Festival de Música Popular Paraense já tem doze selecionados para a final

Na edição em que celebra seus 10 anos, o Festival de Música Popular Paraense já começou com duas noites de casa cheia para sua fase de eliminatórias, ocorridas nesta semana, no Prime Hall. Entre as 24 semifinalistas, 12 músicas foram selecionadas para disputar a grande final, marcada para o próximo dia 29, na Assembleia Paraense. O evento, uma realização da RBA, com o apoio da Vale e parceria do Parque Shopping, poderá ser acompanhado ao vivo pela RBATV ou no local, com retirada de convites gratuitamente, nas lojas Tem! Classificados.

Com a apresentação de Tonynho Santos, da rádio 99FM, chamou atenção a grande plateia presente para assistir às eliminatórias. Em canções como a finalista “Só Deus”, interpretada por Lucinnha Bastos, a plateia chegou a acompanhar o refrão à capela no finalzinho da apresentação. Recheada de sambas, a segunda noite de eliminatórias ainda fez algumas pessoas dançarem, como ocorreu em “Tambor”, cantado por Mariza Black e “Raíz do Maguezal”, por Joelma Klaudia, ambos selecionados para a final. “Para nossa surpresa a plateia respondeu muito bem!”, disse Mariza.

Entre os participantes havia vários veteranos, como Rogério Brito, que já estreou vencendo o festival na edição de 2014, e chegou com uma música intitulada “Eu Sou Festival”, em homenagem aos 10 anos do evento. E também Alfredo Reis, que passou para a final com “Pororocando” e comentou com o público, de cima do palco: “É boa essa coisa de festival, né? Desde os 16 anos que participo deles”. A música escolhida por ele remetia ainda a essa intensa renovação do festival, com ondas de novidades sempre chegando.

Entre os estreantes deste ano e que vão estar na final do dia 29 está a banda Os Panteras, uma participação que também não é comum no próprio evento – com uma banda completa. “Estar neste festival é uma coisa única na nossa trajetória. Me sinto muito lisonjeado com essa valorização que a RBA está promovendo do nosso trabalho, já tão pouco valorizado lá fora”, comentou o vocalista, Murilo Gaioso. Houve ainda quem retornou aos festivais. “Essa música foi decisiva para que eu participasse. Faz 31 anos que eu não canto em festival”, contou Lucinnha Bastos, após cantar “Só Deus”, samba de Rodrigo Meirelles.

(Foto: Wagner Santana/Diário do Pará)

Músicos colaboraram com mais de uma apresentação

O clima de amizade e confraternização do festival continuou forte e presente também nesta edição. Patrícia Rabelo encerrou “Voz da Ausência” contando com o acompanhamento de Paulo Assunção fazendo um batuque gostoso ao pandeiro. Duas músicas depois, ele subiu mais uma vez ao palco para acompanhar Márcio Farias em “Maracatu”. A violinista Thais Carneiro também tocou em “Maracatu” e logo depois em “Estado Grave”. “Eu fico feliz porque é um festival superconhecido, toquei uma balada e agora um maracatu. É muito bom!”, disse ela.

Entre os intérpretes, colaborar recebendo uma música foi tanto um presente como uma responsabilidade. O compositor Plínio do Cavaco, que também é cantor, declarou que mesmo podendo defender sua própria música, queria muito ouvir “400 Razões” na voz de Daniel Cardoso. Integrante do júri, o vice-diretor da Escola de Música da UFPA, André Gaby destacou como essas performances dos intérpretes são importantes. “A gente está aqui para avaliar a música, mas ter nesse contexto – o Renato Torres, por exemplo, que recitou um poema antes e terminou de uma forma bem impactante – com certeza faz muita diferença”.

(Lais Azevedo/Diário do Pará)