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No percurso da fé em Nossa Senhora: devotos relatam momentos de emoção

Há 30 anos a aposentada Arminda Pinho, 80 anos, acompanha a passagem do Círio de Nossa Senhora de Nazaré de uma vista privilegiada: da sacada de seu apartamento. O 3º andar do edifício Manoel Pinto da Silva, na esquina da avenida Nazaré com a Presidente V

Há 30 anos a aposentada Arminda Pinho, 80 anos, acompanha a passagem do Círio de Nossa Senhora de Nazaré de uma vista privilegiada: da sacada de seu apartamento. O 3º andar do edifício Manoel Pinto da Silva, na esquina da avenida Nazaré com a Presidente Vargas, bairro de Nazaré, em Belém, fica pequeno ao longo da semana que antecede o domingo de Círio.

Devota de Nossa Senhora desde a sua infância, Arminda faz questão de receber familiares e amigos para prestigiar a festa. Alguns deles ficam hospedados em seu apartamento. Quem entra no lar de Arminda se depara com diversas homenagens àquele que foi seu grande amigo: Dom Vicente Zico, arcebispo emérito de Belém que morreu em maio de 2015.

Por vários anos, Dom Zico assistiu a celebração daquela sacada. As lembranças continuam vivas na memória e em cada objeto que remete a ele e que decora boa parte do apartamento de Arminda.

São inúmeras fotos, livros com dedicatórias, matérias de jornais e terços que ela recebeu de presente do arcebispo. A presença constante de Dom Zico, sem dúvidas marcou cada Círio celebrado naquele local. Da sacada, a aposentada observa a passagem das diversas procissões do Círio, como a Motoromaria, Trasladação, além da procissão de domingo.

DOM ZICO

“Conheci Dom Zico antes dele ser arcebispo emérito. Frequentava a minha casa, era meu amigo. Ele dizia que quando se tornasse bispo emérito o lugar para assistir o Círio seria a sacada desse apartamento. A partir da data que tornou-se bispo emérito vários locais eram ofertados a ele. Mas ele escolheu aqui”, recorda ela, ao lembrar que a presença de Dom Zico no local era observada pelos romeiros que passavam. “Até o Círio passado as pessoas ainda lembravam disso. E se eu não colocar o outdoor com a foto dele o povo cobra. Para mim é muita honra”, diz.

Morar na avenida Nazaré para assistir ao Círio de perto era um sonho de infância de Arminda. Na casa da aposentada eram sete crianças, entre irmãos e primos. Na época a família residia no bairro de São Brás. O pai era padeiro e a mãe costureira. Todo ano, Arminda contemplava o esforço que seus pais faziam para levar todos os filhos para assistir ao Círio.

“Eu dizia: mãe vamos morar na avenida Nazaré. E ela dizia que éramos pobres. E eu dizia que para Deus nada era impossível. O motivo de querer vir para cá era para ver o Círio. E graças a Deus, Nossa Senhora me deu esse apartamento de presente”, conta, ao afirmar que apelida o imóvel de “apartamento de Nossa Senhora de Nazaré”.

“Ver a imagem da santa passar é uma alegria sem tamanho”, diz Silvia. (Foto: Ney Marcondes/Diário do Pará)

Há 10 anos, Silvia Coelho, 51, trabalha na avenida Nazaré com vendas de bebidas e bombons. Para ela, estar ali é muito bom, sobretudo pelo período do Círio, por ficar no final do trajeto da procissão realizada no segundo domingo de outubro. “Eu chego na noite anterior à festa de domingo, depois da Trasladação. Ver a imagem da santa passar é uma alegria sem tamanho, que tenho uma vez ao ano. Sou privilegiada”.

Confraternização na feira do Ver-o-Peso

Antônio Armando Feitosa, 57 anos, é proprietário de uma barraca de refeições na feira do Ver-o-Peso há 16 anos. E é naquele local que o feirante observa a passagem da imagem da santa, na Romaria Fluvial, na Trasladação e na procissão do Círio. Para receber os romeiros e turistas, os feirantes da área fazem questão de enfeitar o ambiente e, principalmente, receber a todos com muita alegria.

Ali ninguém dorme. Os feirantes costumam chegar por volta de 6h de sábado ao local e só retornam para casa na tarde de domingo do Círio. “Aqui a noite de sábado é animadíssima. Vem muita gente. Fazemos comidas típicas como maniçoba, pato no tucupi, tem camarão rosa, filhote... depois que a santa passa (no domingo), o povo não vai embora”, afirma.

Feirante observa a passagem da imagem da santa. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

“Tem gente que veio pela primeira vez, gosta e diz: ‘até ano que vem, se Deus quiser’. Eles apertam nossa mão e dizem que vão voltar”, diz ele, afirmando que é uma tradição estar ali durante o Círio. “É um momento de pedir e agradecer. A gente tem maior prazer em servir as pessoas e convida para voltar”.

Também proprietária de uma barraca de refeições, Daniele Nascimento, 43 anos, leva a família toda para trabalhar e, sobretudo, prestigiar a festa. Todo o esforço e trabalho árduo na semana e, principalmente, no sábado e domingo de Círio é válido.

Daniele trabalha ao lado da família e acompanha a festividade. (Foto: Fernando Araújo/Diário do Pará)

EMOÇÃO

“O que nos recompensa é ver ela passar. Quando ela se aproxima, as pessoas gritam – ‘lá vem ela’. Todos correm lá para frente pra ver. Não dá para explicar, só sentir. Passa uma novela na nossa cabeça. A gente chora e agradece”, lembra.

De acordo com Daniele, dois dias de festa – sábado e domingo – representam o ganho de um mês trabalhado para os feirantes. Contudo, mais que o financeiro, o que a motiva a estar ali é a fé.

“Escutamos muitas histórias de fé dos romeiros. Pessoas que às vezes vêm para pagar promessas, que conhecemos aqui e fazemos amizade. Tem também os romeiros que vêm de longe e todo ano ficam aqui”.

(Pryscila Soares e Roberta Paraense/Diário do Pará)

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