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'Podemos fazer um governo para o povo': Fernando Carneiro, candidato ao Governo pelo PSol

Fernando Carneiro (PSol), 53 anos, maranhense, milita desde a década de 1980 no movimento estudantil e esteve à frente de muitas lutas para a conquista histórica da meia-passagem estudantil. Formado em História pela Universidade de São Paulo e pós-gradu

Fernando Carneiro (PSol), 53 anos, maranhense, milita desde a década de 1980 no movimento estudantil e esteve à frente de muitas lutas para a conquista histórica da meia-passagem estudantil. Formado em História pela Universidade de São Paulo e pós-graduado em políticas públicas pela Universidade da Amazônia, trabalhou na gestão do ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues, de 1999 a 2004, na antiga Companhia de Transportes do Município de Belém (Ctbel), hoje Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob).

Essa é a segunda vez que disputa o cargo majoritário de governador. A primeira foi em 2010. “Fiz uma campanha pequena mas tive votos em todos os municípios do Estado”. Em 2012 concorreu a uma cadeira na Câmara Municipal de Belém (CMB) e foi eleito, sendo reeleito em 2016.

“O Pará é um Estado desigual e a solução não está nos grandes projetos, mas sim na labuta de quem trabalha todo dia. Queremos um governo para cuidar e melhorar a vida das pessoas”, diz o candidato, que concedeu entrevista ao DIÁRIO. Confira!

DIÁRIO - Por que um vereador de Belém, de um partido pequeno, decide se lançar na disputa para o Governo do Estado?

Entrevistado - Acho que precisamos mudar a forma de governar esse Estado. Os últimos governos priorizaram a relação com as grandes empresas e os grandes projetos. Podemos fazer um governo diferente, para o povo, para reduzir as desigualdades sociais. Temos um Estado muito rico onde vive uma população muito pobre. O PSol tem um projeto para isso e apresenta não um programa eleitoral, mas um projeto para mudar a história do Pará, construído a muitas mãos que aponta soluções para a crise no Pará, feito por acadêmicos, doutores, mas também por feirantes, ambulantes, policiais militares e professores. Não é um projeto particular meu, mas um programa de governo feito a muitas mãos.

DIÁRIO - Como o PSol veio para essas eleições? Que alianças formou?

Entrevistado - Nosso partido fez uma coligação com o PCB e o PPL, partidos que têm uma trajetória de luta contra a entrega do nosso patrimônio nacional e contra as privatizações. Compomos a frente “Juntos para Mudar” que tem o desafio de romper nessa campanha o isolamento que é imposto aos pequenos partidos, como o PSol, que ainda é uma legenda nova, em reestruturação mas que possui excelente aceitação e uma estruturação orgânica nos movimentos sociais e possui militância ativa e uma capilaridade que nos permite um diálogo franco e aberto com a população.

DIÁRIO - Como transpor a barreira do pouco espaço de tempo para a campanha no rádio e TV? Como fazer para que as propostas da candidatura tenham eco entre os eleitores?

Entrevistado - Nosso diálogo com a população é feito de maneira orgânica e natural. Temos 16 segundos de propaganda dia sim e dia não. Nosso lema é: “temos pouco tempo de TV mas temos muito tempo para você!”. Temos usado muito as redes sociais e usado muito a capilaridade do nosso partido nos movimentos sociais e de trabalhadores de todo o Estado. Temos uma candidata a vice, que classificamos de co-governadora, que é a Tati Picanço, natural de Óbidos, uma indígena. A divisão do tempo de TV é muito injusta e ficou ainda pior com a nova reforma eleitoral, atingindo em cheio os pequenos partidos. Precisamos romper esse isolamento imposto pela legislação.

DIÁRIO - Qual a sua proposta para a segurança pública, uma das áreas mais sensíveis e que mais tem sido comprometida nos últimos meses no Pará?

Entrevistado - Não existe solução para a insegurança enquanto reinar a desigualdade social. Temos hoje no Pará mais de 100 mil crianças e adolescentes fora da escola de um lado e 400 mil desempregados na outra ponta. O problema tem que ser combatido com políticas de secretaria, mas com políticas de governo a médio e longo prazo. Mas a sociedade precisa de soluções imediatas. Primeiro, ao assumirmos o governo, vamos fazer concurso para aumentar o efetivo policial que está defasado. Precisamos valorizar o servidor público para a segurança dando a ele mais condições de trabalho através de mais coletes, viaturas e pagar um soldo decente. Como defender a vida das pessoas com um salário aviltante? Nossa polícia mata e morre e essa guerra tem que acabar. Outra medida é investir cada vez mais em inteligência que reduz a criminalidade. Nossa meta é ousada: reduzir em 10% ao ano os índices de homicídios intencionais no Pará, trazendo nosso Estado para a média nacional, que já é altíssima: são 63 mil mortos no país a cada ano e a média do Pará para cada 100 mil habitantes é o dobro da média nacional.

DIÁRIO - Na educação o Pará continua abaixo da média nacional em quase todos os índices que são divulgados pelo Ministério da Educação, colocando a educação do Estado como uma das piores do país. Como fazer para mudar essa realidade?

Entrevistado - Vamos aumentar, ao longo dos 4 anos do nosso governo, o teto de investimento na educação, de 25% para 30%. Para isso vamos acabar com a farra das isenções fiscais que existe no Pará hoje. Apenas a mineradora Hydro, uma das maiores que atuam aqui, tem R$ 500 milhões por ano em isenções. Em seguida vamos pagar o piso salarial dos professores e acabar de vez com a privatização do ensino através da educação à distância, aumentando o acesso da criança às escolas, que também serão reformadas e aumentadas. Vamos colocar essas mais de 100 mil crianças e adolescente de 4 a 17 anos que estão fora da escola, garantindo a sua permanência nas escolas, já que o Pará também é campeão em evasão, que está diretamente ligada ao desemprego.

DIÁRIO - A saúde é outra área crítica, cujos problemas perpassam várias administrações. Quais as suas propostas para a área?

Entrevistado - A lógica da privatização que ocorre na educação é a mesma na saúde. Nosso governo vai acabar com essa excrescência, essa farra de empresas privadas, na verdade organizações sociais, tomarem contas dos nossos hospitais. Essas OS’s se dizem entidades filantrópicas, sem fins lucrativos, muitas baseadas em princípios cristãos. Na realidade o que ocorre é que o governo constrói os prédios, equipa, contrata os profissionais e entrega tudo de mão beijada para essas organizações e ainda paga pelo serviço que elas prestam. É o melhor negócio do mundo! (...). Outro ponto importante é descentralizar o atendimento que continua centralizado, apesar dos hospitais regionais. Tudo com a devida profissionalização e reconhecimento do profissional da saúde. Vamos também tirar o Pará da incômoda situação de um dos piores estados em saneamento básico do Brasil, que também é uma questão de saúde pública.

DIÁRIO - Você é contra ou a favor da privatização de serviços públicos?

Entrevistado - Vamos lutar para manter a Cosanpa uma empresa pública. Somos totalmente contra o processo em curso que pretende privatizar o serviço de água do Estado e entregá-lo de mão beijada para a Odebrecht. Isso não vai acontecer no nosso governo. Aliás, vamos lutar para reestatizar a Celpa, pois está mais do que provado que a privatização dos governos tucanos não deu certo, já que a conta de luz subiu muito mais que a inflação.

DIÁRIO - O transporte público na região metropolitana é um caos e tem como principal símbolo o BRT, um grande elefante branco que até agora não resolveu o problema de mobilidade. Como seu governo vai enfrentar esse problema?

Entrevistado - O BRT é um exemplo acabado do que não deve ser feito... Essa obra não é nem nunca foi a solução mágica para resolver os problemas do transporte na nossa cidade. O que precisa é descentralizar os serviços, fazendo com que a população dos bairros tenha acesso aos equipamentos urbanos evitando o deslocamento constante. Feito isso, vamos investir no deslocamento não motorizado, facilitando o acesso por bicicletas para reduzir o modal rodoviário. Numa segunda etapa vamos olhar para os modais rodoviário e hidroviário. Hoje não existe um BRT em Belém. O que existe é uma pista segregada onde rodam ônibus a uma velocidade absurda ocasionando vários acidentes fatais na pista. BRT não é só obra física. Pretendemos auditar o contrato do BRT que foi ganho pela Odebrecht e reestruturar a obra e fazê-la funcionar. Precisamos pensar em rotas alternativas e prioritárias para o deslocamento de passageiros, veículos e de cargas, bem como criar o órgão gestor metropolitano, integrando essas mudanças aos municípios vizinhos, pensando os problemas de maneira

(Luiz Flávio/Diário do Pará)

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