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Mesárias e TRE comentam plano para 2° turno após problemas em eleição

Mais de 147 milhões de pessoas foram às urnas no dia 8 de outubro e escolheram os candidatos que julgaram aptos para pleitear os cargos de deputado estadual, federal, senador, governador e presidente. O domingo foi intenso não apenas para os eleitores, ma

Mais de 147 milhões de pessoas foram às urnas no dia 8 de outubro e escolheram os candidatos que julgaram aptos para pleitear os cargos de deputado estadual, federal, senador, governador e presidente. O domingo foi intenso não apenas para os eleitores, mas também para os voluntários responsáveis pela realização das eleições: os mesários.

Convocado pelo jutiz eleitoral e seguindo critérios definidos em lei, para ser mesário é preciso ter mais de 18 anos e estar em situação regular com a Justiça Eleitoral. Qualquer um pode ser escolhido para a função, mas há exceções.

Entre as funções desenvolvidas, estão a de presidente da mesa receptora de votos e de justificativas, 1º ou 2º mesário, 1º ou 2º secretário e suplente. É graças ao trabalho dessas pessoas que eleitores têm a chance de passar por uma votação tranquila e organizada.

Uma destas pessoas é Scheyla Vanessa, professora de Altamira, que trabalha em eleições desde 2002. “Já fui mesária, secretária e presidente”, diz. Apesar de muito experiente, cada eleição e, principalmente, cada turno costuma ser um desafio. No dia 8, por exemplo, a escola onde ela trabalhou foi uma das várias que sofreu com atrasos, fila e bagunça. “Primeiro turno foi bem cansativo porque minha sessão tinha muita gente. Chegamos às 7h e trabalhamos direto, sem folga, até 17h15”, recorda.

Enquanto isso, a nutricionista Anna Carolina, 24 anos, enfrentava sua primeira experiência como mesária no bairro Coqueiro, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém (RMB). Ela foi convocada em agosto e começou o treinamento em setembro último.

“Foi bem cansativo, não vou mentir. Muito da demora que eu pude perceber foi nas prioridades, principalmente os idosos. Como eram muitos números, seis candidatos, eles acabaram demorando um pouco, mas isso todo mundo tinha que ter paciência; e o outro problema foi a biometria, tinha que tentar até quatro vezes [a biometria]. Tinha gente que só encostava o dedo e passava rápido, enquanto algumas eram exceções, precisavam assinar. Esses foram os dois pontos. Nas filas, as pessoas costumavam levar em média duas horas e meia pra poder votar”, conta.

Scheyla Vanessa trabalha nas eleições desde 2002, e já atuou como secretária, mesária e presidente de mesa (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

E O TREINAMENTO?

Uma eleição considerada “atípica” por cientistas políticos e cheia de pessoas com os nervos à flor da pele: essas são as eleições 2018. Com isso em mente, algumas considerações foram feitas no treinamento de alguns mesários. “A maior preocupação esse ano foi com possíveis atritos entre eleitores”, diz Scheyla.

“Nosso treinamento foi mais detalhado e criterioso. Todos são presenciais, obrigatoriamente, sempre foram.‬‬‬ É passado um vídeo mostrando como funciona, depois entregam uma ‘cartilha’ com os dados principais. Além disso, teve uma apresentação em powerpoint esse ano e uma prática com a urna”, explica.

“Presidente de mesa tem que colocar ordem na seção. Eu autorizo a votação, digito o título, passo a biometria. Caso não dê certo, tem um código pra autorizar a votação, eu autorizo as prioridades. Basicamente, manter a paz. E, se tiver um problema, quem tem que resolver sou eu, mas caso eu não esteja na sala, quem se torna o responsável na mesa é o mesário 1”, detalha Anna, que complementa, “todo o treinamento e a documentação dada pra gente é bem didática. É bem simples o que tem que ser feito”.

Para se ter uma ideia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirma que, somente nas Eleições Municipais de 2016, quase dois milhões de mesários se candidataram de forma voluntária. E por isso a preparação também é diferente.

“Orientaram que nós [mesários], de vez em quando entre um eleitor e outro, fôssemos na cabine quando ninguém estivesse votando para verificar se deixaram um santinho, escrito algum número. Na minha [seção], tentaram escrever uma numeração no visor da urna. O fiscal foi chamado pra limpar e conseguimos”, relembra Anna, que no dia das eleições precisou ir vestida com roupas neutras, também como parte do treinamento. “Eu mesma fui neutra”.

Anna Carolina é presidente de mesa nas eleições 2018 (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

PROBLEMAS

Em entrevista, Scheyla informou que ela e outros colegas voluntários encararam mais de 70 mil pessoas no domingo das eleições. Para ela, o maior problema enfrentado aconteceu próximo do horário do almoço, quando muitos se adiantaram para votar. “Tinha muita prioridade e isso gerou um pouco de tumulto perto do meio-dia, mas foi resolvido e seguimos de forma tranquila”, avalia.

Já Anna comentou que “Eu fiquei assustada porque eu sempre votei na escola onde trabalhei e nunca tinha visto assim. Quando eu finalizei a urna depois das 18h, ainda tinham outras duas sessões lotadas”, ressaltou.

Enquanto muitos eleitores reclamaram da biometria, o próprio secretário de gestão de pessoas do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE), Rodrigo Valdez, entende que o problema foi das próprias pessoas, que não se prepararam adequadamente para um processo que não deveria levar mais do que dois minutos. “Recebi histórias de que pessoas ficaram quase 10 minutos na cabine porque se atrapalhou durante a votação”.


(Foto: Wagner Almeida/Diário do Pará)

PREPARAÇÕES PARA O SEGUNDO TURNO

O secretário reconhece que o primeiro turno foi demorado, mas que toda a situação estava prevista, tendo em vista a quantidade de candidatos a serem votados, o que não deve acontecer no dia 28, domingo do segundo turno de eleição. "Temos consciência da demora, mas a biometria não foi o fator determinante. Na verdade, a média de falha no reconhecimento biométrico em Belém foi menor do que a média nacional”, avalia.

Levando em consideração o acontecido no primeiro, a preparação agora será diferente. “Vamos tentar espaçar mais a distância de uma zona eleitoral para outra. Talvez assim diminua mais a quantidade de pessoas em um mesmo local. Apesar de acharmos que não teremos tanta confusão e demora, uma vez que serão apenas dois cargos: governador e presidente”, finaliza Rodrigo.

(Fernanda Palheta/DOL)

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