Eleições devem ter 17 candidatos com menos de 25 anos

Nestas eleições, o Pará deve contar com 17 candidatos com menos de 25 anos de idade concorrendo aos cargos de deputado estadual e federal. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quase todos são estudantes e estão espalhados em 13 partidos: PDT, DEM, PC do B, Solidariedade, PSOL, PROS, PTB, PPL, PR, PV, Rede, Pode e PRP.

O número de candidatos com menos de 25 anos nestas eleições é menor do que em 2014, quando se candidataram 22 jovens até essa idade. A maioria desses candidatos em 2018 nasceu em Belém, sendo que apenas uma nasceu no Paraná.

Os demais são de Paragominas, Santarém, Abaetetuba, Tomé-Açu, Barcarena e Ananindeua. Entre eles há um único que se declarou indígena. Vale lembrar que esse número pode mudar, já que os registros de candidatura ainda precisam ser julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

Marcio Lucas Ferreira Moraes, 20, estudante de Direito e filiado ao PTB, vai tentar conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Ele conta que dentro da faculdade adquiriu consciência e interesse pela política.

“Passei a admirar a política”, diz ele, que em 2016 participou das movimentações contrárias à ocupação de universidades públicas em protesto à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 95, que estabeleceu um teto de gastos para Saúde e Educação no País.

“No ano em que passei no vestibular eram 66 mil pessoas querendo 5 mil vagas, acho que é preciso valorizar o dinheiro público e não desperdiçá-lo. E a forma como a ocupação estava sendo feita gerava esse desperdício”, justifica. Ele acredita que uma renovação é necessária na conjuntura política, mas admite que pouca idade não necessariamente traz o novo.

As redes sociais deverão ser a plataforma mais utilizada pelo jovem, que trancou a faculdade no início do ano já pensando na corrida eleitoral. “Como teremos só 15 segundos em rádio e TV, vou divulgar muito no WhatsApp, redes sociais e no boca a boca. A renovação tem pesado, o povo acolhe novas e boas ideias”, garante.

(Foto: Pedro Guerreiro/Diário do Pará)

Ativismo

Filiado ao PSOL e ativista desde os tempos do ensino médio da Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), quando ajudou a reerguer o Grêmio Estudantil da instituição, Eduardo Protázio, 22 anos, é candidato pela primeira vez. “As pessoas têm percebido que o Governo não tem governado para a maioria, trabalhadores, juventude. Então, nosso projeto é para disputar espaço de alternativa para esses grupos”, afirma.

Ele, que estuda História na UFPA, diz concorrer pelo coletivo. Bastante fiel à ideologia de sua sigla, Eduardo afirma que só a luta pode mudar a vida de quem precisa e que não é somente de grandes partidos, com maior financiamento de empresas e bancos, que se faz política. “Minha militância política inicia na escola e permanece na defesa da revogação da PEC 95, por exemplo. Sempre foram lutas, greves e mobilizações que trouxeram direitos como meia passagem, entrada, que querem cortar”, reforça.

Eduardo não associa renovação política a pouca idade e sim a propostas acessíveis. “Não adianta ser jovem e votar contra o passe livre, ou pelos cortes de verbas na educação, criminalizar juventude pobre e negra nas periferias”.

(Foto: Celso Rodrigues/Diário do Pará)

Influência

Mais jovem candidato do PROS a deputado estadual, o estudante Felipe Rebelo é mais firme no entendimento de que há muitos jovens comprometidos com o bem-estar da população e que apenas buscam uma oportunidade de aplicar boas ideias. “Eu sou um desses jovens candidatos, mas preciso da ajuda de todos para fazermos a verdadeira mudança, se realmente queremos um política diferente e nova”, avalia.

Aos 20 anos, ele também se envolveu na militância antes de entrar na faculdade e logo veio o estalo de que era possível fazer mais. Desde bem mais jovem, Felipe acompanhava a sua mãe em reuniões de partidos, convenções, encontros. “Tudo isso me fizeram enxergar uma importância de transformação que a política pode causar nas nossas vidas e quando malfeita pode prejudicar muitas pessoas. Desde então comecei a ter a política presente na minha vida”, diz o jovem, com histórico de liderança de classe no ensino fundamental e de atuação nos grêmios estudantis durante o ensino médio. “Era extremamente gratificante para mim solicitar um pedido dos meus colegas para a diretoria da época e ver aquilo sendo realizado”, recorda.

PATRIMÔNIO - Só três dos candidatos jovens declararam patrimônio ao TSE, variando entre R$ 9,6 mil e R$ 1,9 milhão - este último pertencente a Yorran Costa, candidato do Solidariedade à Câmara Federal, filho do deputado Wladimir Costa, da mesma sigla. Com diploma de ensino superior há somente 3 e outros 8 declararam ter ensino superior incompleto.

(Carol Menezes/Diário do Pará)