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Saudade e homenagens nos cemitérios

O Dia de Finados registrou um movimento intenso nos principais cemitérios públicos de Belém. Os visitantes aproveitaram a data para prestar homenagens aos entes queridos. O dia também foi de limpeza das sepulturas e reclamação do abandono de algumas delas

O Dia de Finados registrou um movimento intenso nos principais cemitérios públicos de Belém. Os visitantes aproveitaram a data para prestar homenagens aos entes queridos. O dia também foi de limpeza das sepulturas e reclamação do abandono de algumas delas. Para zeladores e comerciantes, o feriado foi uma boa oportunidade para ganhar um dinheiro extra.

O maior e mais tradicional dos cemitérios, o Santa Isabel, registrou um grande número de visitantes desde as primeiras horas do dia. Teve homenagem para todos os gostos, desde a colocação de diversificadas coroas de flores até piquenique.

+ Veja imagens do Dia de Finados no Pará em nossa galeria

A família do pequeno Eduardo Castro, falecido em 2008, aos quatro anos, reuniu parentes e amigos para visitar a sepultura. Após acenderem as velas, se abraçaram e fizeram uma corrente de oração. Ficaram a manhã toda ao redor da sepultura. Junto com eles, uma sombrinha de praia para proteger do sol e um isopor com água e lanche para garantir até a volta para casa. “É a nossa forma de estar perto dele novamente e amenizar a saudade”, disse a irmã de menino, Eduarda Castro, 15.

PROCURA

Dentre as 90 mil sepulturas, as mais procuradas novamente foram as mais famosas, como a de Severa Romana, reconhecida por muitos como uma “fazedora de milagres”. Ela foi assassinada grávida em 1900, na rua João Balbi, no bairro do Umarizal, ao defender sua honra. A professora Nazaré Lemos, 62, visita a sepultura da jovem assassinada. “Quando conheci a história dela, passei a fazer várias promessas e consegui muitas graças. Ela realmente faz milagres”, afirmou Nazaré.

No cemitério do Tapanã, várias famílias usaram camisas com fotos para prestar homenagem. A família de empregada doméstica Maria das Graças Ferreira, 58, foi uma dessas. A filha Jocicléia Ferreira morreu em 2013, aos 25 anos de idade, após um acidente de carro na avenida Presidente Vargas. O marido Júlio Marques, falecido aos 35 anos depois de cair de um carro, também foi homenageado “A gente sente muita tristeza ainda, é uma dor que nunca passa”, lamenta.

(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

REVOLTA

Dor maior foi para familiares e amigos dos jovens vítimas da chacina que aconteceu no bairro no último dia 29. As amigas de Thiago Cruz, 23, e Jacob Braga, 22, vestiram uma blusa com a foto dos dois para visitar a sepultura de Jacob. Com medo e ainda muito abaladas, elas preferem não falar o nome nem mostrar o rosto. “Até hoje não acreditamos que nossos amigos inocentes se foram. Ninguém dorme mais nem sai de casa com medo de ser a próxima vítima, nossa vida acabou”.

Visitantes reclamaram da falta de limpeza

Do lado de fora dos cemitérios, centenas de vendedores tentavam ganhar um dinheiro extra. O entorno do Santa Isabel virou uma feira a céu aberto onde podia se encontrar desde a vela ao PF (prato feito). No cemitério São Jorge, na Marambaia, os ambulantes reclamaram da queda no número de visitantes e de vendas. Daniele de Araújo, 40, vende velas e flores na área há 20 anos e diz que nunca foi tão fraco como este ano. “Dessa vez tem menos vendedores e mesmo assim pouco se vendeu. Vai ter sobra de mercadoria”, reclamou.

Quem faturou mesmo foram os vendedores de água, devido ao forte calor, assim como zeladores dos cemitérios. Muita gente aproveitou para contratar os serviços de limpeza, lavagem e recuperação de sepultura, um pacote que não sai por menos de R$ 80.

A maior reclamação dos visitantes foi com a falta de limpeza dos cemitérios. Por toda parte era possível ver lixo, entulho e mato. “Hoje até que eles capinaram por ser Dia de Finados, mas fora isso fica muito abandonado, só mato”, disse a pedagoga Ione Cruz.

(Leidemar Oliveira/Diário do Pará)

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