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'Não prestou socorro', diz irmão de candidato que morreu após Teste Físico da Susipe

A família de Ismael Lauane Sousa, que morreu após o Teste de Aptidão Física (TAF) no concurso C199, da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), relata negligência na prestação de socorro do candidato. Israel Laune, irmão da vítima, dis

A família de Ismael Lauane Sousa, que morreu após o Teste de Aptidão Física (TAF) no concurso C199, da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), relata negligência na prestação de socorro do candidato.

Israel Laune, irmão da vítima, disse ao Diário Online, garante que Ismael estava em perfeito estado de saúde e fez todos os exames necessários.

“O meu irmão já tinha há muito tempo se preparando para essa prova. Ele estava treinando, só que houve muitas irregularidades na realização do TAF. Vi no cartão do meu irmão que a prova dele estava marcada para 11h e só foi ocorrer de fato às 15h, ele e outros candidatos não puderam sair para beber água ou se alimentar, houve um atraso muito grande”, denuncia.

Ismael morreu após o Teste de Aptidão Física (TAF) realizado no dia 21 de outubro, no município de Castanhal, no nordeste paraense. Segundo testemunhas que participavam da prova, o candidato teve um mal súbito.

Sentimento de dor e revolta na família

Ismael foi levado por uma ambulância, com vida, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Castanhal. No entanto, segundo o irmão da vítima, a família só teve conhecimento do ocorrido por outros candidatos.

“A banca em nenhum momento entrou em contato conosco. A gente só soube do que havia ocorrido por terceiros, quase 17h da tarde. Só havia uma ambulância de UTI e não foi só o meu irmão que passou mal. Além das irregularidades na realização do exame reclamadas por outros candidatos, teve essa conduta. Não sabemos se de fato o meu irmão recebeu o socorro necessário”, ressalta Israel.

No entanto, conforme relato dos familiares, por falta de estrutura adequada, foi pedido que Ismael fosse transferido para o Pronto Socorro da 14 de Março, outro problema enfrentado.

“Vimos toda aquela situação e pedimos transferência dele para um hospital de maior suporte, mas disseram que a ambulância ia demorar muito. No desespero, socorri meu irmão no meu carro mesmo, já que fomos informados de que a ambulância iria demorar. Lá ele foi para a UTI e entubado. Acreditamos que tudo foi provocado pelo exercício exaustivo, agravado por fatores como insolação, por ter ficado muito tempo sem beber água e se alimentar. Os médicos tentaram reverter o quadro ele, mas ele faleceu por volta das 19h de terça-feira”, lamentou o irmão.

Segundo Israel, o sonho do irmão foi interrompido por negligência da organizadora do concurso, a AOCP Concursos Públicos.

“A banca em nenhum momento se responsabilizou pela vida do meu irmão, não deu um suporte adequado, não entrou em contato com a família dele. A Sead nos procurou no dia do enterro para saber o que havia ocorrido e que iria tomar algumas providência administrativas. Foi uma perda inesperada, os exames dele estavam todos normais. Foram tantas irregularidades já denunciadas na realização desse Teste de Aptidão Física. Existe um culpado que tem que ser responsabilizado”, disse Israel.

Ismael era formado em Física e Engenharia Florestal e, segundo o irmão, já havia passado no Concurso da Polícia Militar de Macapá e estava aguardando ser convocado. “Ele fez esse concurso da Susipe e depois iria fazer um concurso federal. Os sonhos dele acabaram”, lamentou.

Nas redes sociais, familiares e amigos lamentaram a perda do jovem.

Candidatos pedem cancelamento do TAF

Antes da morte de Ismael Sousa, candidatos já haviam denunciado outras irregularidades da aplicabilidade do TAF, realizado no Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA), localizado na rodovia Arthur Bernardes, em Belém.

Revoltados com a banca organizadora do certame, a AOCP Concursos Públicos, em relação aos erros que lhes valeram a vaga, candidatos recorrerram ao Ministério Público e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA) para pedirem nulidade do Teste de Aptidão Física.

Além do local impróprio para a realização do salto horizontal, candidatos denunciaram a utilização de um pó branco foi jogado na pista, deixando o piso escorregadio e perigoso para acidentes e ainda, atraso para o início das provas, que ficaram sem beber água ou se alimentar por muitas horas.

Posicionamento Sead e AOCP Concursos

A Secretaria de Estado de Administração(Sead) informou, através de nota, que está apurando junto à AOCP, empresa que ganhou a concorrência pública para realização do certame, os fatos que levaram a óbito o candidato do Concurso Público C199 da Superintendência do Sistema Penal (Susipe), Ismael Lauane Sousa.

A Sead informou ainda que durante o TAF ocorrido na segunda-feira, 22, em Castanhal, os candidatos foram acompanhados por equipe médica e uma UTI Móvel esteve disponível durante todo o período de realização das provas. Importante ressaltar, que o candidato apresentou um laudo fornecido por médico particular, de sua exclusiva responsabilidade, onde encontrava-se apto a realização dos testes. Os candidatos poderiam levar água e comida para hidratação e alimentação e foram disponibilizados bebedouros para reposição de água.

O Teste de Aptidão Física (TAF) para agente prisional é composto de teste de barra fixa (mínimo 3 e máximo de 5 repetições para candidatos do sexo masculino), teste de salto em distância (apenas uma impulsão) e corrida de 2.1 quilômetros, todos na sequência e com intervalos para descanso.

Ja a AOCP Concursos informou, através de nota, que Ismael Laune Sousa foi imediatamente atendido pela equipe médica da UTI móvel que acompanhava a realização da etapa, a qual efetuou os cuidados necessários e, em seguida, realizou o transporte do candidato até uma unidade de atendimento de saúde do município de Castanhal, onde o médico plantonista daquela unidade, após receber o candidato, liberou a equipe da UTI móvel.

Para a realização dos testes físicos do concurso de agente prisional da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (SUSIPE), todos os candidatos foram obrigados a apresentar um atestado médico que comprovava que eles estavam aptos a realizar os esforços contidos nos testes físicos previstos na legislação regulamentadora do concurso.

Assim como os demais, o candidato Ismael Laune Sousa também apresentou o atestado médico para a realização dos testes físicos e, em fase anterior, apresentou exames de saúde exigidos no Edital do Concurso.

A organizadora do concurso informou, ainda, que, durante o período em que os candidatos estiveram aguardando a realização das provas e entre os testes aplicados, eles puderam utilizar os bebedouros do local, bem como não houve qualquer tipo de restrição quanto à possibilidade do candidato se alimentar.

(DOL)

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