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Violência nas escolas assusta pais e especialistas. Como lidar com o problema?

A violência entrou de vez no currículo escolar dos brasileiros. Crianças e adolescentes, professores, diretores e funcionários convivem a cada dia com situações de agressões que ameaçam à paz na comunidade escolar. “O ambiente de medo mantém as pessoas r

A violência entrou de vez no currículo escolar dos brasileiros. Crianças e adolescentes, professores, diretores e funcionários convivem a cada dia com situações de agressões que ameaçam à paz na comunidade escolar.

“O ambiente de medo mantém as pessoas reféns, compromete a aprendizagem e principalmente a função da escola no processo de educação e socialização das pessoas. O ambiente precisa ser cuidado para ser favorável ao desenvolvimento”.

O alerta é Lúcia Garcia, mestre em serviço social da Universidade da Amazônia (UNAMA) e coordenadora do projeto de prática restaurativa que atua junto com o Ministério Público de Icoaraci.

Não é preciso ir muito longe para constatar a problemática. Na manhã da última terça-feira (16), duas adolescentes foram flagradas aos tapas e socos na hora do intervalo, dentro da Escola Francisco de Sales Neves, no município de Marapanim, no nordeste paraense. A briga, segundo testemunhas, foi motivada por causa de namorado. As alunas foram apartadas por funcionários do local e levadas para a diretoria da escola após a situação ser presenciada por vários estudantes e docentes.

ROTINA

Este, contudo, não é um caso isolado. Em junho deste ano, um vídeo compartilhado nas redes sociais mostrou mãe e a filha cercando uma adolescente na saída de uma escola no bairro da Pratinha II, em Belém.

Na ocasião, a adolescente chegou a puxar uma faca do cós da calça e desferiu vários golpes contra outra garota, atingida no rosto, cabeça, braço e peito. Segundo relatos de colegas, as duas eram “amigas” e a discussão teria começado após bullying na escola.

É PRECISO PREVENIR

Para Garcia, no momento, há uma grande dificuldade de compreender o que de fato é um ato de indisciplina e quando se trata de um ato infracional. “A violência nas escolas acaba sendo desencadeada também por não saber tratar de forma preventiva, o que acaba gerando outras situações”, explica.

Para a mestre em serviço social, a violência e a impunidade favorecem os alunos envolvidos nessas situações, além da falta de capacitação e orientação em como conduzir o processo.

“Tem a questão da direção não conduzir da forma que deveria, tomando as medidas cabíveis, verificando se a ocorrência ultrapassa a questão da indisciplina. A falta de conhecimento sobre os direitos das crianças e adolescentes acaba gerando uma isenção”, opina.

A professora também ressalta como fator contribuinte para os casos de violência, a ausência da segurança nas áreas onde ficam localizadas a maioria das escolas.

“Um adolescente, por exemplo, entra com uma faca na escola. A diretora fica morrendo de medo, esconde o objeto na diretoria e acaba entregando ao final da aula, por não saber como proceder. Outra questão é a locação da maioria das escolas, onde há uma ausência muito grande de segurança. São muitas desmedidas e formas de se manifestar frente as situações de violência”, destaca.

Para amenizar a questão da violência nas escolas, Garcia acredita que a principal medida deve ser instrumentalizar os profissionais da educação. Para ela, o Ministério Público deve estar presente e, amparar e orientar os profissionais.

“Precisamos de profissionais qualificados, que saibam tomar os encaminhamentos necessários e que sejam apoiados pelos próprios familiares. Esse projeto na universidade tem justamente o objetivo de restaurar vínculos e apurar as questões de violência, o que de fato desencadeou, além de orientar e apoiar, ao invés de punir”, explica.

VIOLÊNCIA ENTRE JOVENS

O grande aumento de mortes no Brasil entre 2006 e 2016 pode ser explicado pela violência contra jovens. Em 2016, 33.590 pessoas entre 15 e 29 anos foram assassinadas no País.

De acordo com o Atlas da Violência 2018, a juventude perdida é considerada um problema de primeira importância no caminho do desenvolvimento social do país e que vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte.

Em 2016, as taxas de homicídios de jovens variaram de 19 homicídios por cada grupo de 100 mil jovens, em São Paulo, até 142,7 em Sergipe, sendo a taxa média do país 65,5 jovens mortos por grupo de 100 mil.

No Pará essa taxa é de 98 jovens mortos a cada grupo de 100 mil habitantes, uma taxa considerada altíssima pelos pesquisadores do Fórum da Segurança Pública. Considerando a década 2006-2016, o Atlas afirma que houve aumento de 23,3% no número de vítimas nessa faixa etária.

O DOL entrou em contato com Secretaria de Educação (Seduc) para saber de que forma o órgão atua em casos de violência no interior das unidades escolares e aguarda um posicionamento.

A reportagem ainda tenta contato com a Secretaria Municipal de Educação de Marapanim, onde foi registrada a agressão entre as alunas.

(Andressa Ferreira/DOL)

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