urinar e defecar, perceber mudanças de comportamento, observar se há diminuição de apetite, dificuldade de locomoção, emagrecimento, entre outros, lembrando que se houver a manifestação de qualquer um dos sinais o tutor deve levar o seu pet ao atendimento veterinário, pois o diagnóstico precoce geralmente está associado a um melhor prognóstico”, afirma a veterinária especializada em oncologia.

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Ainda segundo Verena, o diagnóstico se dá por meio do toque retal. “Com o toque é possível perceber se a próstata se encontra aumentada, com superfície irregular, assimétrica, firme ao toque, além de conseguir perceber se há envolvimento dos linfonodos sublombares, associado a exames complementares de imagem (ultrassonografia, radiografia, tomografia), citologia aspirava e biópsia da próstata. Diferentemente da medicina humana, na qual o PSA é utilizado como um marcador para tumor prostático, na veterinária não há valor de diagnóstico para caninos”, explica.

Após o animal ser diagnosticado com a doença, é necessário que ele passe por uma cirurgia. “O tratamento de escolha é a remoção cirúrgica da próstata total ou parcial, associado a radioterapia transcirúrgica. É importante ressaltar que cães submetidos a prostatectomia podem desenvolver incontinência urinária”, ressalta a veterinária.

CASTRAR O ANIMAL DIMINUI O RISCO DA DOENÇA?

"Se avaliarmos a incidência, há uma discreta prevalência de neoplasia de próstata em machos inteiros (não castrados). Entretanto, alguns estudos apontam que a castração pode aumentar a agressividade, principalmente porque em caninos, observa-se que os tumores prostático, quando ocorrem, não são dependentes de hormônio testicular (testosterona), como em homens, e por esta razão cães já diagnosticados com câncer de próstata não se beneficiam da castração”, explica Verena.
A veterinária ainda ressalta que “a castração também diminui a incidência de outras patologias associados a exposição hormonal testicular, como as prostatites, abscessos prostáticos e a hiperplasia prostática benigna (HPB), além de evitar os tumores testiculares e tumores perianais, sendo estes bem frequentes na rotina veterinária”.

A médica veterinária ainda ressalta a importância do Novembro Azul Pet. “A campanha é importante para conscientizar os familiares de pets a levá-los para avaliações de rotina para check up anual com exames de imagem, principalmente ao entrarem na idade senil, que se inicia aos 7 anos, não esquecendo que o toque retal deverá fazer parte da rotina de avaliação tanto do macho castrado como do não castrado. Lembrando que o diagnóstico precoce é a chave para conseguirmos um melhor prognóstico e sobrevida para nossos pacientes caninos”, finaliza.

O TUTOR TEM QUE FICAR ATENTO AOS SINAIS

Uma dica muito importante para manter a saúde do pet é o tutor sempre ficar atento ao comportamento e sinais que possam aparecer. Foi o que Socorro Daibes fez com Nash, um Shih tzu de sete anos. Ao perceber a presença de um nódulo no animal, imediatamente procurou um médico veterinário. “Ele tinha uns três anos quando aconteceu. Ai ele operou e foi feita a biopsia, mas não era nada de grave. Depois de uns seis meses o nódulo voltou e novamente ele precisou passar por uma cirurgia. Então aproveitei para castrá-lo e, assim, evitar outras doenças”, lembra.

“Quando apareceu o primeiro nódulo no Nash, meu marido tinha acabado de falecer de câncer e eu também já tive câncer de mama. Então isso me fez ter uma atenção e preocupação maior com ele. Sempre procuro ficar atenta aos comportamentos dele e a qualquer ‘sinal’ que apareça no corpo. Com isso descobri que ele é alérgico a frango e peixe. Hoje ele tem acompanhamento de médico veterinário endocrinologista, nutricionista e oncologista”, explica Socorro, que diz ainda que o animal é seu maior companheiro e, por isso, preza muito pela saúde dele.

A tutora Socorro Daibes sempre fica atenta a saúde do seu pet. (Foto: Arquivo pessoal)

Já o yorkshire de Maria do Socorro Campelo, o Kim, teve um tumor na bexiga e, mesmo após tratamento, não resistiu e faleceu com 10 anos. Ela também alerta sobre a importância de ficar atento aos sinais que o animal pode dar que não está bem. “O Kim veio pra casa com cinco meses, no Natal de 2005. Sempre foi um cãozinho esperto e saudável. Não percebi qualquer mudança de comportamento, a não ser quando ele começou a urinar sangue, quando ele tinha uns 8 anos. Então levei-o no veterinário e ele falou que devia ser infecção urinária. O Kim tomou a medição prescrita e aparentemente ficou bom”, lembra.

“Quatro meses depois teve outro episódio parecendo que a infecção tinha voltado, voltamos ao veterinário e ele passou uma ultrassonografia, quando veio a triste notícia que ele estava com um tumor na bexiga. Só que o tumor já estava grande. Levamos o Kim em uma médica especialista em oncologia veterinária e ela disse que o tumor era inoperável e restava o tratamento com medicação, para atenuar os efeitos do câncer, pois quimioterapia seria muito agressiva, já que ele sofreria muito, e não daria garantia de cura”, detalha Maria do Socorro.

Maria do Socorro Campelo lembra que seu pet teve um tumor na bexiga e, mesmo após tratamento, não resistiu e faleceu com 10 anos. (Foto: arquivo pessoal)

Ela iniciou o tratamento com a medição prescrita pela oncologista. “Ele tomou remédios diariamente por dois anos. Posso dizer que deu certo, pois o Kim ainda ficou conosco por esses dois anos com qualidade de vida. Era brincalhão e alegre. Porém ao fim desse tempo começou a piorar, cada vez mais. Ele foi castrado na tentativa de diminuir a próstata que estava aumentada, mas depois não deu mais certo o tratamento dele”, diz a tutora. "Meu filho e eu sofremos muito, pois amávamos muito aquele cãozinho, até que chegou o momento que decidimos pela eutanásia, depois de muitas idas e vindas no atendimento de urgência e emergência. Foi um momento muito difícil, mas tinha que ser feito. Ele foi embora de uma forma tranquila”.

Socorro diz que até hoje tem saudade de Kim e que ele nunca será esquecido. Hoje, ela tem Serena, uma gatinha que foi adotada e também é muito amada.

Reportagem: Ana Paula Azevedo

Coordenação: Gustavo Dutra

Multimídia: Vicente Crispino

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