Luciana Mello faz homenagem à Bossa Nova em show em Belém

Para comemorar os 60 anos do estilo que é, junto com o samba, a maior identidade musical brasileira, a cantora Luciana Mello apresenta o show “Comemorando a Bossa Nova”, amanhã, 22, a partir das 20h30, no Teatro do Sesi. Dona de uma belíssima voz, ela começa por “Chega de Saudade”, composta por Vinicius de Moraes e Tom Jobim. Marcada pela voz de João Gilberto, a canção lançada em 1958 foi o marco inicial da bossa nova, que surgiu da busca por uma inovação musical e acabou se tornando parte importante da cultura brasileira e mesmo de seu alcance internacional.

Vinda dos palcos de dança, de espetáculos infantis, dos palcos de shows e de musicais, desde os cinco anos de idade Luciana Mello já se apresentava em programas de televisão com seu pai, o cantor Jair Rodrigues, morto em 2014. E, ao longo dessa trajetória, sempre viu na bossa nova uma inspiração, por sua grandeza de harmonia, poesia e melodia incomparáveis. Essa foi a razão para que decidisse mergulhar no repertório de grandes nomes, como João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Baden Powell e Roberto Menescal, que elaboraram o novo estilo musical ao unir harmoniosamente o sofisticado jazz americano às batidas do samba.

E assim como aqueles jovens músicos estavam em busca de trazer algo novo à música brasileira, Luciana trabalha seu show de forma a também acrescentar um toque contemporâneo e até mesmo pessoal a canções como “Eu e a Brisa”, de Johnny Alf; “Luiza” e “Wave”, de Tom Jobim; “Arrastão”, composição de Vinicius de Moraes e música de Edu Lobo, imortalizada na voz de Elis Regina; além de músicas que ela própria gravou, como “Da Cor do Pecado” e “Joia Rara”, trilha sonora de novelas, “Na Veia da Nêga”, “Quando Você me Olha” e “Simples Desejo”, que ganhou um novo arranjo para este show.

CARREIRA

Luciana Mello tem uma carreira que começou na infância e se oficializou em 1995, aos 16 anos, quando lançou seu primeiro CD e não parou mais de cantar. Entre seus projetos mais recentes, destaca-se o CD/DVD “O Samba me Cantou”, realizado em 2010 em parceria com o irmão, o também músico Jair Oliveira. Em 2017, ganhou uma indicação ao Grammy Latino com “Na Luz do Samba” na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode. Desde então, não houve lançamentos por parte da cantora, mas ela segue se dedicando a projetos como o que chega agora a Belém.

Paralelo à turnê de “Comemorando a Bossa Nova”, ela vem se dedicando à produção de um documentário sobre o pai, Jair Rodrigues. Considerado por muitos o primeiro rapper brasileiro, ele conseguiu o status de precursor do gênero por ter lançado, ainda nos anos 1960, “Deixa Isso Pra Lá”, com versos mais declamados do que cantados e a música se tornou um de seus principais sucessos. Mas, a intenção é mostrar o lado mais descontraído do cantor de “O Cravo e a Rosa” e “Disparada”, sob o ponto de vista da família e amigos. Ainda em produção, com direção de Alexandre Sorriso, o filme não tem previsão de lançamento.

(Diário do Pará)