Manifestantes querem hospital funcionando e com gestão pública

A manhã de sábado (22) foi marcada por protestos em frente ao local onde está sendo construído, desde 2013, o Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, distrito de Belém. Um grupo formado por servidores e usuários do hospital se reuniu e, com cartazes e alto falantes, fechou por alguns minutos a via em frente ao estabelecimento. O protesto é contra a demora na entrega das obras e a terceirização da gestão do hospital.

Este mês, a Organização de Saúde Pró-Saúde divulgou um edital com abertura de processo seletivo para contratação de profissionais de saúde, o que não agradou os funcionários do hospital, como o agente administrativo Sidney Santa Brígida.

“O hospital tem aproximadamente 800 funcionários que, desde o início das obras, foram redistribuídos para outros órgãos, mas na esperança de voltarem aos seus cargos de origem com a entrega das obras, mas não temos mais essa certeza”, afirma. “O hospital ainda nem foi inaugurado e ficamos sabendo que já tem uma Organização Social de Saúde contratada por milhões. Queremos que esse contrato seja revogado e que a administração do hospital volte a ser pública”.

EDITAL

Nazaré Silva, funcionária do hospital, conta que se sentiu desrespeitada com a divulgação do edital. “Me senti afrontada quando fiquei sabendo que a Pró-Saúde está fazendo processo seletivo para a contratação de pessoal. E nós, que somos funcionários?”.

Já Carlos Moraes, que mora perto do hospital, reclama do atraso na entrega das obras. “Era nossa referência de saúde aqui mas, em 2010, acabaram com atendimento de urgência e emergência e iniciaram uma obra que tem se arrastado por anos, deixando a população sem atendimento.

Desde 2014, o hospital funciona na clínica São Lucas, mas não é a mesma coisa”. Segundo Nazaré, o ato tinha como objetivo sensibilizar a sociedade e o poder público. “Queremos uma gestão pública para o Abelardo Santos”

OBRA

A obra de construção e aparelhamento do Hospital Abelardo Santos foi orçada em R$ 172 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A construção teve início em dezembro de 2013 e tinha como previsão inicial de conclusão dezembro de 2015, depois julho de 2016.

(Diário do Pará)